19 fevereiro 2011

Entre_linhas 116 (17fevereiro2011)

Tal como se previa, nos jornais locais da semana passada várias foram as posições de indignação tomadas contra a reportagem da estação de televisão SIC que avançava com o cenário de S. João da Madeira poder vir a deixar de ser município, no âmbito de uma reorganização autárquica que o Governo, alegadamente, estaria a preparar. Pareceu-me, definitivamente, que no caso de tal hipótese se vir a colocar, o que não acredito, teremos todos os sanjoaneneses na rua, de todos os quadrantes políticos, a lutarem para que tal não aconteça. Sinceramente, como disse a semana passada, considero esse cenário surreal e anedótico e com ele, de facto, não merece a pena perdermos muito tempo. Mas a questão da reorganização autárquica está na ordem do dia há imenso tempo, tanto mais que, dando cumprimento ao previsto no respectivo Programa, o Governo fez já saber, através da Secretaria de Estado da Administração Local (www.seal.gov.pt), que vai iniciar um ciclo de debates para os quais reunirá como parceiros “a ANMP, a ANAFRE, Associações de Municípios, instituições de ensino Superior e estudiosos que têm conhecimento profundo e informação sobre a matéria”. Perante isto, estando para acontecer uma discussão sobre este assunto, seria interessante sabermos qual a opinião das mesmas entidades e personalidades que há pouco fiz referência sobre a hipótese de podermos lutar por alargarmos o nosso território, eventualmente, anexando freguesias actualmente pertencentes a concelhos vizinhos. É que se eu considero impossível o cenário de S. João da Madeira poder vir a deixar de ser município, já a possibilidade de alguns ajustamentos ao nível das freguesias não acho de todo descabido. Será razoável, por exemplo, que Barcelos possa manter as suas 89 freguesias? Venho, portanto, de forma repetida, deixar este simples apelo à clarificação! A pensar já na mobilização, se é que queremos vir a ser maiores!

No sábado passado o meu filho mais velho disse-me que precisava de um lápis para a escola. Um “lápis de carvão” como ele diz! Como tinha que ir fazer umas compras para casa, aproveitei para procurar num hipermercado da cidade um lápis que apenas tinha que possuir uma característica: ser da Viarco, a única fábrica de lápis portuguesa e, ainda por cima, sedeada em S. João da Madeira. Pois bem, no meio de uma montanha de “material de escritório” encontrei uma marca barata que era fabricada na China, uma mais cara da Alemanha e uma intermédia francesa. Da Viarco, nada! Como é possível, pensei eu, um hipermercado, ainda por cima em S. João da Madeira, não ter lápis Viarco à venda? Estarão esgotados por serem muito procurados? Qual era a razão? E isto fez-me reflectir naquelas que são as necessidades imediatas do país e as prioridades que temos que estabelecer para sair da nossa difícil situação. É crucial apostarmos nas exportações, é certo, mas é também muito importante evitarmos as importações, substituindo-as por produtos que possam ser fabricados em Portugal, pela indústria portuguesa. Face às regras comunitárias, não pode nem faria sentido ser decretado que, em Portugal, apenas podem ser vendidos os produtos portugueses. No entanto, quando se pergunta o que é que o cidadão comum pode fazer para ajudar, aqui está uma resposta: sempre que possível dar preferência aos produtos portugueses. Esta minha necessidade de comprar um lápis para o filhote mais velho nesta altura não podia, portanto, ter outro desfecho que não o de ir para casa e dizer ao meu rebento, para sua grande frustração, que os lápis estavam todos esgotados. Certamente que ele me perdoará esta pequena mentira! E a professora dele também!

Etiquetas:

13 fevereiro 2011

Entre_linhas 115 (10fevereiro2011)

Há uns dias atrás, a estação de televisão SIC transmitia uma reportagem em que avançava com um cenário de S. João da Madeira deixar de vir a ser município, no âmbito de uma reorganização autárquica que o Governo, alegadamente, estaria a preparar. Dito isto, pensaria eu que toda a gente encararia esta especulação como eu encarei: mais um “tesourinho deprimente” da televisão portuguesa que, por ser tão ridículo, acabaria por ser ignorado. Surpreendentemente, alguns amigos no facebook davam eco a esta notícia, atirando logo para cima do Governo a autoria de uma ideia que, obviamente, não pode ser verdade. Claro que quem estava interessado e quem continuará interessado em alimentar esta polémica pretende, apenas, lançar a confusão para daí, demagogicamente, retirar dividendos políticos. Sejamos sérios: este cenário não tem pés nem cabeça e todos percebemos isso. Por isso é que foi com grande surpresa que vi uma notícia n’ O Regional da semana passada que dava conta daquela reportagem da SIC, reconhecendo, dessa forma, alguma credibilidade naquele cenário complemente absurdo. E isso, como sanjoanense, deixou-me transtornado. Como é que se poderá dar credibilidade a uma reportagem deste calibre? Qual foi a fonte utilizada pela SIC e quais foram os cuidados que O Regional teve para, de alguma forma, confirmar algum fundo de veracidade daquela reportagem? Quem são os interessados em promover, nesta altura, um debate que, simplesmente, está completamentente desajustado à realidade? Não tenho resposta a estas questões mas não posso deixar de deixar duas notas que me parecem relevantes, já que estamos a falar desta questão. Em primeiro lugar, se uma coisa destas viesse alguma vez a ser equacionada, eu seria um dos primeiros a ir para a rua para travar uma luta que pudesse honrar todos aqueles que lutaram pela nossa emancipação e pela construção do nosso município ao longo destes anos. Em segundo lugar, a ser verdade que possa vir a estar em cima da mesa uma proposta de reorganização autárquica (o que, aliás, virá a acontecer mais cedo ou mais tarde), esta teria que passar mais depressa, no meu entender, pelo ajustamento de alguns limites de determinados concelhos. E aí deixem-me que vos diga: eu também seria um dos primeiros a defender o alargamento do nosso concelho e a lutar com todas as armas democráticas para que tal acontecesse. Se, por um lado, estou absolutamente certo que o cenário especulado pela SIC e pelo O Regional teria a oposição frontal de todas as forças políticas, por outro lado, tenho sérias dúvidas que a luta pelo alargamento tivesse o apoio de todas essas mesmas forças políticas! Mas isto será especulação? Bem, se for, tal como a SIC e O Regional, também tenho direito!

