19 fevereiro 2009

Entre_linhas 36 (19fevereiro2009)

A semana passada, Cristina Bastos, colega de escrita regular aqui n’ O Regional, numa referência simpática que me dirigiu, alertava-nos para a necessidade de termos o espírito crítico bastante apurado quando navegamos na “imensidão de poeira e lixo que nos chega pela Internet”. De facto, a Internet, apesar de nos abrir um mundo vasto de oportunidades no acesso à informação, na comunicação, na participação cívica e no acesso a serviços que melhoram, claramente, a nossa qualidade de vida, também exige que tenhamos alguns cuidados na sua utilização. E por isso é que há umas semanas atrás alertava os leitores para o facto de estarmos, neste momento, perante uma oportunidade de ouro para “apanharmos” para esta causa um conjunto muito mais alargado de famílias. A chegada do Magalhães a todas as crianças do 1º ciclo pode, na verdade, permitir que estes temas sejam tratados de forma alargada, consistente e pedagogicamente. Como na utilização do microondas, em que a leitura do manual de instruções pode maximizar as funcionalidades e potencialidades do aparelho, também na Internet, o conhecimento de determinadas regras básicas de “navegação” podem enriquecer a experiência, minimizar riscos e estimular o espírito crítico sobre aquilo que nos aparece no monitor do computador ou do telemóvel.

Também na semana passada, como sempre, li com atenção o espaço de opinião do meu estimado amigo Paulo Guimarães. Desta vez, o Paulo tentava desmontar uma crítica dirigida à Câmara por uma suposta promessa não cumprida. Para tal, fez questão de averiguar a “veracidade das acusações e dos possíveis motivos que levaram a tal incumprimento”. Ora, pessoalmente, considero absolutamente desadequados a forma e o método escolhidos pelo Paulo para defender a Câmara Municipal (CM). É que o Paulo refere-se a uma “fonte” do seio da Câmara, sem dizer mais do que o facto de se tratar de “um elemento da Câmara Municipal”. Depois também diz que vai “explicar o porquê do atraso no pagamento das ditas bolsas desportivas” como que se de um porta-voz da CM se tratasse. Das duas uma: ou a acusação mereceria uma explicação da própria CM, de viva voz e sem qualquer tipo de complexos, ou este método de ser um militante do PSD, membro da Assembleia Municipal eleito pelo partido que suporta a CM, a dar explicações depois de ter falado não se sabe bem como quem dentro da CM, parece-me completamente desajustado, inadequado e excessivo. Não fica bem nem ao Paulo, nem à Câmara.

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