22 outubro 2011

Entre_linhas 140 (20outubro2011)

O monólogo “Prestar Contas”, da responsabilidade do Senhor Presidente da Câmara de S. João da Madeira na Rádio Regional Sanjoanense, tem também eco n’ O Regional, através de um resumo das frases mais importantes e as ideias mais relevantes, segundo o critério de quem tem a responsabilidade de as escolher, claro está. Provavelmente essas escolhas serão concertadas com o próprio Presidente da Câmara para que as mensagens a passar tenham toda a eficácia, o que é normal face à ausência total do salutar contraditório. Pois bem, de 7 frases escolhidas na semana passada, 3 delas são dedicadas a um único tema revelando que, portanto, existe um cuidado acrescido do Presidente da Câmara em tentar esclarecer tal melindroso assunto. Trata-se da aprovação, apenas com os votos do PSD, de uma proposta que visa uniformizar as rendas das habitações sociais, fazendo com que os inquilinos do regime de renda social transitem para o regime de renda apoiada. Estas alterações, segundo a própria Câmara Municipal, provocarão aumento de rendas na maioria dos casos e isso, nesta altura, é bastante perigoso sob o ponto de vista social. Estamos numa altura em que estão a ser pedidos sacrifícios às famílias portuguesas como não há memória, no sentido de fazer face a uma situação grave que o país atravessa. E é precisamente neste contexto que surge esta proposta. O Senhor Presidente da Câmara até refere que esta “actualização só peca por tardia” e até pode ter toda a razão, o que tenho sérias dúvidas. Contudo, pedir mais este sacrifício de encaixe de uma subida do valor de uma renda social (ou apoiada) não é oportuno nem é sensato. Poderão alguns dizer que os cálculos ainda não estão feitos, os valores não estão apurados e que os aumentos são uma incerteza. No entanto, como a própria Câmara assume, o saldo vai ser sempre para cima o que me parece imprudente sob o ponto de vista social. As más notícias é que não foi pelo facto da oposição na Câmara ter votado contra esta proposta que ela deixou de passar. A maioria que governa a nossa autarquia lá fez valer, naturalmente, o seu peso e aprovou esta proposta que, do meu ponto de vista, acabará por constituir mais um feroz ataque às famílias mais desfavorecidas. E assim se vão cometendo mais injustiças na nossa terra e revelando as verdadeiras prioridades da Câmara.

Foi inaugurado o novo Centro de Dia da ACAIS, orçamentado em 700 mil euros, dos quais 298 mil oriundos do programa PARES (Programa de Alargamento da rede de equipamentos Sociais), 85 mil da Câmara Municipal e cerca de 320 mil da própria ACAIS. Trata-se de um equipamento importante que vem aumentar a capacidade de resposta às necessidades registadas no apoio aos mais idosos o que, só por si, é digno de registo. Trata-se de uma nova fase na vida desta instituição que já conquistou o respeito dos sanjoanenses e de todos os que, em particular, recorrem aos seus serviços. Tendo eu estado envolvido na direcção da ACAIS que teve a responsabilidade de abrir as portas da instituição em 2001, felicito os actuais dirigentes por este importante passo em frente, que coincide com a abertura de um edifício novo, mais moderno, mais completo e mais eficiente. O nosso concelho fica, assim, mais rico por ter uma maior capacidade de apoiar todos aqueles que, durante muitos anos, deram tudo de si para o crescimento da própria terra.

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