26 junho 2009

Entre_linhas 53 (25jun2009)

Foi com imensa tristeza que recebi a notícia da morte de Carlos Candal, um histórico do Partido Socialista (Partido onde milito), de Aveiro (o meu distrito, a minha Federação). Quando Candal falava nas reuniões partidárias, prendia a atenção de todos com as suas análises políticas sábias, inteligentes, muitas vezes subtis mas sempre acompanhadas de um humor fino que o caracterizava. Imagens de marca: frontalidade e o charuto! Era um Homem de esquerda, da esquerda democrática. Candal lutou pela liberdade, deu tudo pela construção de um país mais justo e mais solidário. Fundador do PS, orgulho-me de ter vivido alguns anos no seu tempo e sinto-me com sorte por ter escutado, ao vivo, muitas das suas intervenções políticas! Em jeito de homenagem, deixei no meu blog pessoal a transcrição do documento histórico da sua autoria que tanta polémica causou. A frase célebre "Ó António, já leste o papel?" põe a descoberto aquilo que acontece muito no nosso país: fala-se muito do que se desconhece! Não deixem de ler o "BREVE MANIFESTO ANTI-PORTAS EM PORTUGUÊS SUAVE" que, na minha opinião, é dos textos políticos mais brilhantes que guardo na memória! Até sempre, camarada! (Homenagem)

Os exames começaram e alguns resultados já são públicos, pelo menos ao nível das provas de aferição do 4º e 6º anos. Como habitualmente, são escritas e publicadas muitas opiniões, geralmente pouco fundamentadas, acerca do seu grau de dificuldade. Impressiona-me, por um lado, a ligeireza como alguns vão exprimindo a sua indignação face à alegada facilidade que os alunos revelaram na elaboração da prova e, por outro, no caso das provas de aferição, a desvalorização que se faz das melhorias, ainda que ligeiras, verificadas nos resultados. Estamos numa altura em que todos falam sobre tudo, com uma autoridade e com um conhecimento de causa que faz com que pareçam especialistas em todo e qualquer assunto. Depois, quando os resultados pioram condena-se os professores por não conseguirem fazer com que os seus alunos tenham bons resultados. Se os resultados melhoram é porque os exames são fáceis demais e os professores que conceberam as provas foram instrumentalizados pela Ministra da Educação que só trabalha para as estatísticas. Haja santa paciência! Cá por mim, neste caso concreto em que houve uma melhoria dos resultados nas provas de aferição, prefiro acreditar que se verificou uma melhoria das competências dos alunos, melhoria essa que também é fruto do trabalho dedicado dos seus professores, dentro e fora da sala de aula. http://www.gave.min-edu.pt

Se me perguntarem se as eleições legislativas e autárquicas deveriam ser no mesmo dia eu respondo: obviamente que não! Por favor, não misturemos duas discussões acerca de escolhas que são muito diferentes!

19 junho 2009

Europeias de A a Z

Abstenção. Palavra mais ouvida por essa Europa fora, após o apuramento dos resultados oficiais. Em Portugal atingiu os 63,2%, um valor superior ao registado em 2004 (61,3%). Importa reflectir o que leva tanta gente a ficar à margem das escolhas dos seus representantes democráticos.


Bloco de Esquerda. Um dos partidos vencedores destas eleições. Conseguiram eleger 3 deputados, atingiram o estatuto de 3º partido político com mais votos e tiveram mais 215 mil votos do que em 2004. Parece certo que muito do eleitorado que tradicionalmente vota PS se deslocou nestas eleições para o Bloco e o PS não poderá ignorar este sinal.


Castro Almeida. Apesar de pertencer a uma das famílias políticas vencedoras, não deixa de ser um dos derrotados. Não nos podemos esquecer que foi um dos opositores à solução apresentada pela líder do PSD para cabeça de lista. Apesar de tudo, lá estava, na noite da consagração, a festejar a vitória do grupo. Tudo normal em política!


Durão Barroso. Tem a reeleição como Presidente da Comissão Europeia praticamente garantida. A sua família política mais directa venceu e conta ainda com o apoio de alguns socialistas. A Matemática não perdoa!


Europa. Acaba por sair fragilizada por dois motivos. Por um lado por causa da elevada taxa de abstenção que se registou na generalidade dos países (57%) e, por outro, pelo facto de terem sido eleitos representantes de partidos de extrema-direita e euro-cépticos. Não vai ser fácil segurar os 736 deputados eleitos!


Ferreira Leite. Teve uma vitória inequívoca, com mais votos e com mais deputados eleitos que qualquer outro partido. E isto após uma escolha interna não consensual de Rangel para encabeçar a lista. Não lhe podia ter corrido melhor a noite!


Governo. Ouviu-se falar em ilegitimidade na governação nos próximos meses, enquanto não se realizam as legislativas. Era só o que nos faltava termos agora o país parado, em plena crise, com as empresas e os cidadãos a necessitarem, mais do que nunca, de apoio. Obviamente deve continuar a resolver os problemas do país.


Hortaliça. Voltamos a ver Paulo Portas pelas feiras e a insistir no discurso defensor da agricultura. Hipocrisia podia ser igualmente a palavra escolhida para esta estratégia!


