18 junho 2008

Factos e números, apenas!

A importância da informação que é publicada, com enorme regularidade, por várias entidades em torno do tema “Banda Larga”, obrigam-me a falar algumas vezes sobre o assunto. No entanto, cada vez que falo, faço-o porque há novos dados que reforçam argumentos anteriores. Em termos muito objectivos, desta vez realço que:

1. A OCDE publicou a 19 de Maio as suas estatísticas sobre Banda Larga (BL), colocando Portugal em 24º lugar da lista de 30 países com uma taxa de penetração de Banda Larga reportada a Dezembro de 2007 de 14,4%. Este número reflecte apenas o número de subscritores de Banda Larga fixa, ignorando o fenómeno da BL móvel.

2. No mesmo dia 19 de Maio, a ANACOM publicou a sua informação estatística relativa já ao 1º trimestre 2008. Nesta informação confirma-se a taxa de penetração de BL fixa de 14,4% mas verifica-se ainda que a taxa de penetração do acesso à Internet em BL para os acessos móveis se situa nos 16,2 por 100 habitantes. Pela primeira vez o número de clientes de BL móvel ultrapassou o número de clientes da BL fixa.

3. A 1 de Maio foi publicado o ranking da Fundação Americana ITIF (The Information Technology and Innovation Foundation), onde se apresenta um índice em que, além da penetração de BL por agregado familiar, são considerados ainda outros indicadores tais como a média da velocidade de download em Mbps e o preço mensal mais baixo em US $. Neste índice, Portugal subiria quatro lugares em relação ao posicionamento obtido no ranking da OCDE e obtém um score acima da média, tendo em conta os mesmos 30 países considerados.

4. Outra entidade americana, Phoenix Center, numa outra tentativa de complementar a informação decorrente do ranking da BL da OCDE, publicou a 28 de Maio o Broadband Efficiency Index, concluindo que Portugal é o 3º país dos 30 da OCDE mais eficiente na adopção da Banda Larga. Os dados de base que deram forma a este relatório foram, precisamente, os valores da BL apresentados pela OCDE para Dezembro de 2007, introduzindo-se ainda outros aspectos como as características económicas e demográficas dos países considerados que condicionam, naturalmente, essa adopção.

5. A Comissão Europeia publicou a 18 de Abril o relatório i2010 mid-term review 2008, para o qual apresenta informação complementar relativa à penetração da tecnologia 3G (BL móvel). Portugal, neste indicador reportado a 2006, apresenta-se em 3º lugar da União Europeia (21,3%, contra uma média da UE de 10%).

Perante isto, desta vez reduzo-me a relatar estes factos e a reproduzir números publicados por entidades independentes. Cada um dos leitores retirará as suas próprias conclusões quanto ao desempenho de Portugal em matérias de Banda Larga!

Artigo publicado no Jornal Labor e Acção Socialista.