O braço esquerdo vai doer mas não vai partir!
Decorreram por todo o país os congressos distritais do Partido Socialista, onde se iniciaram os mandatos das novas lideranças e se elegeram as novas estruturas distritais do nosso partido. Isto numa altura em que se adivinham tempos de grande exigência, de enorme coragem e responsabilidade.
No meu congresso, o de Aveiro, dei nota de três desafios que, do meu ponto de vista, marcarão decisivamente o mandato das lideranças que agora se iniciam. De facto, estou convicto que tais desafios se colocarão a todas as estruturas do PS a nível nacional, pelo que resolvi partilhar esta reflexão aqui no nosso “Acção Socialista”.
Em primeiro lugar, vamos ter já no início de 2011 o primeiro combate eleitoral, as eleições presidenciais, que deverá contar com o nosso total empenho e mobilização. Na verdade, não gostaria de ver elementos do PS fazerem à candidatura de Alegre apoiada formalmente pelo PS aquilo que há quatro anos atrás alguns, dentro do nosso PS, fizeram à candidatura apoiada pelo PS protagonizada por Mário Soares. O que está em causa é demasiado importante! São duas visões do mundo completamente diferentes e dois modelos de sociedade diametralmente opostos. Alegre é o candidato que melhor representa a matriz ideológica do nosso partido, que melhor defende os nossos valores.
Em segundo lugar, temos já na calha o processo das próximas autárquicas, previstas para 2013. Aparentemente ainda falta muito tempo. No entanto, as bases das candidaturas, principalmente nos concelhos em que somos oposição, devem ser lançadas desde já. O Partido Socialista deve apresentar-se em todo o país com candidaturas vencedoras porque não tenhamos quaisquer dúvidas: para pormos em prática os valores que defendemos e os ideais em que acreditamos precisamos de ganhar mais Câmaras, precisamos de ter a confiança de cada vez mais portugueses. Nós sabemos fazer, nós sabemos fazer bem mas para fazermos precisamos de ganhar eleições. As palavras-chave: trabalho persistente, visão estratégica e antecipação.
Em terceiro lugar, diria que os próximos meses vão ser muito duros sob o ponto de vista político. Estão a ser pedidos sacrifícios bastante significativos às pessoas e às empresas e nunca foi tão importante estarmos mobilizados, com sentido de responsabilidade e vigilantes em relação ao que vai acontecendo no país, mais concretamente com os mais desfavorecidos. O PS nunca foi um partido que se reduzisse à identificação dos problemas. O PS sempre fez parte das soluções e nesta fase particularmente difícil, nunca foi tão importante a defesa do Estado Social. Sabemos bem que na política quem ganha é quem marca o último golo e não quem marca mais golos. E por isso haverá quem faça tudo para que os portugueses esqueçam o passado recente e os progressos alcançados no país. Ora, ser socialista hoje passa também por recordarmos o caminho percorrido e acenarmos com orgulho e sem complexos o trabalho feito nos últimos anos e os resultados alcançados.
Assim, é importante termos em conta a reforma da Segurança Social e os passos importantes que foram dados na consolidação do SNS. É fundamental que não esqueçamos as reformas realizadas na educação: hoje temos inglês no 1º ciclo, temos aulas de substituição, temos a rede do pré-escolar mais alargada, temos escolas mais modernas, quer no seu espaço físico quer em termos de equipamentos tecnológicos disponíveis, temos maior igualdade de oportunidades no acesso às tecnologias através dos programas e.escola e e.escolinha.
Não ignoremos os progressos na ciência, onde pela primeira vez atingimos o referencial de 1% do PIB investido em investigação e desenvolvimento. Não deixemos cair em esquecimento os passos importantes dados em matéria de Inovação: Portugal integrou pela primeira vez o grupo dos países moderadamente inovadores e, entre 2007 e 2009, progrediu seis lugares no ranking europeu de Inovação. Tenhamos em conta que a Balança Tecnológica foi pela primeira vez positiva em 2007, repetindo esta tendência em 2008 e 2009, que nunca se apoiou tanto a política industrial portuguesa e nunca se deu tanta importância à diplomacia económica. Temos que ter sempre presente os passos importantes que foram dados em matéria de energias renováveis e que vieram reduzir a nossa dependência energética. Será fatal não nos lembrarmos dos progressos na modernização da Administração Pública: somos o 1º da UE27 no ranking europeu da Disponibilização e Sofisticação dos Serviços Públicos online. Hoje, mais de 80% dos cidadãos entregam a sua declaração de IRS pela via electrónica, já se abre um empresa em Portugal em menos de uma hora e temos a informação empresarial Simplificada que poupa tempo e dinheiro às nossas empresas.
Há muita coisa que, de facto, nos deve orgulhar. Mas lembremo-nos ainda da intervenção decisiva do PS em causas fracturantes como o casamento entre pessoas do mesmo sexo e a interrupção voluntária da gravidez, se bem que outras duas lutas importantes estão já à porta: a defesa do alargamento da escolaridade obrigatória para os 12 anos e a da protecção dos trabalhadores face à investida desenfreada do PSD à liberalização selvagem dos despedimentos.