Irmãos Portas. Não deixa de ser curioso vê-los, de lados diametralmente opostos, a lutarem pelas suas convicções. Ganharam os dois!


José Sócrates. Um dos derrotados da noite, enquanto secretário-geral do Partido Socialista. Assumiu-o na própria noite eleitoral mas deixou bem claro que a perda desta batalha não o faz perder ânimo na governação. Determinação não lhe falta!


Legislativas. Há quem queira antecipar os resultados das próximas legislativas olhando apenas para o resultado das Europeias. São momentos eleitorais muito diferentes e os eleitores sabem bem isso. Só em Setembro é que os portugueses escolherão um Governo e um Primeiro-Ministro entre as opções que já estão em cima da mesa.


Mobilização. Esta derrota do PS servirá, estou certo, para mobilizar não só os militantes mas também todos os portugueses para os tempos que se avizinham. O que está em causa agora é a escolha do próximo Governo e isso levará mais gente às urnas. Este abanão acaba por ter este lado positivo!


Namoro. Obviamente que a soma dos votos do PSD e do CDS-PP (40%) já originou uns piropos entre estes dois partidos que, num passado recente, já estiveram casados. Há a possibilidade de isso voltar a acontecer mas para tal terão que iniciar novamente o namoro. Vejamos o que as próximas semanas nos reservam!


Ouvir. Há que saber fazê-lo nos próximos meses. Ouvir as pessoas, perceber o que as preocupa e o que anseiam, numa lógica de proximidade. Este aspecto será crucial na estratégia de qualquer partido.


PCP/PEV. Esta coligação (CDU) manteve dois eurodeputados e teve mais 70 mil votos do que em 2004. No entanto, foram ultrapassados pelo Bloco o que não os deve deixar totalmente tranquilos.


Queda. O PS teve-a de forma bastante acentuada. Perdeu 5 deputados e mais de meio milhão de votos. A reflexão será imprescindível!


Rangel. De praticamente desconhecido, após passagem pela liderança da bancada do PSD na Assembleia da República, venceu o combate. Usou muitas vezes a arma da demagogia e centrou toda a estratégia na discussão dos assuntos internos de Portugal, relegando para segundo plano a discussão em torno da Europa. Uma estratégia que acabou por sair vencedora, apesar de tudo!


Sondagens. As publicadas em Portugal saíram quase todas furadas. Na noite eleitoral os administradores das empresas autoras das sondagens não devem ter dormido tranquilamente. E não é motivo para menos!


TIC. Foi interessante verificar a utilização de tecnologias por parte dos vários partidos na comunicação com os eleitores. A Internet foi, de facto, um canal importante para a propagação das mensagens. E ainda bem!


União Europeia. Precisa de resolver ainda alguns problemas internos que impedem a criação de um espaço único com o qual os cidadãos dos 27 Estados Membros se identifiquem. A elevada taxa de abstenção por toda a Europa assim o demonstra. Era útil, por exemplo, a entrada em vigor do Tratado de Lisboa.


Vital Moreira. Protagonizou uma campanha digna, tendo sido o alvo dos fortes ataques contra um Governo que, apesar de tudo, é suportado pelo Partido que apresentou a lista que o teve como cabeça. Tentou falar da Europa mas nos outros 12 partidos, não encontrava qualquer interesse em falar do tema. Como socialista, estou orgulhoso do seu desempenho.


Xutos e Pontapés. “Sem eira nem beira” foi uma música deste grupo rock que muitos tentaram transformar num manifesto contra o Governo. E isto apesar do próprio Zé Pedro ter referido que qualquer aproveitamento da música para criticar e contestar o Governo não iria receber a solidariedade do grupo.


Zimbabwe. Dos 286 inscritos neste núcleo de emigração, só 13 foram votar. O CDS e o PSD tiveram 6 votos e o Bloco 1 voto. Curioso o facto de ter sido com os votos da emigração que o Bloco conseguiu a eleição do terceiro deputado.

Artigo publicado no Jornal Labor de 18 de Junho de 2009.

18 junho 2009

Morreu Carlos Candal



Foi com imensa tristeza que recebi hoje a notícia da morte de Carlos Candal, um histórico do Partido Socialista (Partido onde milito), de Aveiro (o meu distrito, a minha Federação). Quando Candal falava nas reuniões partidárias, todos o ouviam, prendia a atenção de todos com suas análises políticas sábias, inteligentes, muitas vezes subtis mas sempre acompanhadas de um humor fino que o caracterizava. Imagens de marca: frontalidade e o charuto! Era um Homem de esquerda, da esquerda democrática.

Candal lutou pela liberdade, deu tudo pela construção de um país mais justo e mais solidário. Fundador do PS, orgulho-me de ter vivido alguns anos no seu tempo e sinto-me com sorte por ter escutado, ao vivo, muitas das suas intervenções políticas! Vou ter saudades de Carlos Candal!

