15 maio 2009

Entre_linhas 47 (14mai2009)

É notória a aversão que muitos alunos têm em relação à Matemática, muitas vezes motivada apenas por uma questão de estatuto social negativo que esta disciplina possui. Não é tanto pelo seu grau de dificuldade mas antes pela imagem de “bicho de sete cabeças” transmitida por muita gente ao longo de anos a fio. É, portanto, esta imagem negativa que precisa de ser combatida, com o objectivo de desmistificar alguns aspectos que têm funcionado como barreira psicológica para muita gente, impedindo o sucesso escolar nesta área de saber. O Projecto Matemática Ensino – PmatE – é um projecto de investigação e desenvolvimento, promovido pelo Departamento de Matemática da Universidade de Aveiro desde 1989, começando por ser um projecto que pretendia criar nos alunos o gosto pela Matemática. A edição deste ano, mais alargada, contou com cerca de 20 mil alunos, oriundos de 1.278 escolas nacionais e de Moçambique para participar em nove competições que congregam já cinco áreas: Matemática, Biologia, Física, Português e Geologia. Este ano ficou também marcado pelo facto de uma equipa do 11.º ano da Escola Secundária Oliveira Júnior, de S. João da Madeira, ter conseguido o 1º lugar para a categoria mat12 – 11º ano. Os jovens Filipe Oliveira e Fábio Barbosa estão, portanto, de parabéns, sem prejuízo de enaltecermos todos os outros participantes das várias escolas de S. João da Madeira. A mera participação nesta iniciativa já é bastante importante e digna de ser sublinhada. http://pmate2.ua.pt/pmate

Manuel Cambra, surpreendentemente, deu uma rara entrevista ao Jornal Labor, onde passa em revista alguns dos anos que passou à frente da Câmara Municipal. Revelou que se sente “triste com algumas situações de ingratidão” dos sanjoanenses, recusando qualquer homenagem já reclamada, inclusivamente, por Jorge Lima ou Américo Santos. Incluo-me no grupo daqueles que lutaram por uma alternativa à gestão de Manuel Cambra que, a certa altura, se mostrou desgastada, caracterizada por alguma teimosia e sem a frescura para levar por diante os projectos e as iniciativas de que a Cidade precisava e que, aliás, continua a precisar. No entanto, sou também daqueles que nutrem um respeito muito grande por este Homem que, à sua maneira, deu grande parte da sua vida a esta nossa comunidade. Nem sempre concordei com Manuel Cambra, é verdade! Os cinco anos que passei na Assembleia Municipal fui, muitas vezes, duro com as suas opções políticas. No entanto, apesar das profundas divergências políticas, sempre o respeitei e reconheci a sua dedicação à Cidade e aos sanjoanenses. Considero, portanto, que a Cidade lhe deve uma justa homenagem, pela sua dedicação à construção de uma Cidade que era e é de todos.