22 abril 2007

Quais os verdadeiros interesse(iro)s?!

Temos assistido na Comunicação Social a um folhetim em torno das Habilitações Académicas do Primeiro-Ministro (PM) de Portugal. Muito se tem dito por esse país fora, muita especulação se tem desenvolvido e muita intriga se tem montado.

O PM decidiu, e bem, dar explicações ao país. Numa quarta-feira à noite, no final do telejornal da RTP, o PM desmontou todas as dúvidas e insinuações que se foram desenvolvendo em torno da questão. Tal como, aliás, o próprio explicou, sujeitou-se mesmo à inversão do ónus da prova, uma vez que eram aqueles que o acusam a quem deveria competir, num Estado de Direito, provar as eventuais irregularidades e favorecimentos.

As explicações e os argumentos não poderiam ter sido mais claros e convincentes, sustentados mesmo em documentos. Todas as dúvidas foram perfeitamente esclarecidas duma forma que demonstrou um grande carácter e uma grande sensação de consciência tranquila. Só não ficaram esclarecidos aqueles que, por interesse (político ou outro), por mesquinhez ou mediocridade, por falta de vontade, falta de elevação e de carácter ou por limitação intelectual, ainda continuam a ter interesse em alimentar esta polémica. Destes indivíduos, destaco dois que evidenciaram uma postura lamentável, deplorável e completamente irresponsável: Marques Mendes (político, líder do PSD) e José Manuel Fernandes (jornalista, director do Jornal Público).

O primeiro, o político, logo após a entrevista, discursou dizendo não estar esclarecido e concluiu que existe uma falha de carácter no PM. Ora, este político comportou-se como se tivesse passado o tempo da entrevista a preparar o discurso que seria o mesmo, é certo, independentemente do que o PM viesse a dizer. Marques Mendes, o mesmo que ao afastar Valentim Loureiro e Isaltino Morais das listas do PSD nas últimas autárquicas havia demonstrado alguma elevação política, com estas afirmações, veio revelar-se e mostrar o seu próprio e verdadeiro carácter. Veio demonstrar a sua fragilidade e precariedade na liderança do seu Partido, fazendo-o perder toda a postura, toda a honestidade intelectual e abandonar as mais elementares regras democráticas. No entanto, compreenda-se, estamos perante alguém com interesses de sobrevivência política e, como tal, explicada está a sua intenção em continuar esta polémica.

Já o segundo, o jornalista, também imediatamente a seguir à entrevista, veio dizer que não estava convencido e que havia duas questões que não tinham ficado esclarecidas (a questão dos dois registos na Assembleia da República e o motivo que levou o PM a escolher a Universidade Independente e não outra), questões estas a que o PM havia dedicado atenção especial na sua entrevista. Terá este jornalista (não sendo um político mas fazendo política regularmente) outros interesses que não os políticos para não ter ficado convencido? Mas o que deveria ter dito o PM para que este jornalista ficasse convencido? Será que se o PM dissesse, por exemplo, que foi para a Independente porque lhe apeteceu (e podia tê-lo feito) seria um motivo razoável? Ou será que nunca ficaria convencido, fossem quais fossem as explicações avançadas? Quais os verdadeiros motivos para esta perseguição? Quais os seus verdadeiros interesses? O esclarecimento dos portugueses? Mas estes já não estarão esclarecidos? Falta apenas, portanto, que este jornalista se explique!


Publicado no Jornal Labor.

1 Comments:

Blogger rb said...

Luís,

Parabéns pelo teu artigo, gostei de ler.
A propósito dos doutores & engenheiros e desse jornalista ora vê lá isto.

10:51  

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