Já em tempos dava nota aqui neste espaço de um espaço no Facebook dedicado à partilha de informações, vivências e experiências relacionadas com a antiga Escola Industrial de S. João da Madeira (Escola Industrial SJmadeira), actual Escola Secundária Serafim Leite. As fotos que por lá circulam, as notas, as descrições, os vídeos e os comentários fazem daquele espaço um local de encontro, muitas vezes de pessoas que já não se falam há décadas. Ora, a dinâmica daquele espaço é tal que está já marcado o 5º encontro convívio, um almoço previsto para o próximo dia 26 de Março de 2011 na Escola Secundária Serafim Leite. Se esteve ou está ligado a esta escola, ainda pode inscrever-se no convívio. Estou certo que valerá a pena.

Etiquetas:

04 fevereiro 2011

Entre_linhas 114 (3fevereiro2011)

Estive presente na inauguração da nova cara da Escola Secundária Oliveira Júnior, após ter sido alvo de obras profundas de ampliação e reabilitação. Estas obras, enquadradas no Programa de Modernização do Parque Escolar, representaram um investimento de 13,5 milhões de euros. Quem visita hoje aquela escola, encontra um espaço moderno, funcional, com tecnologia e com bom ambiente envolvente. Tem laboratórios devidamente equipados, salas de aula confortáveis, espaços de convívio, de estudo e para a prática do desporto, contando ainda com um bonito enquadramento verde bastante agradável à vista. Eu diria mesmo que a escola mudou radicalmente, para melhor, criando melhores condições para toda a comunidade. Todos ficaram a ganhar: os alunos, os professores, os não docentes, os encarregados de educação. Ficou a ganhar a Cidade que conta com mais uma escola de grande qualidade. Ora, o Programa de Modernização do Parque Escolar abrange actualmente 213 escolas e o investimento global que está estimado em 2,97 mil milhões de euros, tendo sido já realizado até Dezembro de 2010 1303 milhões de euros. Muito do investimento público que tantos ataques indiscriminados tem sofrido está precisamente aqui, na requalificação radical do parque escolar português, do ambiente onde as nossas crianças e jovens são educados. Este investimento público é, de facto, uma mais valia para o país. E acho que todos percebemos isso. Ou será que não?

Uma breve nota para sublinhar ainda o facto de, nesse dia da inauguração desta e de mais 20 escolas pelo país, foi anunciada a tão desejada requalificação da Secundária Serafim Leite, a minha escolinha. Boas notícias, portanto.

No passado dia 1 de Fevereiro foi publicado pela Comissão Europeia um relatório que coloca Portugal como o país, de toda a Europa, que registou nos últimos 5 anos o maior crescimento em matéria de inovação. Portugal posiciona-se, assim, no 15º lugar da UE27, 7 lugares acima da posição que ocupava em 2006. Para assinalar este facto, integrei a comitiva que acompanhou o Primeiro-Ministro e o Secretário de Estado da Energia e da Inovação àquela que foi recentemente considerada a melhor incubadora de base tecnológica a nível mundial no concurso "Best Science Based Incubator". Esta incubadora conta com um modelo de negócio autosustentado com forte retorno do investimento público e com uma taxa de sobrevivência das empresas incubadas superior a 80%. O volume de negócios agregado destas empresas, em 2009, foi superior a 70 milhões de euros e já contou com a criação de mais de 1.500 postos de trabalho directos, muito qualificados, desde o início de actividade. E podem ficar tranquilos que a deslocação para visitar esta incubadora não foi muito longa nem foi a um país muito distante. Foi aqui mesmo, em Portugal, bem pertinho de nós. Esta incubadora está sedeada em Coimbra e pertence ao Instituto Pedro Nunes. De facto, embora muitos tentem desvalorizar o que de positivo vai acontecendo no país, na verdade, temos coisas boas a acontecer todos os dias e que nos enchem de orgulho.

Etiquetas: