07 maio 2008

Agenda de mudança

A análise de rankings e relatórios internacionais da responsabilidade de entidades independentes, dão-nos, muitas vezes, importantes informações relativamente aos impactos de determinadas opções políticas. No entanto, essa análise não se deverá reduzir à identificação da posição global de Portugal no ranking como muitas vezes se vê na comunicação social. De facto, há indicadores específicos em cada uma dessas publicações que nos dão relevantes sinais do que vai acontecendo em áreas muito concretas.

O dia 9 de Abril ficou marcado pela publicação de dois importantes relatórios: o Global Information Technology Report 2007-2008 (GITR) do World Economic Forum e o E-readiness rankings 2008 da Economist Intelligence Unit.

Em traços muitos gerais, relativamente ao GITR, refira-se apenas que incorpora um índice designado por Networked Readiness Index (NRI) e que tenta medir o grau de preparação, participação e desenvolvimento de um país ou região no aproveitamento que faz das tecnologias de informação e comunicação (TIC). Numa lista de 127 países, Portugal ocupa a 28ª posição, sendo de sublinhar que, por exemplo, Portugal é o 2º país dos 127 cujo governo mais importância dá às TIC na formulação da sua visão de futuro; Portugal ocupa o 12º lugar em termos de capacidade da Administração Pública em utilizar as TIC; Portugal está na 9ª posição no indicador relativo ao tempo necessário para a abertura de uma empresa e na 10ª posição na utilização das TIC por parte da Administração Pública e respectiva eficiência.

Já no e-readiness, que pretende medir a qualidade das Infra-estruturas TIC dos países analisados, bem como as competências dos consumidores, das empresas e da Administração Pública para a utilização das TIC em seu benefício próprio, Portugal ocupa a 27ª posição numa lista de 70 países. Afinando a análise, percebemos que, por exemplo, em matérias de Serviços Públicos Online disponíveis para Empresas, Portugal obteve a avaliação máxima apenas com mais 2 países e no que concerne à estratégia de Governo Electrónico, Portugal conseguiu igualmente a avaliação máxima, desta vez juntamente com mais seis países.

Ora, estes são apenas mais dois exemplos de que as coisas estão hoje bem diferentes. Claro que a tarefa de modernização do país não é apenas do Governo nem da Administração Pública. No entanto, o que estes dois importantes relatórios mostram é que o Governo de Portugal e a Administração Pública portuguesa têm cumprido o seu dever, têm feito o que está verdadeiramente ao seu alcance, ou seja, têm dado o exemplo a este nível de actuação. A “agenda de mudança para a sociedade portuguesa”, consubstanciada pelo Plano Tecnológico está, pois, mais viva do que nunca e vai mostrando todos os dias os seus resultados! E não é o Governo que o diz!

Artigo publicado no jornal Labor e Acção Socialista.