30 setembro 2010

Entre_linhas 98 (30set2010)

Quem visitou a mostra Portugal Tecnológico que se realizou entre 22 e 26 de Setembro em Lisboa, percebeu que o Portugal real, felizmente, é composto por pessoas e organizações que optam por uma postura bem diferente daquela que é adoptada por muitos derrotistas que por aí andam. No Portugal Tecnológico, eu vi, de facto, um país mais moderno, mais dinâmico, mais empreendedor e mais confiante do que aquele que muitos pessimistas nos estão a tentar vender. Eu assisti a uma nova forma de ver a energia e a mobilidade, toquei na inovação e vi empresas portuguesas inconformadas, ambiciosas e lutadoras, a apresentarem com orgulho os seus produtos que, nalguns casos, já dão cartas lá fora. Vi capacidade exportadora e senti mobilização. Tomei contacto com serviços públicos mais modernos, mais centrados nas necessidades dos cidadãos e das empresas e contactei com Universidades cada vez mais próximas da realidade das empresas. Naquela mostra vivi o ambiente das novas escolas portuguesas e constatei o dinamismo presente nas diferentes regiões portuguesas. Senti o bom gosto, a tecnologia, a cultura, a arte e a modernidade. É verdade que o país atravessa graves dificuldades. Mas também é verdade que precisamos de replicar os bons exemplos, de puxar por eles, de os enaltecer, de os mostrar porque também são realidades do nosso país! O optimismo e a confiança no futuro, a esperança e a mobilização colectiva deveriam ser, mais do que nunca, as palavras de ordem! http://www.portugaltecnologico.fil.pt

Um espaço naquela mostra tecnológica revestiu-se para mim de especial interesse. Ao passar pelo stand dedicado à Educação, vi gente conhecida, vi os meus colegas e os alunos da minha escola, da Serafim Leite. 19 alunos e 7 professores apresentavam ao país três projectos: a Plataforma Web ProSerafim; a Estampagem Automática e o Movimento Sob Controlo. A comitiva que inaugurava a Feira presidida pelo Primeiro-Ministro, surpreendida pela dinâmica gerada à volta daquele espaço, não deixou de se aproximar. E viu aquilo a que já estamos habituados: uma energia contagiante daqueles professores e alunos que dignificam, e de que maneira, a nossa cidade de S. João da Madeira, a nossa comunidade educativa. Confesso que sou um “bocadinho” tendencioso, uma vez que aquela é também a minha escola, apesar de não estar a leccionar há já algum tempo. De qualquer modo, não queria deixar de partilhar com os leitores d’ O Regional o grande orgulho que senti ao ver os meus amigos a brilhar! Até o Primeiro-Ministro quis ficar na foto!





A semana passada o Ministério da Educação publicou os resultados de um inquérito sobre a utilização de computadores e de recursos educativos digitais em processos de ensino e aprendizagem no 1º ciclo do Ensino Básico. Responderam 9.473 professores, 74% dos quais consideram o programa e-Escolinha Bom, Muito Bom ou Excelente. A propósito destes resultados, o Jornal Público colocava numa notícia o seguinte título: “Magalhães: quase metade dos professores utiliza-o apenas uma vez por semana”. Analisando os dados com maior detalhe, de facto, 49% dos professores declararam utilizar o Magalhães apenas uma vez por semana. No entanto, se eu fosse jornalista, preferia ter usado outro título: “Magalhães: metade dos professores utiliza-o dois dias ou mais por semana”. É a velha história do copo meio cheio e do copo meio vazio! Neste caso, eu cá prefiro enaltecer o que se faz a sublinhar o que não se faz! Pontos de vista, portanto! http://www.gepe.min-edu.pt

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24 setembro 2010

Entre_linhas 97 (23set2010)

As redes sociais permitem-nos recuar no tempo e trazer à memória tempos mais ou menos distantes. Descobri recentemente no Facebook um espaço dedicado à partilha de informações, vivências e experiências relacionadas com a antiga Escola Industrial de S. João da Madeira (Escola Industrial Eisjm), actual Escola Secundária Serafim Leite. Até já se fazem encontros presenciais e almoços, imagine-se! As fotos que por lá circulam, as notas, as descrições, os vídeos e os comentários fazem daquele espaço um local de encontro, muitas vezes de pessoas que já não se falam há décadas. Se trabalhou ou estudou naquela escola, passe por lá. E isto também vale para aqueles que, como eu, já andaram na N.º 1 ou na Serafim Leite. Porque esta será sempre conhecida pela Escola Industrial.