Deixo a transcrição do documento histórico da sua autoria que tanta polémica causou. A frase célebre "Ó António, já leste o papel?" põe a descoberto aquilo que acontece muito no nosso país: fala-se muito do que se desconhece! E vocês já leram o papel? Deixo-vos, em jeito de homenagem a Carlos Candal, o tal "BREVE MANIFESTO ANTI-PORTAS EM PORTUGUÊS SUAVE" que, na minha opinião, é dos textos políticos mais brilhantes que guardo na memória! Até sempre, Candal! Até sempre, camarada!



BREVE MANIFESTO ANTI-PORTAS EM PORTUGUÊS SUAVE

«Real Senhor ía passando… Encostado à bananeira, diz o preto para preta: está bonita a brincadeira.”
1.- Estava eu ‘posto em sossego’ – aprestando o barquito da família para umas passeatas na Ria -, quando soube que vinham albergar em Aveiro nada menos que 2-intelectuais-2 de Lisboa, apostados em trocar a missanga de meia-dúzia de refervidas ideias por um açafate cheio do marfim eleitoral deste Distrito.
De pronto apostado em estragar-lhes o negócio, ainda ponderei então a conveniência de dar um salto algarvio à Praia dos Tomates – para um tonificante estágio ‘à la minuta’, junto da elite bem-pensante e vegetariana da Capital em férias.
Todavia, depressa desisti desse passeio para o sul – confiado em que a singela funda-de-David, que sempre me acompanha, bastaria para atingir e abater essas aves de arribação.
Não é que não goste de pássaros. Gosto. Mas detesto os cucos políticos – que usurpam e se instalam com à-vontade nos ninhos feitos por outros companheiros (ía a escrever ‘camaradas’ – expressão regional caída em desuso, mas recuperável).

2.- Deixando os eufemismos, a verdade é que venho lutando desde há muitos anos (frustradamente embora) contra o latrocínio institucional de que a região de Aveiro vem sendo vítima: designadamente, tiraram-nos o Centro Tecnológico da Cerâmica; o Centro de Desportos Náuticos foi também para Coimbra; o discreto porto da Figueira da Foz vem sendo privilegiado em relação ao porto-de-mar de Aveiro; a nossa Universidade só começou a receber dotações decentes depois de saturada a Universidade do Minho; as questões da bacia do Vouga são tratadas na Hidráulica do Mondego; a Direcção dos Serviços da Segurança Social de Aveiro foi transferida para Coimbra; os nossos Serviços de Saúde foram degradados para ’sub-regionais’; a Agricultura do Distrito passou a ser dirigida pela Lusa Atenas e por Braga (!); e a supervisão da Educação na região foi repartida entre o Porto e a dita Coimbra.

3.- Só nos faltava agora mais essa: sermos doravante representados no Parlamento por dois intelectuais da Capital!
Era o cúmulo passarem os Deputados por Aveiro a ser gente de fora – ‘estrangeiros’ para aqui impontados por Lisboa, como ‘comissários políticos para zona subdesenvolvida’ ou ‘tutores de indígenas carecidos de enquadramento’.
Tinha que reagir – e reagi !

4.- Na verdade, o Distrito de Aveiro sempre foi terra de franco acolhimento para quem vem de fora – para aqui trabalhar e viver, valorizando a região (que se torna também sua). Aliás, é esse um dos segredos do nosso crescimento e desenvolvimento. É esta uma das características da nossa identidade: somos gente aberta e hospitaleira, tolerante e liberal, civilizada, moderna, culta e progressiva; todavia – até por isso – nunca tolerámos que nos impontassem mentores!

5.- Disposto a barrar a promoção (à nossa custa) a tais intrusos, procurei apurar quem realmente sejam.

6.- Quanto ao Dr. Pacheco Pereira, foi-me fácil saber que, antes e depois do ‘25 de Abril’, foi comunista radical – daqueles que (aos gritos de “nem mais um soldado para as colónias”) impediram designadamente que Portugal pudesse ter evitado a guerra civil em Timor (e a subsequente invasão indonésia – com os dramas e horrores tão sobejamente conhecidos).
Com sólida formação marxista-leninista, o Dr. Pacheco Pereira tem vários livros publicados sobre o movimento operário e os conflitos sociais em Portugal no início do século.
Constou-me ter agora no prelo um longo escrito sobre as motivações íntimas que o terão levado a renegar o comunismo – opção ideológica que (a manter-se) não lhe teria permitido ‘fazer carreira’ no PSD, como é evidente…
Todavia, segundo notícias de certo semanário, o Dr. Pacheco Pereira recusa o jogo de equipa que a social-democracia pressupõe: ditadorzinho, não quer na campanha eleitoral em curso a companhia do Dr. Gilberto Madail – que limita às vulgares tarefas de motorista: guiá-lo pelo Distrito (que mal conhece). Realmente, o Dr. Pacheco Pereira ainda carece de alguma reciclagem democrática…

7.- Quanto ao Dr. Portas, esfalfei-me a correr bibliotecas e alfarrabistas – à procura dos livros que tivesse dado à luz, donde pudesse inferir qual seja afinal a corrente de pensamento que o norteia. Baldadamente. De facto, o Dr. Paulo Portas apenas publicou um ‘folheto de cordel’ (que me custou 750$00) sobre os malefícios da integração do nosso país na Comunidade Europeia – opúsculo sem qualquer novidade em relação aos numerosos bilhetes-postais que vem subscrevendo no seu jornal (sem erros ortográficos, mas com pouco fôlego – valha a verdade).
Digamos que tais escritos estão para o ‘ensaio’ como as quadras populares para o ‘poema’ – na forma e no conteúdo.
Trata-se de breves crónicas fúteis (embora não tanto como as do MEC, que aliás lhe leva a palma no sentido de humor e imaginação). Espremidas – pingam apenas cinco ou seis ideias, que não chegam sequer para conformar o anarco-conservadorismo (?) que se arroga ser a sua actual matriz ideológica.

