Entre_linhas 90 (10jun2010)

Realizou-se, a semana passada, mais um tradicional passeio da terceira idade, organizado pela Junta de Freguesia de S. João da Madeira em colaboração com a Câmara Municipal. De facto, do meu ponto de vista, trata-se de uma importante iniciativa que junta todos os anos centenas de pessoas rumo a um destino que, este ano, foi a localidade de Caminha. Para muitos dos participantes, trata-se de uma rara oportunidade de saírem de suas casas, do seu concelho e da sua rotina diária. Para outros, trata--se de um dia diferente, de convívio, animação e o ensejo de reverem amigos de longa data. No entanto, este é também um momento para a reflexão e para pensarmos naquelas que são as condições oferecidas aos idosos do nosso concelho. Na verdade, é por todos aceite a evidência de que a política social desenvolvida pela autarquia deixa muito a desejar, não constituindo uma prioridade na aplicação dos dinheiros públicos. Não estarei a exagerar se disser que praticamente não existe no nosso município política social de relevo que olhe pelos mais desfavorecidos e lhes atenue os problemas e o sofrimento, pese embora o esforço meritório dos poucos técnicos existentes. Os meios disponíveis são insuficientes e os recursos disponibilizados por quem faz escolhas orçamentais são escassos. Conte-se, por exemplo, o número de arquitectos ou engenheiros e o número de assistentes sociais ou psicólogos em funções na Câmara e logo se percebe de que estamos a falar! E é por isso que esta iniciativa se reveste de importância estratégica para os árgãos autárquicos sanjoanenses, mobilizando até grande parte dos membros dos respectivos órgãos executivos com funções atribuídas! Afinal de contas, é das raras oportunidades para falarem da política social praticada no município. Convenhamos que reduzir a política autárquica dirigida ao idoso a este passeio anual, é muito pouco.

Augusto Lopes, o repórter de ‘O Regional’ e da Rádio Regional Sanjoanense recebeu o prémio Imprensa atribuído pela Associação Nacional de Treinadores de Futebol/Núcleo de Aveiro. Trata-se de um reconhecimento do trabalho importante que tem vindo a ser desenvolvido por este homem no jornalismo desportivo em S. João da Madeira e na Região. Junto-me, igualmente, às felicitações a Augusto Lopes pelo galardão conseguido.

Por falar em Desporto, estamos a uns dias do início do mundial de futebol e já não se fala de outra coisa. Todas as televisões fazem directos nos treinos, nas ruas onde passa o autocarro e nos eventos onde se ouvem as irritantes vuvuzelas ou se vê uma bandeira de Portugal. Os jornais gastam páginas e mais páginas a contar histórias, umas reais outras fictícias, sobre os jogadores as suas mulheres e os seus carros. Eu até gosto de futebol e até desejo muito a vitória de Portugal nesta importante competição desportiva. No entanto, reconheço que é um exagero tudo isto! Tanto mais que noutras modalidades, cujos resultados têm sido bem mais relevantes para os nossos representantes, não têm nem um décimo da visibilidade que é dada ao fenómeno do futebol. Compreendo que seja dado relevo a esta participação de Portugal nesta festa de futebol. Mas, por favor, poupem-nos de pormenores ridículos, desnecessários e irrelevantes. Só nos falta saber quantas vezes é que Cristiano Ronaldo vai à casa de banho ou de que cor é o pijama do Deco!