Já que estamos a falar de memórias, todos nos lembramos das sapatilhas Sanjo, fabricadas em S. João da Madeira e que foram uma marca de referência para a juventude, não só de S. João da Madeira mas do país. O Museu da Chapelaria quer “retirá-las dos armários, gavetas, arrecadações ou arrumos, ou de onde estejam escondidas, para que possam participar na grande Exposição” que está prevista para Outubro deste ano. Para tal, o Museu está a fazer um apelo a todos os que possuem algum par das históricas sapatilhas Sanjo, no sentido de as emprestar ou doar para a exposição. Para tal é só enviar um e-mail para museu.chapelaria@gmail.com ou contactar aquele espaço da forma que entender. Infelizmente, as minhas já se foram! A falta de espaço e a rinite alérgica não perdoam! Vá lá, procure no arrumo aquelas brancas! http://museudachapelaria.blogspot.com

A «CURTA» é uma mostra de curtas- -metragens de S. João da Madeira que este ano tem como convidados especiais Nuno Rocha, vencedor da melhor curta no prémio Zon Criatividade, e Jorge Pelicano, repórter de imagem da SIC e autor do filme «Pare, Escute e Olhe». Trata-se da 3.ª edição de uma iniciativa que visa estimular o gosto pela sétima arte e incentivar jovens talentos a apresentar publicamente os seus trabalhos. Entre os dias 4 e 6 de Novembro deste ano, no auditório dos Paços da Cultura de S. João da Madeira, serão projectadas diversas películas de todo o país, estando ainda prevista, para o dia 6 de Novembro, a realização de workshops gratuitos para públicos acima dos 8 anos de idade. A organização desta iniciativa está a cargo da «Teia dos Sentidos – Associação Cultural». Para mais informações, visite http://acurtasjm.blogspot.com

Segundo o Terras da Feira, pelos vistos, a Câmara Municipal de Santa Maria da Feira apresentou à Estradas de Portugal uma proposta com vista à construção de três rotundas na Estrada Nacional (EN) 223. Quem vai de S. João da Madeira à Feira apanhar a A1 sabe bem de que é que estou a falar! Trata-se de um problema que existe há anos e que afecta não só quem mora em S. João, mas também quem trabalha e quem visita a nossa terra. É uma situação absolutamente inaceitável e que, sem margem para dúvida, tem prejudicado muito S. João da Madeira e os sanjoanenses. Perante este problema, quer a Câmara da Feira quer a de S. João têm mostrado, ao longo de todos estes anos, uma irritante passividade e falta de empenho pela resolução de um dos mais graves problemas de acessibilidade desta região. Cheira-me que os autarcas do PSD virão agora aos jornais defender que este sim, este investimento público é que é dos bons! E, convenhamos, é mesmo! Como já o era há 20 anos atrás! Vamos lá ver se é desta que temos solução.

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17 setembro 2010

Entre_linhas 96 (16set2010)

A imprensa regional brinda-nos muitas vezes com peças que têm a capacidade de nos fazer despertar emoções várias. De facto, as notícias e os artigos de opinião que lemos e as pessoas que reconhecemos são-nos, na maioria das vezes, familiares, dizem respeito à nossa rua, ao nosso grupo de amigos ou familiares, à nossa vida colectiva mais próxima. Ora, n’O Regional’ depois de férias, o amigo José Manuel Bastos assinou um artigo que opinião que teve exactamente esse efeito. Basta passar os olhos nos comentários on-line no site do jornal ou no mural do Facebook do José Manuel para se ter essa percepção. Pois bem, o artigo falava do Largo do Souto, aquele que era, para José Manuel Bastos, “o centro do mundo, do tempo da minha infância. E o de muita gente. Um centro de pessoas de grande criatividade.” Ao ler o texto, recuamos no tempo, mesmo a um tempo que muitos dos leitores, como eu, só conhecemos das histórias contadas pelos nossos pais ou familiares. No meu caso, a minha família também foi visada, quando o meu arquitecto amigo se refere ao “senhor José e esposa [meus avós, embora haja um lapso no nome, uma vez que o meu avô era Alberto], ele sempre sereno, simpático, impoluto, experimentado motorista de transportes de carga, e os seus admiráveis filhos Natália, Alberto (engenheiro electrotécnico), Américo (ex-Vereador, empresário de sucesso) [meus tios], Conceição [minha mãe] e Fernanda [minha tia].” Felicitei (e volto desta forma a fazê-lo) o meu amigo José Manuel Bastos pelo artigo que, certamente, terá tocado no coração de muitos sanjoanenses e que nos obriga a esperar, com ansiedade o que aí vem. Sim, porque há a promessa de revelar “Cartas que nunca foram e outras que não saíram da gaveta”. (Veja o texto aqui)

A semana passada, tal como muitos o fizeram, felicitei a nossa campeã Ana Rodrigues e o respectivo treinador pela medalha conseguida recentemente nos Jogos Olímpicos da Juventude. Ora, sabe-se agora que a Câmara Municipal está disposta a ajustar o apoio que já dá à nadadora. Quem olha para as nossas piscinas terá que valorizar ainda mais a Ana pelo feito conseguido. De facto, as condições são deprimentes e decadentes até para lazer, quanto mais para competição. Espero, sinceramente, que esta oportunidade seja aproveitada para levar por diante o investimento necessário nas nossas piscinas porque, quem sabe, se não surgirão novos campeões, mais prestígio para a nossa terra e mais qualidade de vida aos sanjoanenses. Mais vale tarde do que nunca! Também por isso, por trazer o tema para a berlinda, a Ana está de parabéns!