8.- Certo é porém ter sido com essas ‘quadras soltas’ que o Dr. Portas concorreu aos jogos florais da política recente – ganhando (por ‘menção honrosa’) a viagem turística ao círculo eleitoral de Aveiro, que o Partido Popular oferecia como prémio para o melhor trabalho apresentado por amadores sobre o tema do ‘antieuropeísmo primário’.
Tenho-me esforçado por lhe estragar tal passeio – com algum êxito.

9.- Julgavam o Dr. Portas e o enfadado Pacheco Pereira (outro excurcionista) que as respectivas candidaturas a deputado por Aveiro eram ‘favas contadas’. Não nos conhecendo, supunham que os aveirenses (’provincianos’ como nos chamam) ficaríamos enlevados e até agradecidos pela sorte (grande) de passarmos a ser representados no Parlamento por ‘lisboetas de tão alto gabarito’ (a expressão não é minha, evidentemente).
Terão assim ficado surpreendidos pelo ‘impedimento’ que – logo após a 1ª anunciação – eu próprio (parente muito chegado da noiva) entendi opôr firmemente ao casamento-de-conveniência que pretendiam contraír com a minha querida região de Aveiro (num escandaloso golpe-de-baú eleitoral – para usar linguagem de telenovela).
Como consequência imediata, eles – que tencionavam ‘casar por procuração’ (que é como quem diz sem-sequer-cá-pôr-os-pés) – tiveram que se dar ao incómodo inesperado de interromper as regaladas férias que gozavam e vir mesmo mostrar-nos os seus dotes.
Estraguei-lhes o arranjinho!

10.- O primeiro a comparecer foi o Dr. Portas.
Chegou de fato novo e ideias velhas.
E instalou-se num hotel da região – escolhido pela mãezinha (no Guia Michelin).
Desde então, quase não tem feito outra coisa senão passar a ‘cassete’ – que gravou contra a participação de Portugal na Comunidade Europeia.
Tão desenvolto como qualquer vendedor de banha-da-cobra, impinge a quem se acerca as suas críticas à integração (aliás com a mesma monotonia com que o Marco Paulo repete ter dois amores).
E confunde deliberadamente os erros crassos cometidos pelo cavaquismo (nas negociações internacionais e no desenvolvimento interno das políticas sectoriais da integração) com a própria integração – o que constitui uma desonestidade intelectual inaceitável.
Pior é quando reclama que seja submetida a referendo a nossa entrada na União Europeia – depois de já termos entrado (e… recebido os milhões e milhões que essa opção facultou aos incompetentes governos do PSD) ! Aliás, o Portas não explica sequer que mirífica alternativa à comparticipação na CE teríamos podido escolher.

11.- Confrontado com questões políticas mais comezinhas (como a regionalização e o tratamento dos resíduos tóxicos), não tem opinião própria ou não sabe para que lado lhe convém cair – e refugia-se então na evasiva: reclama um plebiscito ‘adequado’.

12.- Fundamentalista e vaidoso, o Dr. Portas parece estar convencido de que não existe mais nenhum português inteligente e verdadeiramente patriota – além dele e do Dr. Manuel Monteiro.
Aliás, o Portas tem o nosso povo em fraquíssima conta…
Não obstante, messias da restauração, reclama ‘missionários’ (sic) para o seu ridículo sebastianismo – sem revelar de que Alcácer Quibir pretende afinal a reconquista.

13.- Inseguro, o jovem Portas sublima os seus problemas existenciais numa catarse de legitimidade duvidosa: exacerba as opiniões políticas que defende a um grau de intolerância que excede manifestamente o radicalismo aceitável de quem se move apenas por convicções arreigadas – tornando-se injusto, maledicente e agressivo.
Aliás, o frenesim que reveste a sua militância é bem um indício dessa terapêutica (praticada que foi, também, por ‘chefes’ cujos nomes a História registou – mal comparando…).

14.- Políticamente, o Portas é um ‘bluff’ – produto acabado de certos meios intelectualóides da Capital, que funcionam em circuito fechado: por convites mútuos, elogios recíprocos e esquemas de sobrevivência imediata.
Entre muitos outros, fazem parte de tal ‘entourage’ o avinagrado Vasco Pulido Valente (’avinagrado’ de vinagre – entenda-se) e sua piedosa esposa, D. Constança Cunha e Sá – ambos comungando os chorudos ordenados que “O Independente” (assim chamado) do Dr. Portas lhes paga, pelas crónicas de mal-dizer que semanalmente ali escrevinham, no cómodo formato A4.
Também o inefável Miguel Esteves Cardoso colabora no endeusamento do Portas, rebuscando a favor do patrão os trocadilhos que lhe deram notoriedade há mais de 20 anos – aquando era uma espécie de menino-prodígio da escrita fútil.
Pena que tenha deixado de ser prodígio e se mantenha menino; pena que desperdice agora o seu inegável talento juvenil a produzir romances pornográficos – ainda que muito apreciados pelas pegas e pederastas do Intendente e pelo crítico Henrique Monteiro, que os reputa (o termo é adequado) como peças exemplares da literatura moderna.