De facto, ser do PS ou ser do PSD não é a mesma coisa. Cabe-nos a nós, militantes, agitarmos todos os dias essas diferenças. O braço esquerdo vai doer mas não vai partir!
Artigo publicado no Acção Socialista.
No meu congresso, o de Aveiro, dei nota de três desafios que, do meu ponto de vista, marcarão decisivamente o mandato das lideranças que agora se iniciam. De facto, estou convicto que tais desafios se colocarão a todas as estruturas do PS a nível nacional, pelo que resolvi partilhar esta reflexão aqui no nosso “Acção Socialista”.
Em primeiro lugar, vamos ter já no início de 2011 o primeiro combate eleitoral, as eleições presidenciais, que deverá contar com o nosso total empenho e mobilização. Na verdade, não gostaria de ver elementos do PS fazerem à candidatura de Alegre apoiada formalmente pelo PS aquilo que há quatro anos atrás alguns, dentro do nosso PS, fizeram à candidatura apoiada pelo PS protagonizada por Mário Soares. O que está em causa é demasiado importante! São duas visões do mundo completamente diferentes e dois modelos de sociedade diametralmente opostos. Alegre é o candidato que melhor representa a matriz ideológica do nosso partido, que melhor defende os nossos valores.
Em segundo lugar, temos já na calha o processo das próximas autárquicas, previstas para 2013. Aparentemente ainda falta muito tempo. No entanto, as bases das candidaturas, principalmente nos concelhos em que somos oposição, devem ser lançadas desde já. O Partido Socialista deve apresentar-se em todo o país com candidaturas vencedoras porque não tenhamos quaisquer dúvidas: para pormos em prática os valores que defendemos e os ideais em que acreditamos precisamos de ganhar mais Câmaras, precisamos de ter a confiança de cada vez mais portugueses. Nós sabemos fazer, nós sabemos fazer bem mas para fazermos precisamos de ganhar eleições. As palavras-chave: trabalho persistente, visão estratégica e antecipação.
Em terceiro lugar, diria que os próximos meses vão ser muito duros sob o ponto de vista político. Estão a ser pedidos sacrifícios bastante significativos às pessoas e às empresas e nunca foi tão importante estarmos mobilizados, com sentido de responsabilidade e vigilantes em relação ao que vai acontecendo no país, mais concretamente com os mais desfavorecidos. O PS nunca foi um partido que se reduzisse à identificação dos problemas. O PS sempre fez parte das soluções e nesta fase particularmente difícil, nunca foi tão importante a defesa do Estado Social. Sabemos bem que na política quem ganha é quem marca o último golo e não quem marca mais golos. E por isso haverá quem faça tudo para que os portugueses esqueçam o passado recente e os progressos alcançados no país. Ora, ser socialista hoje passa também por recordarmos o caminho percorrido e acenarmos com orgulho e sem complexos o trabalho feito nos últimos anos e os resultados alcançados.
Assim, é importante termos em conta a reforma da Segurança Social e os passos importantes que foram dados na consolidação do SNS. É fundamental que não esqueçamos as reformas realizadas na educação: hoje temos inglês no 1º ciclo, temos aulas de substituição, temos a rede do pré-escolar mais alargada, temos escolas mais modernas, quer no seu espaço físico quer em termos de equipamentos tecnológicos disponíveis, temos maior igualdade de oportunidades no acesso às tecnologias através dos programas e.escola e e.escolinha.
Não ignoremos os progressos na ciência, onde pela primeira vez atingimos o referencial de 1% do PIB investido em investigação e desenvolvimento. Não deixemos cair em esquecimento os passos importantes dados em matéria de Inovação: Portugal integrou pela primeira vez o grupo dos países moderadamente inovadores e, entre 2007 e 2009, progrediu seis lugares no ranking europeu de Inovação. Tenhamos em conta que a Balança Tecnológica foi pela primeira vez positiva em 2007, repetindo esta tendência em 2008 e 2009, que nunca se apoiou tanto a política industrial portuguesa e nunca se deu tanta importância à diplomacia económica. Temos que ter sempre presente os passos importantes que foram dados em matéria de energias renováveis e que vieram reduzir a nossa dependência energética. Será fatal não nos lembrarmos dos progressos na modernização da Administração Pública: somos o 1º da UE27 no ranking europeu da Disponibilização e Sofisticação dos Serviços Públicos online. Hoje, mais de 80% dos cidadãos entregam a sua declaração de IRS pela via electrónica, já se abre um empresa em Portugal em menos de uma hora e temos a informação empresarial Simplificada que poupa tempo e dinheiro às nossas empresas.
Há muita coisa que, de facto, nos deve orgulhar. Mas lembremo-nos ainda da intervenção decisiva do PS em causas fracturantes como o casamento entre pessoas do mesmo sexo e a interrupção voluntária da gravidez, se bem que outras duas lutas importantes estão já à porta: a defesa do alargamento da escolaridade obrigatória para os 12 anos e a da protecção dos trabalhadores face à investida desenfreada do PSD à liberalização selvagem dos despedimentos.
De facto, ser do PS ou ser do PSD não é a mesma coisa. Cabe-nos a nós, militantes, agitarmos todos os dias essas diferenças. O braço esquerdo vai doer mas não vai partir!
Artigo publicado no Acção Socialista.
Etiquetas: Opinião
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