16 março 2012

Entre_linhas 158 (15março2012)

Lembro-me da primeira vez que entrei na sala da Assembleia Municipal de S. João da Madeira para participar na minha primeira sessão como membro eleito pelo PS. Foi em janeiro de 1997 e era Presidente da Câmara Manuel Cambra. Ao longo de alguns anos, enquanto deputado municipal da oposição, travei inúmeros duelos políticos com Manuel Cambra, sem nunca ter deixado de o respeitar e até admirar. Quer queiramos quer não, foi um homem que acabou por marcar de forma bastante significativa a nossa cidade. Muitas das suas decisões tiveram impacto no concelho e condicionaram aquilo que hoje somos. Cometeu erros, alguns deles fruto de alguma teimosia que o caracterizava enquanto político, mas só não comete erros quem nada faz! Discordei dele inúmeras vezes, mas em democracia tudo isso é normal. Tive várias discussões com Manuel Cambra, algumas delas bem acesas, mas isso também é comum quando as pessoas estão convictas daquilo em que acreditam. Mas tudo isto foi feito sempre com o maior respeito por Manuel Cambra, uma figura incontornável da vida da nossa Cidade, da história da nossa democracia. E por isso é que não se compreende que passados 10 anos da sua saída da Câmara Municipal ainda não esteja o seu retrato no Salão Nobre do Fórum Municipal juntamente com anteriores Presidentes da Câmara. O Partido Socialista foi oposição forte a Manuel Cambra mas o Partido Socialista sabe e consegue reconhecer que este homem dedicou grande parte da sua vida ativa ao desenvolvimento da nossa terra, exigindo-se, portanto, que a própria cidade o reconheça publicamente. Por diversas vezes o PS levantou este assunto na Câmara Municipal e por diversas vezes ouviu a concordância do executivo no sentido de levar por diante pelo menos a tal ação de colocação do retrato de Manuel Cambra no Salão Nobre, o mínimo que, aliás, se pode esperar. O assunto foi levantado esta semana novamente pelos vereadores do PS e mais uma vez a resposta foi no mesmo sentido, de que estão a ser desenvolvidos esforços com esse objetivo. Sinceramente, seria muito importante para a Cidade que este ato de justiça fosse concretizado. Manuel Cambra mais do que merecer, tem esse direito!

São vários os sanjoanenses por esse país fora que dão cartas nas mais variadas áreas. Moda, desporto, gestão empresarial, ciência, artes, são algumas dessas áreas. A semana passada tivemos conhecimento que uma sanjoanense, Cíntia Gil, passou a integrar a direção da Apordoc - Associação pelo Documentário, responsável pela realização do festival internacional de cinema doclisboa, cuja décima edição decorre no próximo mês de outubro. É sempre agradável ouvir o nome da nossa terra pelos melhores motivos e por isso é que temos a obrigação de prestar homenagem aos protagonistas. Esta foi a melhor forma que encontrei para o fazer. Parabéns, Cíntia!

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