15.- O Portas é elitista. Mas simula demagogicamente interessar-se pelos problemas daqueles a quem, no seu milieu, é uso chamar ‘as classes baixas’ – como aconteceu recentemente na Bairrada, quando fingiu participar na vindima que gente simples e autêntica da terra levava a cabo (por castigo andando agora, há já várias noites, a pôr ‘creme nívea’ na sua mãozinha mimosa, nunca antes maltratada por qualquer alfaia agrícola).

16.- O Portas é dissimulado: esconde da opinião pública parte da sua verdadeira identidade.
Concretamente, oculta que é monárquico – opção que, sendo embora legítima, tinha obrigação de revelar àqueles a quem pede o voto para deputado da República !
É a tal ‘falta de transparência política’ que critica – nos outros, claro…

17.- O Portas é um democrata precário: por falta de formação ou informação, por carência de convicções ou por incoerência, rejeita a aplicabilidade universal da regra ‘”um homem-um voto” – verdadeiro axioma da Democracia essencial.
Assim sendo, não me admiraria nada que o Dr. Portas resvalasse a curto prazo para a defesa de soluções autoritárias para a governação dos portugueses, que (no seu entender) revelam “uma estranha tendência para o precipício”.

18.- Eleitoralmente, o Portas é desleal: vicia as regras do jogo. Na verdade, tendo-se feito substituir formalmente na direcção d’ “O Independente” (assim chamado), usa agora tal semanário como jornal-de-campanha privativo, aí publicitando escandalosamente os seus palpites e auto-elogios e atacando e denegrindo os adversários – com a cumplicidade na batota do respectivo ‘conselho editoral’ !
Porque não sou ‘queixinhas’, não vou lamentar-me nem reclamar contra tão anómalo procedimento – junto da comissão-de-ética do Sindicato dos Jornalistas, junto da Alta Autoridade para a Comunicação Social ou mesmo junto da Comissão Nacional de Eleições.
Não vou sequer queixar-me à mãezinha do Dr. Paulo Portas. Tão-pouco protestarei junto do Dr. Nobre Guedes – tido por ‘dono do jornal’ -, até porque sei que anda absorvidíssimo por visitas diárias a feiras e mercados e pelas demais tarefas da sua própria ‘candidatura a sanguessuga’ (também pelo PP), sem que lhe reste tempo para se preocupar com subtilezas e ninharias éticas.
Aliás, provavelmente não será especialista em ‘deontologia profissional do jornalismo’.
Assim sendo, remeto a apreciação da chocante conduta do Dr. Portas e d’ “O Independente” para a opinião pública e para os jornalistas Daniel Reis, Cáceres Monteiro, César Principe e José Carlos de Vasconcelos – tidos por profissionais honestos, competentes e livres (aliás como muitos outros). Concretamente, permito-me perguntar-lhes se acham que o comportamento daquele semanário e do Dr. Portas (que usa fazer a apologia dos valores morais sociais) seja éticamente aceitável.

19.- De facto, não é fácil ser-se coerente e sério em política !

20.- Particularmente difícil é porém ‘fazer carreira política’ em Portugal – sobretudo quando não se dispõe do apoio de qualquer dos ‘lobbies’ que condicionam quase toda a nossa actual vida pública. Estou a referir-me à ’solidariedade corporativa’ na promoção individual de que beneficiam os membros da Maçonaria, os confrades da Opus Dei, os agentes dos grupos económicos e – mais recentemente – os parceiros da comunidade ‘gay’. Trata-se de organizações ou agregados que mantêm intervenção (directa ou indirecta) praticamente em todas as estruturas da nossa vida colectiva – também nos partidos políticos e na comunicação social.
Agindo concertada ou avulsamente,os membros de tais ‘lobbies’ têm grande influência sobre muitas tomadas de posição de quem-de-direito e sobre a formação da opinião pública.
Podem designadamente ajudar ao aparecimento de pretensos génios artísticos, ‘heróis sociais’ ou ídolos-de-pés-de-barro (como são muitos dos políticos de sucesso).

21.- Por definição, as interferências do género são discretas ou mesmo subliminares – e passam geralmente desapercebidas aos cidadãos influenciáveis.
Na verdade, quem é que, de manhã, ao acompanhar a torrada e o galão do dejejum com a leitura do ‘Público’, pondera que esse jornal tem dono – e que o editorialista Vicente Jorge Silva é capataz dos respectivos interesses (mesmo quando – agora instalado – escreve considerações que fazem lembrar os tempos remotos e diferentes em que foi considerado pelos situacionistas de então como um jovem rasca da ‘geração de 60′) ?
E quem perceberá que está a ser condicionado na formação da sua opinião, quando escuta na rádio uma análise ou critica – injustamente lisonjeira – da acção de um diplomata, do trabalho de um artista ou da capacidade de um político homossexual proferida por outro homossexual, se não souber que tal apreciação reporta afinal a solidariedade de pessoas da mesma minoria ?

