Regresso ao futuro
O discurso da tanga introduzido por Durão Barroso no início do seu mandato enquanto primeiro-ministro de Portugal teve, como sabemos, consequências muito negativas para o nosso país. De facto, o estado depressivo da nossa economia e o pessimismo dos portugueses estiveram relacionados, nessa altura, em certa medida, com essa estratégia de comunicação política adoptada pelo PSD e pelo seu líder.Quando o Governo liderado por José Sócrates tomou posse, tinha esse grande desafio pela frente: contrariar o ambiente negativo generalizado que se vivia no país e que tinha impactos extraordinariamente desfavoráveis em todos as áreas: na captação de investimentos, na criação de empresas e de emprego, no crescimento económico.Muitas medidas foram tomadas, vários projectos foram iniciados de forma devidamente articulada no sentido de dar um novo rumo à situação do país e de se criar em Portugal um ambiente mais favorável de crescimento, sem pôr em causa a coesão social. O Programa Nacional de Acção para o Crescimento e o Emprego, a Estratégia Nacional de Desenvolvimento Sustentável, o Plano Nacional de Emprego, o Plano Tecnológico, o Simplex, o Plano de Estabilidade e Crescimento, o Programa de Reestruturação da Administração Central do Estado ou o QREN são alguns dos exemplos de instrumentos que, alinhados com os objectivos inerentes à Estratégia de Lisboa, pretendem dar a volta à situação.Passados dois anos do início da governação socialista, as coisas estão bem diferentes. Felizmente, para melhor, como reconhecem várias organizações, insuspeitas, por esse mundo fora. O indicador de Clima Económico atingiu em Abril o nível mais elevado dos últimos 12 meses, tendo-se situado, segundo a Comissão Europeia, nos 101,6 pontos; Portugal foi considerado Top Reformer pelo Banco Mundial pelos resultados obtidos com o novo processo de criação de novas empresas, tendo resultado numa subida de cinco lugares no ranking Doing Business; Portugal subiu quatro lugares no índice The Lisbon Review 2006 do World Economic Fórum que mede o grau de implementação das medidas inerentes à Estratégia de Lisboa nos países da UE25; Portugal subiu três lugares no Ranking Europeu de Disponibilização de Serviços públicos on-line e é o 3º país da UE, segundo o relatório i2010 - Annual Information Society Report 2007, em termos da percentagem de serviços públicos básicos, para empresas, totalmente disponíveis on-line; Angel Gurría, secretário-geral da OCDE, reconheceu recentemente como positivo o que o Governo está a fazer em matérias de segurança social, formação profissional e formação contínua ao longo da vida. Portugal é hoje procurado por grandes empresas de base tecnológica para avultados investimentos em áreas de ponta. A CISCO Systems vai investir 36 milhões de euros num centro de operações de vendas em Lisboa e a Nokia Siemens Networks inaugurou um novo centro de inovação mundial em Aveiro, num investimento de 23 milhões de euros.É, pois, inquestionável o facto de se viver, hoje, num clima completamente diferente daquele que se vivia quando este governo tomou posse há dois anos atrás. O país está a mudar e as condições criadas, por implementação de medidas concretas e devidamente focadas, estão, na verdade, a fazer aparecer os resultados. Há, no entanto, um longo caminho a percorrer e um árduo e sustentado trabalho a desenvolver. É exigida persistência, determinação e inteligência. Descer foi fácil! Subir é muito mais difícil. O discurso da tanga foi o mais fácil, com resultados rápidos mas que se revelaram péssimos para Portugal! Contrariar esse discurso é bem mais difícil, demora mais tempo mas é, sem dúvida, o melhor caminho. O único caminho, aliás, para que possamos regressar ao futuro!
Publicado no Acção Socialista e no Jornal Labor.
Publicado no Acção Socialista e no Jornal Labor.
1 Comments:
Uns era, "já se vê luz ao fundo do tunel, outros , oásis, tanga, deficit". Estamos fartos de conversa O futuro é hoje
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