19 fevereiro 2010

Entre_linhas 77 (18fev2010)

Na recente entrevista ao jornal Labor, questionado sobre o projecto «Prevenir o Futuro», o Presidente da Câmara de S. João da Madeira afirmou que se tratou de um “ensaio de uma nova forma de intervenção que deu resultados palpáveis”. Remeteu ainda o seu encerramento para o Ministério da Saúde e para o Instituto da Droga, justificando que “as câmaras municipais não têm competências no combate à toxicodependência, como também não têm competências na área da segurança e da tranquilidade pública”. Ora, por questões de transparência, era bom que algumas dúvidas em relação a este projecto fossem cabalmente esclarecidas pela autarquia. Por exemplo, quais foram os tais “resultados palpáveis” conseguidos? Quantos toxicodependentes aderiram voluntariamente ao projecto e quantos conseguiram deixar a sua situação de dependência? Qual foi o montante total envolvido na execução do projecto e quais foram as fontes para o seu financiamento? Este “ensaio de uma nova forma de intervenção”, que passou por um modelo de desabituação física diferente do tradicional, foi posteriormente adoptado noutras experiências ou não? Houve validação científica desse modelo ou não passou de uma experiência isolada? Ora, sem resposta a estas e outras perguntas sobre o «Prevenir o Futuro» não conseguiremos perceber o verdadeiro alcance das palavras do Senhor Presidente da Câmara, a não ser a sua intenção de empurrar responsabilidades para outras entidades, à semelhança, aliás, do seu colega Rui Rio que, no Porto, também diz que foi por causa do Governo que não conseguiu tirar os arrumadores da rua. Assim, não vale!

Este ano, a chuva não comprometeu a festa. O cortejo de Carnaval das escolas de S. João da Madeira bateu o recorde em número de participantes: 2267 figurantes é, de facto, um número impressionante. E nota-se um trabalho conjunto e articulado entre toda a comunidade escolar: alunos, professores, pessoal não docente e encarregados de educação dão corpo a uma grande iniciativa que perdura no tempo. Ainda bem!

“Gabinetes individuais de trabalho” ou “gabinetes de trabalho individual”? Este preciosismo faz a diferença entre 22 ou 120 gabinetes destinados aos professores na nova escola que está a nascer em S. João da Madeira para substituição das actuais instalações da Secundária João da Silva Correia, que representa um investimento de cerca de 7 milhões de euros. O que é certo é que está instalada a polémica em saber o que havia sido inicialmente prometido e aquilo que, efectivamente, está a ser construído. Espero que tudo se esclareça e que os 98 gabinetes que, entretanto, se perderam “pelo caminho, “não venham a fazer falta!

Etiquetas: