15 março 2008

Uma semana em cheio!

Todos se lembrarão da estratégia política que Durão Barroso adoptou quando tomou posse como Primeiro-Ministro de Portugal. O célebre discurso da “tanga” foi assumido numa tentativa de baixar a fasquia e de jogar à defesa para o caso dos resultados pudessem vir a ser fracos. Na verdade, foi isso mesmo que aconteceu. Os impactos das medidas tomadas foram praticamente nulos e o tal discurso da “tanga”, ele próprio, criou ainda mais problemas à economia portuguesa e à vida dos portugueses. A dramatização excessiva e exagerada foi, de facto, contraproducente.

Desde o início que também este Governo deixou clara a sua estratégia. Falar a verdade e assumir de frente e com determinação a execução das políticas que considerou necessárias à resolução dos graves problemas que o país atravessa, mesmo que muitas vezes consideradas impopulares. Após três anos de governação, os resultados vão aparecendo e revelando, claramente, que as coisas estão diferentes. Por exemplo, nesta precisa semana em que escrevo esta crónica, foi, a esse nível, uma semana em cheio. Ficámos a saber, por exemplo, que:

1. No ano passado, as empresas portuguesas registaram 1266 marcas comunitárias, constituindo um crescimento de 22% em 2007 face a 2006. Portugal foi mesmo o país da Europa dos 15 que mais cresceu nos últimos anos (especialmente entre 2005 e 2007) em número de Marcas Comunitárias per capita, tendo já ultrapassado a França. Recorde-se que estamos perante um indicador importante do dinamismo das economias, sendo este um claro sinal de agressividade comercial e capacidade para entrar em mercados normalmente exigentes e sofisticados.

2. Foi publicado em Bruxelas o European Innovation Scoreboard, onde Portugal aparece como o 7.º país com maior progresso relativo no que se refere à performance em inovação. Este resultado permitiu igualmente que Portugal subisse um lugar neste importante ranking internacional que vem monitorizando vários indicadores relacionados com inovação e tecnologia.

3. Segundo o Instituto Nacional de Estatística, em 2007, o PIB português cresceu 1,9%. No último trimestre de 2007, esse crescimento foi mesmo superior às expectativas de vários observadores, situando-se nos 2%. Ora, apesar de desvalorizada pelo PSD, esta taxa de crescimento anual do PIB em 2007 foi “só” a mais elevada desde 2001, ainda por cima numa altura em que a economia mundial vem sofrendo, como se sabe, enormes oscilações.

4. Em termos de desemprego, os números avançados pelo INE para o 4º trimestre de 2007, apontavam para uma taxa de desemprego de 7,8%, inferior em 0,1 pontos percentuais (p.p). à registada no 3º trimestre e em 0,4 p.p. face ao trimestre homólogo de 2006.

Para alguns tudo isto parecerá pouco. Mas não é! E muitos dos que dizem que é pouco, não o conseguiram fazer quando, num passado recente, estiveram a dirigir os destinos do nosso país. Não adianta, portanto, tentar voltar ao discurso da “tanga” e aos cenários pessimistas e depressivos! A estratégia hoje, felizmente, é bem outra! Menos conversa, mais trabalho e muita determinação! Só assim é que os resultados vão aparecendo!

Publicado no jornal Labor e Acção Socialista.