22.- A acção de todos ou alguns desses ‘lobbies’ perpassa de facto os principais partidos – transversalmente.
E, por vezes, é no espírito-de-corpo ou jogo de conveniências dos respectivos protagonistas que se encontra explicação para surpreendentes convívios gastronómicos no ‘Gambrinus’ ou na província e para inesperados apoios ou solidariedades espúrias ocasionalmente detectáveis nos mais variados campos da nossa vida colectiva.

23.- Republicano convicto, socialista humanista e democrata sem transigências, tenho feito o meu discreto percurso de político-não-profissional apenas com a ajuda dos activistas locais do PS e o firme apoio da gente bairrista da região de Aveiro – sem compromissos em relação a qualquer daquelas estruturas ou ‘forças de pressão’. Livre e independente como sempre, enfrento a presente conjuntura eleitoral com justificada confiança.
Estrêla de 3ª grandeza nos céus confinados do meu Distrito, nada me ofusca o brilho fugaz do citado Dr. Portas – cometa ocasional, que desaparecerá deste firmamento tão depressa como apareceu (e… sem deixar rasto).
Tão-pouco me perturba a dimensão aparente do Dr. Pacheco Pereira – lua nova doutras galáxias, que (perdido o fulgor militante que o marxismo-leninismo lhe emprestava) agora só é visível quando reflecte a claridade frouxa dessa extensa nebulosa que se chama PSD.

24.- Na minha terra, sou mais forte do que eles !

25.- Na noite do próximo dia 1 de Outubro, espero poder pendurar no meu cinto de caça política as tais duas aves de arribação – espécies exóticas lisboetas pouco apreciadas na região cinegética de Aveiro: um garnisé-cantante e um pavão-de-monco-caído.
Esses troféus servirão de espantalho a futuras transmigrações para esta ‘zona demarcada entre o Douro e o Buçaco’!»

Carlos Candal

Entre_linhas 52 (18jun2009)

Ainda vamos assistindo ao rescaldo das eleições europeias, que vieram a ditar a vitória do PSD e um resultado decepcionante para o PS. Analisando os resultados registados em S. João da Madeira, importa tecer algumas considerações. Ora, se por um lado verificamos que o resultado do PSD em SJM (29,6%) foi inferior ao obtido a nível nacional (31,7%), do outro lado, temos o resultado do PS em SJM (28,6%) a ser superior ao registado a nível nacional (26,6%). Isto quer dizer que diferença entre o PSD e o PS, em SJM, acabou por se cifrar em apenas 84 votos o que é, manifestamente insignificante. Além disso, não nos podemos esquecer que Castro Almeida, o principal rosto do PSD em S. João da Madeira, foi daqueles que se opuseram internamente à escolha de Rangel como cabeça de lista do PSD às europeias. Apesar dos festejos que também, naturalmente, expressou na noite da vitória, não se pode ignorar que, sob esse prisma, a coisa não lhe correu muito bem! Mas tudo isto quererá apenas dizer que está tudo em aberto para as próximas legislativas mas também para as autárquicas. Em democracia, não há vitórias antecipadas, nem candidatos imbatíveis. Em democracia, são os votos das pessoas, expressos nas urnas, que ditam as vitórias e as derrotas. Certamente que a noite de 7 de Junho terá sido, de facto, uma lição para muita gente! http://www.europeias2009.mj.pt

As últimas estatísticas referentes ao serviço telefónico móvel (STM), publicadas pela ANACOM – entidade reguladora do sector das telecomunicações em Portugal – revelam realidades absolutamente impressionantes. Em primeiro lugar, confirmam aquilo que é evidente para todos: há mais telemóveis do que cidadãos, dado que o valor da taxa de penetração situa-se acima dos 140%, o 5º valor mais elevado da União Europeia. De facto, no final do 1º trimestre de 2009, existiam em Portugal 14,9 milhões de assinantes do STM. Por outro lado, só no 1º trimestre de 2009, os assinantes do STM realizaram mais de 1,94 mil milhões de chamadas de voz; 1,3 milhões de vídeochamadas; enviaram mais de 6 mil milhões de mensagens escritas (SMS’s) e perto de 20 milhões de MMS’s. Com este panorama quem esfregará as mãos de contentamento são os operadores de telecomunicações que, certamente, verão as suas receitas, mesmo num cenário de crise, a serem verdadeiramente expressivas. http://www.anacom.pt

Cristiano Ronaldo protagonizou esta semana um cenário verdadeiramente obsceno. E não estou a falar das fotos surgidas na imprensa em que aparecia ao lado de Paris Hilton numa discoteca em LA. Refiro-me antes aos valores envolvidos na sua transferência para o Real de Madrid. Na verdade 94 milhões de euros é muito dinheiro e deveria obrigar a uma reflexão em torno desta questão. Apesar de se tratar de um jogador excepcional, não consigo deixar de ficar chocado!

17 junho 2009

A força do PS!

