06 setembro 2012

Entre_linhas 175 (6setembro2012)

Entramos em Agosto com os Jogos Olímpicos no seu auge. No final, o balanço, feito através da contagem do número de medalhas, não foi grande coisa. De qualquer modo, quem olhou atentamente para a competição, com um olho em Londres e outro no nosso país, percebe que há um trabalho enorme a fazer e que, portanto, não podia o desfecho ter sido outro. Independentemente de resultados, quando vi na televisão a Ana Rodrigues, nadadora da AEJ treinada pelo Luís Ferreira, senti um orgulho enorme e não consegui evitar um nervoso miudinho. Os olhos inocentes dos meus filhos acompanharam comigo aqueles segundos em que a nossa conterrânea, que frequenta a mesma piscina que eles, competia com as melhores do mundo, sem perceberem ainda a dimensão daquele feito. Eu só perguntava para mim mesmo como é que isto foi possível! Como foi possível termos uma atleta sanjoanense, com 18 anos, nadadora da AEJ a competir àquele nível!?! É por isso que tenho que agradecer, temos que agradecer, a todos aqueles que nos últimos anos construíram a AEJ que, mesmo num cenário de poucos apoios por parte de quem nos governa, conseguiu elevar o nome da nossa terra ao mais alto nível do desporto mundial. Apoiar as associações, libertá-las de preocupações que não aquelas para as quais estão efetivamente vocacionadas, vale a pena! A presença da Ana em Londres foi, certamente, uma grande lição nesse sentido. O meu desejo é que daqui para a frente, a nossa autarquia olhe para a AEJ e para o movimento associativo da cidade de outra forma e não se reduza apenas a utilizar as capas dos boletins municipais nos momentos de consagração.

Setembro é associado, geralmente, ao final de férias, para quem as conseguiu ter. Na verdade, esta é uma altura em que era suposto estarmos com as forças retemperadas, cheios de ânimo para mais um ano de luta no sentido de termos uma vida melhor, uma vida que faça mais sentido. Infelizmente, não é realidade da maioria das famílias portuguesas. Todos sabemos os sacrifícios que foram pedidos no último ano aos portugueses, às famílias e às empresas de todos os sectores. Prometeram-nos que esses sacrifícios eram necessários com vista a atingirmos um objetivo, garantiram-nos que o caminho era aquele, o da austeridade “custe o que custar”, que não havia outro. Pois bem, um ano depois o resultado está à vista de todos: o desemprego está acima de limites insustentáveis, as famílias estão sufocadas pela carga fiscal e, pasme-se, o défice não está no valor que devia estar. A justificação que nos dão é que a receita não chegou aos níveis esperados mas, na verdade, não é necessário sermos economistas para percebermos que o resultado não podia ser outro. Neste preciso momento a equipa da Troika está em Portugal para mais uma avaliação e o que verificará é isso mesmo: que a receita que nos “vendeu” não está a dar certo. Espero que o Governo PSD/CDS faça aquilo que tem que realmente fazer: defender os interesses de todos os portugueses, do nosso país. Pelo menos para que, no próximo setembro, eu reinicie o meu Entre_linhas num registo de maior esperança.

Se olharmos para a nossa fatura da água, apenas vislumbramos 3 parcelas, para além do IVA: consumo, tarifa de disponibilidade e Resíduos Sólidos Urbanos. Esta informação, comparada com aquela que outros municípios disponibilizam nas faturas que enviam aos seus munícipes, é muito limitada e até vai permitindo que se alimentem mitos como aquele que nos querem fazer crer que pagamos menos por este serviço que a maioria dos cidadãos de concelhos à nossa volta. Sobre isso, falarei mais adiante. Por agora, apenas refiro o estudo da DECO que identifica os 22 municípios com estrutura tarifária ineficiente. Um deles qual é? Pois bem, precisamente o nosso! Confira esta realidade objetiva em http://www.deco.proteste.pt/alimentacao/agua/noticia/agua-tarifarios-ineficientes-em-22-municipios

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