Aposta que ganhas!
Muito se tem especulado à volta dos motivos que levam Manuela Ferreira Leite (MFL) a não falar. Será estratégia? Será falta de tempo? Será incapacidade? Afinal, o que levará MFL a esconder-se atrás do seu silêncio?
Uma das mais espectaculares (não vislumbro termo mais adequado!) explicações que encontro para a tese de que se trata de uma estratégia foi a de Marcelo Rebelo de Sousa. De facto, este comentador do PSD tem uma capacidade fora do comum para defender uma ideia e, ao mesmo, o seu contrário com a mesmíssima convicção e paixão. Desta vez, sobre a liderança da “chefe”, Marcelo argumentou que a estratégia do silêncio é “má” mas que, mesmo assim, trouxe mais vantagens do que desvantagens! Ora, isto, sob o ponto de vista político e partidário, é absolutamente contraditório, vindo de uma pessoa com óbvios interesses na matéria em causa.
Já Pacheco Pereira, também ilustre profissional do comentário político, apesar de achar que não houve silêncio nenhum e que tudo não passa de “uma mera invenção convencional”, vai afirmando que a presidente do PSD “deve falar não por regra mas por excepção”, embora reconheça que o seu partido vai fiscalizar as medidas do Governo “quase em tempo real”.
Luís Filipe Menezes, não nos esqueçamos, avaliando a “capacidade para liderar, conhecimentos, dimensão cultural e intelectual” da sua liderança e a da actual líder foi dizendo que se trata de “uma diferença que vai do Fiat 600 para o Ferrari”. Considerou a estratégia do silêncio errada e afirmou que a “expectativa gerada só poderia ser quebrada por uma declaração que abalasse o eleitorado” e que “como não consta que seja desejável ou justificável declarar a guerra a Marrocos ou a Castela, tudo o que vier do discurso de 7 de Setembro será inevitavelmente pífio.”
Finalmente, Manuela Ferreira Leite falou no passado dia 7 de Setembro e, na verdade, foi como não tivesse dito nada. Para uma pessoa que lidera um partido que ambiciona o poder, esperava-se muito mais, ainda por cima após grande expectativa gerada pelo seu longo silêncio. Falou do passado, falou daquilo que considera estar mal mas não disse como faria se estivesse no poder! Foi demagógica e mostrou mesmo desconhecimento de alguns processos. Os comentadores, os mais tendenciosos, bem tentam justificar esta pobreza de ideias patente no discurso, como sendo a tal nova forma de comunicar, uma questão táctica, uma estratégia inovadora. No entanto, na verdade, MFL mostrou ser uma líder fraca e incapaz de falar de outras coisas para além de finanças públicas, uma área que teve nas suas mãos no passado e cujos péssimos resultados deram tanto trabalho a corrigir.
MFL vai falar pouco. Não por questões tácticas mas porque tem, de facto, muito pouco para dizer ao país. Menezes bem pode apostar no Euromilhões! O discurso de MFL foi mesmo pífio!
Artigo publicado no Jornal Labor e Acção Socialista.
Uma das mais espectaculares (não vislumbro termo mais adequado!) explicações que encontro para a tese de que se trata de uma estratégia foi a de Marcelo Rebelo de Sousa. De facto, este comentador do PSD tem uma capacidade fora do comum para defender uma ideia e, ao mesmo, o seu contrário com a mesmíssima convicção e paixão. Desta vez, sobre a liderança da “chefe”, Marcelo argumentou que a estratégia do silêncio é “má” mas que, mesmo assim, trouxe mais vantagens do que desvantagens! Ora, isto, sob o ponto de vista político e partidário, é absolutamente contraditório, vindo de uma pessoa com óbvios interesses na matéria em causa.
Já Pacheco Pereira, também ilustre profissional do comentário político, apesar de achar que não houve silêncio nenhum e que tudo não passa de “uma mera invenção convencional”, vai afirmando que a presidente do PSD “deve falar não por regra mas por excepção”, embora reconheça que o seu partido vai fiscalizar as medidas do Governo “quase em tempo real”.
Luís Filipe Menezes, não nos esqueçamos, avaliando a “capacidade para liderar, conhecimentos, dimensão cultural e intelectual” da sua liderança e a da actual líder foi dizendo que se trata de “uma diferença que vai do Fiat 600 para o Ferrari”. Considerou a estratégia do silêncio errada e afirmou que a “expectativa gerada só poderia ser quebrada por uma declaração que abalasse o eleitorado” e que “como não consta que seja desejável ou justificável declarar a guerra a Marrocos ou a Castela, tudo o que vier do discurso de 7 de Setembro será inevitavelmente pífio.”
Finalmente, Manuela Ferreira Leite falou no passado dia 7 de Setembro e, na verdade, foi como não tivesse dito nada. Para uma pessoa que lidera um partido que ambiciona o poder, esperava-se muito mais, ainda por cima após grande expectativa gerada pelo seu longo silêncio. Falou do passado, falou daquilo que considera estar mal mas não disse como faria se estivesse no poder! Foi demagógica e mostrou mesmo desconhecimento de alguns processos. Os comentadores, os mais tendenciosos, bem tentam justificar esta pobreza de ideias patente no discurso, como sendo a tal nova forma de comunicar, uma questão táctica, uma estratégia inovadora. No entanto, na verdade, MFL mostrou ser uma líder fraca e incapaz de falar de outras coisas para além de finanças públicas, uma área que teve nas suas mãos no passado e cujos péssimos resultados deram tanto trabalho a corrigir.
MFL vai falar pouco. Não por questões tácticas mas porque tem, de facto, muito pouco para dizer ao país. Menezes bem pode apostar no Euromilhões! O discurso de MFL foi mesmo pífio!
Artigo publicado no Jornal Labor e Acção Socialista.
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