Começou mais um ano lectivo. Para as crianças e para os pais são momentos de grande agitação e alguma ansiedade. Afinal de contas, é uma nova etapa nas suas vidas e, portanto, as melhores condições para as nossas escolas são esperadas e desejadas. Para a contratação de porteiros, o município atribuiu às associações de pais das EB1 do concelho um subsídio de 21 mil euros De facto, a tarefa do porteiro reveste-se da maior importância, uma vez que protege a segurança das crianças, tranquiliza os pais e facilita muito a tarefa de pessoal docente e não docente. Do meu ponto de vista esta é, de facto, uma medida importante para a comunidade educativa sanjoanense que, afinal de contas, directa ou indirectamente, somos todos nós.

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09 setembro 2010

Entre_linhas 95 (9set2010)

Neste retomar do Entre_linhas, inevitável será fazer um primeiro destaque muito especial ao facto da nadadora de São João da Madeira, Ana Rodrigues, ter concluído em terceiro lugar a final dos 50 metros bruços nos Jogos Olímpicos da Juventude, realizados em Singapura, conseguindo desta forma arrecadar a medalha de bronze para Portugal. Esta jovem atleta da Associação Estamos Juntos (AEJ), treinada pelo meu homónimo e amigo Luís Ferreira, obteve, assim, mais um brilhante resultado, que nos enche de orgulho e que até colocou o nome da nossa terra em todos os jornais, rádios e televisões nacionais. Recorde-se que Ana Rodrigues é detentora do recorde nacional júnior desta prova (com o tempo 31m92s), obtido ainda em Março de 2010, na Polónia. Sem querer levantar muito a fasquia, estamos já à espera dos Jogos Olímpicos “dos grandes” para ver no que é que isto dá! Força, Ana! E parabéns também ao treinador!

Ora, mas para que a Ana Rodrigues continue a conseguir e até melhorar estas brilhantes marcas, terá que ter acesso a condições de treino ideais, nomeadamente ao nível da piscina compatível com a exigência da alta competição. Curiosamente, um clube que possui uma piscina olímpica que tanto jeito fazia na nossa cidade, acabou esta semana com a modalidade de natação de competição por questões de ordem financeira. Acontece que a direcção desse clube (O Belenenses) é presidida pelo deputado do CDS- -PP, João Almeida que, como sabemos, foi candidato à Assembleia Municipal de S. João da Madeira pelo CDS-PP nas últimas autárquicas. Esta coincidência leva--me a dizer que “Deus dá pão a quem não tem dentes”!

O processo conhecido por “Caso Pia” finalizou mais uma etapa da sua já longa vida. Houve seis condenações mas já sabemos que os recursos serão uma realidade e, consequentemente, garantirão por mais uns tempos o estatuto de inocente a todos os implicados. É assim num Estado de Direito e é assim que deve ser, independentemente de todos concordarmos que é, de facto, muito tempo para se concluir um processo com esta gravidade e com esta visibilidade pública. Até ao veredicto final, os cidadãos que se preocupam com estas questões têm que viver com a realidade de uma “dupla presunção” (expressão não é da minha autoria): se por um lado os arguidos se presumem inocentes, não é menos verdade que os cidadãos também presumem que a Justiça funciona e que não iria cometer um erro tão grosseiro de condenar erradamente, mesmo nesta fase, todas estas seis pessoas. De facto, esta “dupla presunção” é inquietante e só há uma forma de a sustermos. É conseguir que o processo termine para que, no final, os inocentes sejam ilibados, os culpados condenados e a Justiça, também ela, saia bem de tudo isto. Pelo menos para que os cidadãos continuem a presumir que ela funciona.

A floresta portuguesa ardeu este ano de forma bastante intensa, tendo o distrito de Aveiro sido um dos mais sacrificados. E este facto mostra que todos os meios são poucos quando as condições são adversas. Este combate é de todos nós, cidadãos, e não apenas dos aviões canadairs e dos bombeiros. A prevenção é, de facto, a chave para esta questão e aí todos temos algo a fazer, todos temos as nossas responsabilidades. Esperemos que as imagens televisivas venham a sensibilizar todos os portugueses para a necessidade de preservarmos a nossa floresta.

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