Ainda bem que do lado do Partido Socialista ninguém tentou transformar a derrota nas Europeias numa outra coisa qualquer. Foi importante para todos que os números finais fossem interpretados de forma clara e inequívoca. O PS perdeu, de facto, as eleições e esta realidade deve obrigar-nos a uma reflexão profunda, séria, aberta e frontal.

Do meu ponto de vista, o resultado obtido pelo PSD (31,7%) não é extraordinário, embora a vitória tenha sido importante para arrumar a casa e para a mobilização em torno da actual liderança. Utilizando a gíria futebolística, numa equipa que ganha não se mexe e, portanto, sabemos já que Manuela Ferreira Leite será a candidata a Primeira-Ministra nas próximas legislativas. E isso é bom para o PS!

Na verdade, se olharmos para trás, o que sabemos nós do pensamento de Ferreira Leite sobre os mais variados assuntos? De que falou ela para além de finanças públicas e da oposição à opção pelo investimento público? Que pensa ela do sector da Educação, Ensino Superior ou da Justiça? Que ideias apresentou para a Cultura ou para a Ciência? Que soluções tem para a Saúde, Segurança Social ou Segurança Interna? Qual a sua opinião sobre as Redes de Nova Geração ou sobre a utilização de tecnologias no Ensino? Qual o seu posicionamento em relação à opção pelas energias renováveis e como pensa ela apoiar as PME’s nesta época de crise? Qual a sua estratégia para melhorar a competitividade do país e a qualificação dos portugueses? Que tem a dizer aos agricultores, aos pensionistas, aos estudantes ou aos professores? E sobre o sector da comunicação social, políticas de emprego ou ambiente, ordenamento do território, reforma e modernização da administração pública, defesa, relações externas ou política europeia, que nos tem a dizer a líder do principal partido da oposição?

Manuela Ferreira Leite, na verdade, não diz nada, sobre nada, a não ser sobre finanças públicas e investimentos públicos. Não foram certamente as ideias do PSD e da sua líder que motivaram os portugueses a conceder-lhes uma vitória nas europeias. E se nestas eleições, embora devesse fazê-lo, até nem tinha que falar dado que nem era a cabeça de lista, já para as legislativas o cenário muda de figura. Manuela Ferreira Leite vai ter que falar aos portugueses sobre várias áreas, vai ter que se expor e dar-se a conhecer. E aí os portugueses vão tomar consciência daquilo que não podem escolher para a condução dos destinos do país.

Perante isto, julgo que o foco do PS para as próximas legislativas terá que ser orientado para duas frentes que não passam, sejamos claros, por reclamar os eleitores que votaram PSD. Em primeiro lugar, o foco deverá ser os 63% dos portugueses que não foram às urnas. Se considerarmos como razoável a taxa de abstenção registada nas últimas legislativas (35%), estamos a falar de perto de 3 milhões de eleitores que estarão dispostos a participar na escolha do Primeiro-Ministro mas que não se associaram, pelos mais diversos motivos, à escolha dos deputados europeus. Em segundo lugar, não podemos assobiar para o lado e fingir que o Bloco de Esquerda não existe. É precisamente para este partido que está a fugir uma grande parte do eleitorado do PS e, inevitavelmente, há que reconquistar a sua confiança. E estou certo que também este eleitorado que pretendeu, legitimamente, mostrar o seu descontentamento para com o Governo, pensará melhor nas consequências em confiar o seu voto num partido sem perfil para o exercício do poder.

Não há, portanto, outra saída. O PS terá que se impor pelas suas ideias em contraponto com o vazio que se verifica do outro lado, naquela que poderia ser, eventualmente, uma possível alternativa a um Governo PS. E estas ideias devem ser apresentadas no seguimento de um profundo trabalho de auscultação da sociedade civil, das suas angústias e ambições. O PS deve saber ouvir os cidadãos, trabalhadores e empresários, os agricultores, os desempregados e as forças de segurança, jovens e menos jovens, utentes de instituições sociais e empreendedores sociais, os sindicatos e as classes sociais mais representativas. E deve fazê-lo no terreno, olhos nos olhos, e não apenas através de meios de comunicação indirectos que, embora necessários, não são suficientes.

Os portugueses precisam de conhecer com clareza aquela que foi a acção concreta deste Governo na resolução dos seus problemas e precisam também de sentir esperança no poder das ideias que o PS lhes apresenta, com humildade, ao mesmo tempo que lhes pede o voto. Se assim for, o PSD e o CDS-PP até podem ir coligados que não serão suficientes para derrotar a força do PS e a força das nossas ideias!

Artigo publicado no jornal Acção Socialista de 17 de Junho de 2009.

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12 junho 2009

Entre_linhas 51 (11jun2009)

O PSD ganhou as eleições europeias. Embora muitos estejam já a tentar antever aquilo que poderá vir a acontecer nas próximas legislativas, não nos poderemos esquecer que são actos eleitorais bastante diferentes. Se por um lado é claro que a tarefa do PS está agora mais difícil, por outro estou certo de que este resultado só mobilizará os portugueses para a escolha que, depois do Verão, estará verdadeiramente em causa: um Governo para Portugal e um Primeiro-Ministro. Nós, os socialistas, não podemos assobiar para o lado e fingir que nada aconteceu. Sofremos uma derrota, de facto. No entanto, esta derrota trará certamente mais força, mais mobilização e mais determinação em torno do projecto que, acreditamos, melhor serve os interesses de Portugal. Não posso deixar de fazer referência à elevada taxa de abstenção que, sendo acima dos 60%, nos deve levar a todos, a uma reflexão profunda sobre os motivos que levam tantos portugueses a ficarem à margem das escolhas democráticas dos seus representantes. E o 25 de Abril ainda tão perto!

O candidato do Partido Socialista à Câmara de S. João da Madeira; Pedro Nuno Santos, tem vindo a realizar as suas primeiras visitas a instituições sanjoanenses que dedicam a sua actividade à área social. Já todos perceberam, portanto, que esta matéria será umas das principais prioridades, senão mesmo a principal prioridade do projecto autárquico socialista. E quando digo que todos já se aperceberam dessa prioridade, incluo nesta lista o actual presidente da autarquia. Isso explica a forma violenta que usou para se dirigir a um elemento da bancada socialista na última sessão da Assembleia Municipal quando este havia colocado questões concretas precisamente em torno de matérias sociais. Por sabermos que a política social é o parente pobre da política autárquica actual e a prioridade para o principal partido da oposição, antevemos até Outubro muitas acesas trocas de argumentos. Esperemos que sejam clarificadoras para S. João da Madeira e para todos os sanjoanenses.

No passado Sábado, Portugal alcançou um sucesso desportivo importante. Não! Não estou a falar da previsível mas tangencial vitória da selecção de Futebol frente à Albânia. Estou a falar de algo muito mais interessante, muito mais prestigiante para o nome de Portugal e que foi a conquista da medalha de ouro conseguida pelas portuguesas Joana Ramos e Telma Monteiro e a de bronze por Leandra Freitas, na Taça do Mundo de judo (no Domingo, nova medalha de ouro, desta feita para Yahima Ramirez). Apesar de bastante relevante este êxito, a nossa comunicação social, como sempre quando se trata de modalidades diferentes do futebol, não deu grande destaque ao momento. Preferiu continuar a passar tudo sobre o jogo de futebol, nem que seja o desejo que as miúdas nas bancadas nutrem pelo nosso Cristiano Ronaldo. É pena que não se acarinhem os sucessos efectivos e se vá preferindo enaltecer os sucessos virtuais.

05 junho 2009

Entre_linhas 50 (4jun2009)

No próximo dia 7 de Junho, estarão abertas as urnas para mais um momento eleitoral. Encaro estes dias como uma celebração da democracia, em que os eleitores, cidadãos e contribuintes podem expressar, livremente, as suas opções em relação àqueles que serão os seus próprios representantes. Desta vez, são as eleições para o Parlamento Europeu e já não é mais suportável o argumento de que tal nada tem que ver com Portugal. Pelo contrário! Cada vez mais a vida da Europa e de Portugal se confundem e todos sabemos que, para termos um Portugal mais forte, é indispensável termos uma Europa mais forte, mais coesa e mais solidária. Por isso é que é muito importante a participação na eleição dos próximos 22 eurodeputados portugueses. Seja qual for a sua opção, não deixe, portanto, de exercer o seu direito que, afinal de contas, também é um dever! Vote!

Foi lançado pelo Gabinete do Coordenador Nacional da Estratégia de Lisboa e do Plano Tecnológico o Concurso Nacional de Ideias Criativas - «Criar2009», com o objectivo de incentivar a criatividade e inovação, valorizando a sua interacção e aplicação prática na actividade económica. Estarão em concurso ideias agrupadas em três áreas, a saber: Visões: Propostas de natureza conceptual; Design: Propostas de criação de um objecto, forma ou estrutura, funcional ou artística e Tecnologias: Propostas de uma aplicação ou solução digital. As ideias serão recolhidas, em formato vídeo, durante os meses de Junho e Julho, através da página web http://www.criar20009.gov.pt/concurso, e será atribuído um Prémio pecuniário no valor de 1.000 euros, aos autores das 10 ideias mais criativas. Esta iniciativa está integrada no Ano Europeu da Criatividade e Inovação.

Segundo ‘O Regional’, cinco anos depois de ter sido retirado do Largo do Mercado, o busto do Dr. Renato Araújo vai ser devolvido à Avenida que tem o seu nome, desta feita no Largo do Hospital. Com o pretexto desta intervenção, será também requalificado o lago da rotunda que, segundo o Presidente da Câmara “está bastante feio”. Ora, cá está um exemplo em como o aproximar de eleições faz aparecer muitas coisas. Neste caso, o busto no armazém da Câmara e a atenção para com as coisas menos bonitas da cidade!

Não podia deixar de felicitar a minha amiga Irene Guimarães pelo facto de ter sido eleita para dirigir a minha escola, a Secundária Serafim Leite. É uma pessoa de grande capacidade de trabalho, muito profissional e dedicada, sensível aos problemas e às pessoas. Desejo-lhe, portanto, as maiores felicidades para enfrentar os desafios que tem pela frente!

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