26 novembro 2010

Entre_linhas 106 (25novembro2010)

Há três semanas atrás, quando caiu o tecto falso da piscina municipal, sublinhei aqui neste mesmo espaço aquilo que considerei uma falta de respeito pelos utilizadores daquele equipamento, por não ter sido efectuado qualquer contacto no sentido de os avisar para o sucedido. Essa ausência de qualquer aviso fez com que muitos utilizadores só tomassem conhecimento da impossibilidade da utilização das piscinas quando deram com o nariz na porta, o que me parecia perfeitamente evitável. Desta vez venho reconhecer precisamente o contrário: como pai de utilizadores das piscinas, recebi um telefonema a avisar para a reabertura ao público do equipamento. Uma atitude correcta, portanto.

Segundo o Labor, de acordo com uma portaria do Ministério do Ambiente e do Ordenamento do Território, “S. João da Madeira volta a ser o único concelho da região do Entre Douro e Vouga a figurar no segundo escalão de preços de construção de habitação, querendo isto significar que, no nosso concelho, o metro quadrado de construção de habitação custa 650,10 euros, enquanto que nos restantes concelhos da região o preço é de 588,98 euros”. Trata-se de uma questão que já não é novidade para ninguém e a prova prática disso mesmo é a procura por parte de jovens sanjoanenses, em concelhos vizinhos, de habitação mais económica sem comprometer o acesso à vida na sua cidade. È um tema importante, ao qual a autarquia pouca atenção tem dado ao longo destes últimos anos. E por isso, é que teremos oportunidade de falar dele em próximas oportunidades.

No contexto da Cimeira da Nato realizada em Lisboa no passado fim-de-semana, ocorreram as já habituais manifestações de protesto, acções essas que contaram com um conjunto de pessoas que aproveitaram a oportunidade para chamar a atenção da comunidade internacional para aquilo que, do seu ponto de vista, consideram alguns abusos cometidos por aquela aliança. Um exercício corrente quando se juntam várias pessoas num mesmo local, levado a efeito pela comunicação social, consiste na tentativa de contagem das cabeças no sentido de dar maior credibilidade à peça jornalística. Ora, a este respeito, permitam-me que vos transcreva apenas a contagem desencadeada por três jornais portugueses, de referência, para que se perceba bem o rigor como estas coisas (e outras) são abordadas:A notícia do Expresso dizia assim: “Um especialista em contagem de multidões adianta ao Expresso que o protesto de hoje contra a Aliança Atlântica contou com 18 mil pessoas”. Já o Público, que usou o conhecimento do mesmo especialista, apontava para o seguinte: “O professor universitário norte-americano Steve Doig, especialista em métodos quantitativos de ciências sociais, disse ao PÚBLICO, ao fim da tarde deste sábado, que calcula em 8 mil o número de manifestantes.” Por sua vez, a notícia da TSF sobre o mesmo assunto dizia o seguinte: “A manifestação contra a NATO juntou mais de 30 mil pessoas, segundo a organização. O protesto coincidiu com o último dia da cimeira da NATO, que decorreu no Parque das Nações, em Lisboa.” Reparem, portanto, que sobre o mesmo episódio, três importantes jornais avançam com números totalmente diferentes, o que me parece inaceitável e revelador de certa falta de rigor como as coisas são ditas. Claro que a matemática não é bem tratada por muita gente! E a quem o dizem!! No entanto, esta ultrapassa todos os limites do razoável! Mas, pronto, considerando a média e caso não esteja enganado nas contas, foram 18,(6) mil (dízima infinita periódica) os manifestantes. Ganhou, portanto, o Expresso que mais próximo esteve deste valor. Parabéns, apesar de tudo! Se é que isso importa!

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