10 agosto 2008

Entre_linhas 12 (31julho2008)

Morreu o Zequinha. Foi com imensa tristeza que soube desta notícia. Tinha morrido um homem bom, um homem que contribuiu para o crescimento, formação e educação de muitos jovens que passaram pela sanjoanense quando ele era treinador dos mais novos. Eu também fui um desses jovens. Lembro-me bem do Zequinha que nos orientava no campo e no balneário, sem nunca perder a paciência, sem nunca perder o humor, sempre rigoroso, sempre amigo, sempre atento a tudo e a todos. Era sempre o mesmo, na vitória e na derrota, porque para o Zequinha não era o resultado que mais interessava. Ele sabia que o mais importante era que os miúdos que estavam à sua frente apreendessem valores, muito mais do que fintas com a bola. O que lhe interessava era a formação do ser humano, o cultivo do espírito de equipa e da amizade, da compreensão, do respeito pelo adversário, da entrega. Os resultados, os bons resultados que em geral eram conseguidos, vinham por acréscimo e a qualidade dos jogadores era uma consequência natural. Saíram vários para grandes clubes! Para o Zequinha, todos éramos iguais, todos tínhamos as mesmas oportunidades. Ele era amigo de todos e todos o admiravam, respeitavam e ouviam. Era justo e nunca deixava de dar uma palavra de estímulo quando as coisas não corriam tão bem. Era compreensivo mas firme. Aprendi muito com o Zequinha. Tudo que tenho gravado na minha memória deixa-me boas saudades! Só me lembro de bons momentos! O Zequinha era, de facto, um homem bom!

O professor universitário Randy Pausch ficou famoso por ter dado uma última aula de despedida emocionada dos seus alunos e colegas, depois de descobrir que tinha cancro no pâncreas e que não poderia escapar à morte num curto espaço de tempo. O vídeo com o registo dessa aula correu mundo e o seu exemplo de coragem foi verdadeiramente comovente. Randy Pausch morreu esta semana, com 47 anos de idade. Se ainda não viu o vídeo dessa aula, vá ao Youtube e pesquise pelo nome do professor. Merece a pena. (www.youtube.com)