05 dezembro 2008

Entre_linhas 26 (4dezembro2008)

O Partido Comunista Português (PCP) realizou no passado fim-de-semana o seu congresso nacional, onde foi reconduzido Jerónimo de Sousa na liderança e eleitos os seus órgãos oficias. Tratou-se de um momento importante para aquele Partido político mas, infelizmente, o país não ouviu nada de novo. Do PCP, por estar há muito amarrado a alguns conceitos ideológicos ultrapassados e a determinadas práticas e discursos políticos pouco construtivos, é difícil ouvirmos outra coisa que não o ataque ao Governo e ao Partido Socialista, o grande Partido da esquerda portuguesa, quer o PCP queira quer não. Porque dizer mal, todos sabemos fazê-lo e isso é, de facto, o mais fácil! O mais difícil é tentarmos, de forma realista, resolver ou contribuir para a resolução dos inúmeros desafios que Portugal enfrenta e ajudarmos a ultrapassar as dificuldades e os problemas reais que vamos enfrentando. De qualquer modo, reconheço que o PCP é um partido importante para a democracia portuguesa e estou certo que, mais tarde ou mais cedo, o PC, também em Portugal, saberá evoluir no seu discurso, na sua prática e na sua ideologia. Duvido é que isso ocorra nos próximos 4 anos! (www.pcp.pt)

Cerca de 100 militantes do Bloco de Esquerda de Lisboa participaram numa Assembleia Concelhia que deliberou o fim do entendimento com o vereador independente eleito nas listas daquele Partido para a Câmara Municipal de Lisboa, José Sá Fernandes. Foi alegado que terá “desaparecido o provedor dos cidadãos em benefício do alinhamento com a maioria do executivo municipal" mas, no entanto, o que está verdadeiramente em causa, é o mesmo motivo que eu invocava para o caso do PCP. É muito difícil para estes partidos, não vocacionados para o exercício do poder, dizer bem até do trabalho realizado pelos eleitos nas suas próprias listas. Estes partidos percebem que só vivem desta forma e acreditam que se fizerem diferente correrão o risco de perder, para o partido do lado, alguma base de sustentação e dos seus apoios. O que está aqui em causa é a sobrevivência política destes dois partidos de esquerda, é a luta pelo eleitorado à esquerda do PS, é o delimitar de território, é o desejo do reforço de expressão política no país. Por isso, é que a luta partidária em 2009, também entre os mais pequenos, vai ser bem dura! (www.esquerda.net)

2 Comments:

Blogger RGC said...

Este comentário foi removido pelo autor.

16:07  
Blogger LMF said...

Ena, que violência!! Mas a questão é mesmo essa. Vocês sabem muito bem identificar os problemas, como todos, na verdade! O problema é resolvê-los ou pelo menos tentar! Não sabem como! Ou melhor, querem acreditar que sabem mas com a certeza que não funcionaria! Como não funcionou em tempos quando tentaram "pegar nisto" à vossa maneira! Mas o facto de também juntares no mesmo saco o BE e o PCP já é um bom começo! É a tomada de consciência que há mais vida para além do Campo Pequeno! E a palavra "ultrapassado" não é um chavão! É a mais pura realidade, meu caro! Infelizmente para Portugal!

17:38  

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