16 fevereiro 2008

Banda cada vez mais larga

À medida que a Internet se vai vulgarizando, tornam-se mais evidentes as vantagens da utilização de uma cada vez maior largura de banda. De facto, através de Banda Larga (BL), os cidadãos acedem a serviços mais relevantes para o seu dia-a-dia, melhorando a sua qualidade de vida e reforçando a sua capacidade de intervenção e participação cívica; as empresas focam-se no essencial da sua actividade e tornam-se mais competitivas e, por seu turno, a administração pública torna-se mais eficaz, mais eficiente e prestadora de serviços com maior qualidade.

As estratégias públicas adoptadas pelos vários países no sentido da disseminação da Banda Larga, na maioria das vezes em parceria com os operadores privados, são as mais diversas e os resultados obtidos tiveram impactos diferentes. Segundo os últimos dados da OCDE, Portugal ocupa a oitava posição no ranking (a quinta no contexto europeu) das velocidades médias de acesso à Internet, situando-se à frente do Reino Unido, Alemanha e até dos EUA. Em Portugal, a velocidade média de acesso à Internet (considerando 28 ofertas diferentes disponíveis no mercado) é de 12,955Mbps, contra os ainda longínquos 93,693Mbps do Japão. A França (segunda no ranking) tem uma velocidade média de 44,157Mbps.

Segundo a ANACOM, no final do 3º trimestre de 2007, o total de clientes de BL (acesso fixo) em Portugal ultrapassava os 1,566 milhões (um crescimento de 16 por cento face ao trimestre homólogo do ano anterior), enquanto que os clientes dial-up eram pouco mais de 108 mil (no espaço de 12 meses, estes acessos decresceram 41 por cento). Se considerarmos ainda os 478.017 utilizadores com acesso à Internet em banda larga móvel com o serviço activo no período de reporte (3º trimestre de 2007), chegamos a um número de clientes de BL superior aos 2 milhões e a apenas 5% de utilizadores de Internet que não utilizam Banda Larga.

Ora, apesar de termos a esmagadora maioria dos portugueses a utilizar já BL, é de extrema importância e urgência o debate já iniciado em Portugal em torno das redes de nova geração, nomeadamente no que respeita à criação de uma rede em fibra óptica que permita, no nosso país, acessos muito mais rápidos, na senda do que melhor se pratica no mundo. Para que possamos continuar na fronteira tecnológica das infra-estruturas de acesso à Sociedade da Informação, este aspecto é absolutamente relevante. Este ímpeto para a disseminação de uma “Banda cada vez mais Larga” não pode, portanto, parar.

Mas uma coisa é certa: estamos já muito longe do tempo da banda estreita em que, para acedermos à Internet, éramos obrigados a ouvir aquele estranho ruído com que os modems analógicos nos brindavam enquanto se aguardava a respectiva ligação. Esperemos, portanto, não ter que voltar a ouvir qualquer tipo de ruído à volta deste tema decisivo para o desenvolvimento futuro do nosso país.

Publica no Jornal Labor e Acção Socialista.