06 abril 2012

Entre_linhas 161 (5abril2012)

São públicas e notórias as graves dificuldades financeiras da ADS (Associação Desportiva Sanjoanense) que têm, aliás, gerado grande instabilidade na gestão do próprio clube. Ser dirigente desportivo nesta altura, tendo pela frente um clube com os problemas com aqueles que a Sanjoanense apresenta, é um ato de coragem mas também de grande apreço pelo clube da terra que, convém referir, proporciona a milhares de jovens sanjoanenses a prática desportiva. Esta semana, tal como o vice-presidente Vasco Gama e o diretor do departamento de futebol sénior Alfredo Silva, o meu amigo José Brito demitiu-se das funções de treinador da equipa sénior e de coordenador da formação de futebol, o que constitui uma grande perda para toda a estrutura, tal é a qualidade do seu trabalho. O próprio presidente do clube, a quem endereço um abraço de apreço, já anunciou que colocará o seu lugar à disposição na Assembleia Geral prevista para esta noite, fazendo antever novos problemas, caso se venha a verificar um vazio diretivo. Não é fácil a situação, de facto. No entanto, estou certo de que serão encontradas soluções que possam trazer alguma estabilidade à Sanjoanense para que possa levar por diante um projeto que permita criar as condições de sustentabilidade financeira do clube. A cidade precisa que a ADS encontre o seu caminho. Esperemos que a Assembleia de hoje ajude nesse sentido.

Nos dias que correm, ainda por cima num contexto de grave crise económica e financeira, o exercício da atividade política é visto de forma não muito abonatória. Apesar de muitos acharem que foram, em geral, os políticos que nos trouxeram a esta situação, eu sou daqueles que acreditam que é através da política que conseguiremos criar as condições que nos permitirão dar passos em frente, no sentido da esperança num futuro melhor e da construção de um mundo mais justo. Desvalorizar a atividade política, denegrir aqueles que, de forma profissional ou não, se dedicam à política, entrar na tentação que dizer que os políticos são todos iguais, é criar ainda mais problemas à nossa democracia e à nossa vida coletiva. Embora reconheça que os tempos não estão fáceis e que seria bem mais cómodo deixar estes momentos atribulados passarem, considerei que estava na hora de avançar para a liderança de um projeto que visa, acima de tudo, renovar a ambição do Partido Socialista local e, consequentemente, da própria cidade. Decidi, portanto, candidatar-me à presidência da Comissão Política concelhia do PS com uma forte determinação em dar o meu contributo para que o PS se torne ainda mais forte, mais interventivo e com a capacidade bastante para, ativamente, contribuir para a construção de uma cidade mais solidária e sustentável.

A propósito, há duas semanas atrás, o meu amigo Paulo Guimarães que, tal como eu, partilha neste mesmo jornal as suas opiniões semanalmente, referiu-se precisamente à minha candidatura à liderança do Partido Socialista de S. João da Madeira. E fê-lo de forma simpática, cordial e com grande amizade, apesar de estarmos em lados opostos da luta política. Endereço-lhe, portanto, um abraço de agradecimento por tal referência.

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