22 outubro 2011

Entre_linhas 139 (13outubro2011)

Fez agora 85 anos que S. João da Madeira se tornou concelho. Como qualquer sanjoanense, eu adoro a minha terra, acho que é mesmo a melhor terra do mundo e às vezes nem há qualquer racional nesta ideia. Somos assim, porque sim! Aliás, não é à toa que o nosso feriado municipal não é alusivo a nenhum santo, nem mesmo ao São João, como acontece com a maioria dos concelhos por esse país fora. O nosso feriado municipal celebra a nossa emancipação, o orgulho de sermos sanjoanenses e isto para muitos acredito que seja algo estranho. No entanto, nós, sanjoanenses, sabemos que tudo isto faz sentido! No calor das discussões (mesmo no Facebook) que todos temos a este respeito com amigos de outros concelhos, atiram-nos à cara que ainda vamos ser extintos com esta reorganização territorial que se encontra na ordem do dia. É óbvio que isso nunca acontecerá. Todos sabemos que não é nada disso que está em cima da mesa mas, mesmo que fosse, os números, os principais indicadores de desenvolvimento, ainda que tenham abrandado nos últimos anos, não deixariam que tal acontecesse. Claro que há por aí muita gente a defender medidas radicais para baixar a despesa pública em Portugal e, provavelmente um destes dias até aparecerá alguém a defender que na região Norte deveria apenas existir o concelho do Porto, passando todos os outros ao estatuto de freguesia, com o argumento de que se poupava muito dinheiro! A estupidez, de facto, dá para tudo!
Nem de propósito, alguns cartazes foram espalhados em Milheirós de Poiares a levantarem a hipótese daquela freguesia transitar para o concelho de S. João da Madeira. Trata-se de uma possibilidade que, há alguns anos atrás, esteve na eminência de se concretizar, com o aval de muita gente com responsabilidades políticas de ambos os lados. Pessoalmente, concebo alguns ajustamentos ao nível das freguesias e a proposta que está em cima da mesa também o prevê em algumas situações. Não faz sentido que haja concelhos como o de Barcelos que tem 89 freguesias. Também não é fácil garantir um elevado nível de desenvolvimento num concelho com 31 freguesias como é o de Santa Maria da Feira e as evidências estão à vista de todos. Será, pois, muito natural que este tipo de cenários se venha até a concretizar, para bem das populações e para a sustentabilidade dos territórios. Por isso, tal como nos cartazes, eu também pergunto: Milheirós de Poiares para S. João da Madeira? Por que não?
No feriado de 11 de Outubro, paralelamente às comemorações da emancipação concelhia, havia uma zona da cidade com especial animação. Numa iniciativa inédita, designada por “A rua convida” os comerciantes da Rua Padre Américo e Alão de Morais promoveram animação de rua no sentido de dinamizar o comércio local. Passei por lá e gostei do que vi e pelo que me disseram o investimento nem foi significativo. Aliás, esta iniciativa deveria servir de exemplo à autarquia que podia bem sentir-se inspirada para fazer algo pelo comércio tradicional da nossa terra. Basta ir à Praça para percebermos que pouco ou nada tem sido feito nesta matéria, para além das múltiplas intervenções no espaço físico que têm por lá ocorrido mas que nada têm resolvido. E por isso é que é natural que os próprios comerciantes tomem as rédeas do assunto, como acontece nesta iniciativa e numa outra que motivou a criação de um grupo no Facebook (Compre no comércio Tradicional de São João da Madeira) e que tem como missão “reunir todos os comerciantes de S. João da Madeira para exporem as grandes vantagens em comprar no comércio tradicional”. Ainda bem que os sanjoanenses não se deixam dormir!

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