Entre_linhas 141 (27outubro2011)
O Governo, através do seu Plano Estratégico de Transportes, tem a intenção de encerrar a Linha do Vouga, que é o mesmo que dizer que o Governo quer mesmo abater o Vouguinha. Nesse documento consta então a seguinte proposta: “Desactivação, até ao final de 2011, do serviço de passageiros da Linha do Vouga, sendo assegurada a mobilidade das populações através de concessões rodoviárias”. Como é evidente, o que está por trás desta decisão são motivos meramente economicistas, numa tentativa desenfreada de reduzir custos em tudo aquilo que, à primeira vista, parece desnecessário. Todo o discurso oficial vai no sentido da dramatização extrema de toda a situação do país no sentido de justificar medidas que, é bom que se diga, consubstanciam prioridades e opções. Hoje é o Vouguinha, amanhã é o hospital, depois é a repartição de finanças e para a semana a Loja do Cidadão e uma escola qualquer. O mais perigoso de tudo isto é que o discurso começa a pegar e as pessoas até se começam a conformar. Nada mais errado! Ainda há bem pouco tempo, nas comemorações do centenário da linha, a administração da própria CP considerava esta linha como “fundamental para o transporte de passageiros e de mercadorias, assim como para a afirmação deste território no contexto da região onde se insere”, o que, aliás, motivou elevados investimentos tendo em vista a modernização da própria Linha. Já no final de 2009, Castro Almeida, na altura Presidente da Câmara de S. João da Madeira e candidato a mais um mandato, em campanha eleitoral apresentava um dos seus 10 objectivos como sendo a “implementação dos comboios frequentes que implica a construção de três novas estações”. De acordo com Castro Almeida, este seria “um projecto a longo prazo”, a primeira fase de um processo que ligaria S. João da Madeira por comboio com o metro do Porto. Esta decisão do Governo seria, portanto, um rude golpe nesta promessa eleitoral (neste objectivo, melhor falando) e, portanto, espero ver Castro Almeida a lutar contra este encerramento como o fez (e bem, aliás) no caso do hospital. Será bom vermos também os deputados eleitos pelo distrito de Aveiro a lutarem contra este encerramento, em particular aqueles que são do nosso concelho. Pedro Nuno Santos já manifestou a sua posição contra o encerramento. Falta agora saber o que pensará Paulo Cavaleiro, face a esta intenção do Governo que ele suporta na Assembleia da República. De qualquer modo, custa-me ver este tipo de coisas a ocorrerem no nosso país, com consequências na minha própria terra, dadas como adquiridas. Tenho receio de não reconhecer o nosso país daqui a quatro anos. A ver vamos!
Uma fábrica ardeu na zona industrial das travessas. A gravidade do incêndio, devido ao perigo de alastramento a fábricas vizinhas, deu eco à notícia, mesmo em órgãos de comunicação social nacionais. Foi notória a eficácia dos bombeiros, muitíssimo bem representados pelo nosso comandante Normando Oliveira que, para as televisões, dava conta da gravidade da situação e da estratégia e meios utilizados. Este acidente fez-me pensar se, de facto, teremos todos os meios necessários ao ataque a um episódio destes que, se alastrasse às fábricas de colas mesmo ali ao lado, poderia ter assumido proporções bem mais graves. Questiono-me também se as empresas estarão, elas próprias, conscientes de que estas situações podem acontecer e se conhecem os procedimentos a adoptar em casos semelhantes. Muitas certamente terão e era bom que as entidades concelhias ligadas à protecção civil pudessem ir apoiando as empresas no ajustamento dos seus planos de emergência. Não estamos em época para termos as nossas empresas desfocadas da sua actividade, que é produzir com a qualidade a que já nos habituaram.
Uma fábrica ardeu na zona industrial das travessas. A gravidade do incêndio, devido ao perigo de alastramento a fábricas vizinhas, deu eco à notícia, mesmo em órgãos de comunicação social nacionais. Foi notória a eficácia dos bombeiros, muitíssimo bem representados pelo nosso comandante Normando Oliveira que, para as televisões, dava conta da gravidade da situação e da estratégia e meios utilizados. Este acidente fez-me pensar se, de facto, teremos todos os meios necessários ao ataque a um episódio destes que, se alastrasse às fábricas de colas mesmo ali ao lado, poderia ter assumido proporções bem mais graves. Questiono-me também se as empresas estarão, elas próprias, conscientes de que estas situações podem acontecer e se conhecem os procedimentos a adoptar em casos semelhantes. Muitas certamente terão e era bom que as entidades concelhias ligadas à protecção civil pudessem ir apoiando as empresas no ajustamento dos seus planos de emergência. Não estamos em época para termos as nossas empresas desfocadas da sua actividade, que é produzir com a qualidade a que já nos habituaram.
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