18 novembro 2011

Entre_linhas 144 (17novembro2011)

Fará no próximo mês 10 anos que o PSD gere os destinos de S. João da Madeira, tendo como Presidente da Câmara Castro Almeida. Para o bem e para o mal, há traços identificadores das suas prioridades, da sua sensibilidade e do seu estilo, tema que, aliás, será abordado em futuras oportunidades. E em 10 anos essas prioridades, sensibilidade e estilo criaram certamente impactos sociais e económicos naquilo que S. João da Madeira é hoje. Como é evidente, há coisas que hoje somos e que hoje temos (e não temos) que não dependem exclusivamente das opções políticas locais, se bem que o que os cidadãos esperam é que os seus autarcas, em particular aqueles que são responsáveis pela condução dos destinos da sua cidade legitimados pelos votos dos seus conterrâneos, sejam implacáveis na defesa dos interesses colectivos. Ora, em 10 anos, concluíram-se várias obras que vinham de trás mas ainda não conseguimos concretizar outras como a renovação da Academia de Música ou a requalificação do Cinema Imperador. Na última década, renovou-se o parque escolar de S. João da Madeira mas, nos últimos 10 anos, deixou-se para trás, totalmente ao abandono, a piscina municipal e o pavilhão das travessas. Nos últimos 10 anos construiu-se o Centro Empresarial e Tecnológico, um projecto muito importante para a dinamização económica da Cidade, mas, do meu ponto de vista, não se valorizou o sector do calçado como este merecia. Nos últimos 10 anos ganhámos uma loja do cidadão de 2ª geração, mas, em particular os últimos meses estão a ser marcados pela perda de infra-estruturas tão importantes como são o Hospital (ou o seu esvaziamento) ou a Linha do Vouga. Nos últimos 10 anos deu-se grande importância a projectos de grande envergadura como o são a Casa das Artes e da Criatividade ou a Oliva Creative Factory mas também foi nos últimos 10 anos que se criaram os maiores problemas à vida e à dinâmica do Centro de Arte. Nos últimos 10 anos houve uma opção clara pelo material em detrimento de uma aposta no social, bastando olhar para o organograma da Câmara e contar o número de arquitectos ou engenheiros e contar o número de assistentes sociais. Nem de propósito, a semana passada o INE publicou os dados referentes ao poder de compra per capita relativos ao ano 2009. Em 2000, S. João da Madeira, era o 5º concelho com maior poder de compra do país mas em 2009 (quase 10 anos depois) a nossa terra caiu para o 13º lugar. Passados 10 anos, S. João da Madeira mudou, de facto. O balanço, esse, não é possível fazê-lo neste espaço, numa edição apenas. No entanto, nos últimos 10 anos, comparativamente com outros concelhos, os sanjoanenses baixaram o seu nível de poder de compra. E isto não é uma qualquer análise subjectiva da acção política desta Câmara. É um dado objectivo de como são hoje os sanjoanenses, passados 10 anos.

Animar e actualizar de forma permanente um website institucional é crucial para se conseguir a credibilidade necessária à repetição de visitas, no sentido de obter alguma informação concreta e que seja de confiança. Ora, o site da Câmara Municipal de S. João da madeira (www.cm-sjm.pt) parece não se importar com esta trivial máxima, a acreditar pelas coisas que por lá se encontram. Dou apenas quatro exemplos: o executivo camarário ainda se mantém inalterado mesmo após a substituição de um vereador do PS; O comandante dos Bombeiros ainda consta como sendo David Aleixo; o centro de Saúde ainda aparece na Rua Padre Américo e o Centro de Arte na Alão de Morais. Seria conveniente que a Câmara encontrasse um mecanismo que assegurasse que este tipo de coisas não se verificasse. É também a nossa imagem que está em causa!

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