27 fevereiro 2009

Entre_linhas 37 (26fevereiro2009)

Portugal apresenta-se como o 3º país da Europa onde a utilização das redes de relacionamento social existentes na Internet é mais frequente. Segundo dados publicados no passado dia 17 de Fevereiro pela ComScore (http://www.comscore.com), em Portugal 72,9% dos utilizadores de Internet frequentam redes sociais na web, um valor apenas inferior ao do Reino Unido (79,8%) e Espanha (73,7%). Cruzando esta informação com os últimos dados do Netpanel da Marktest (http://www.marktest.pt) publicados também este mês, são 2,5 milhões os utilizadores deste tipo de ferramentas online. O Hi5 é líder destacado ao ser responsável por 87% do tempo total dedicado a este tipo de sites, embora os portugueses também acedam ao Facebook, Twitter, MySpace, Orkut, Linkedin, The Star Tracker, entre outros, embora de forma menos expressiva. Através do espaço que possuo no Hi5 chego regularmente a vários sanjoanenses que convido para a minha lista de amigos e, apesar de ser impossível contabilizar, garanto-vos que são bastantes, essencialmente jovens. É também uma oportunidade para chegar a amigos, menos jovens, que já não via há algum tempo!

O comentador do Jornal da RTPn no passado sábado foi Nicolau Breyner. Independentemente do teor daqueles que são os pensamentos deste cidadão, julgo que este princípio de permitir que pessoas desinteressadas e independentes comentem a actualidade é uma mais valia para a democracia portuguesa. Vulgarizou-se o comentário político por parte de jornalistas, só aparentemente independentes, e de políticos, obviamente parciais, que vão replicando, de forma mais ou menos evidente, aquilo que são os interesses (partidários ou outros) daqueles que “representam”. Marcelo Rebelo de Sousa, por exemplo, neste fim-de-semana, apelidou o Primeiro-Ministro de Portugal de “chico esperto”, com uma alusão óbvia, mas subtil, a peças “jornalísticas” que têm saído recentemente com o objectivo claro de denegrir a imagem do chefe do Governo, que não é, como sabemos, do seu partido. Como é evidente, os comentários vindos de políticos e jornalistas também são úteis mas devem ser ouvidos e usados com algum cuidado e, sempre que possível, devem ser confrontados com o contraditório. Pessoalmente, gosto de ouvir pessoas da sociedade em geral, o chamado cidadão comum que, com as suas próprias vivências diárias, vão interpretando aquilo que vai acontecendo no nosso país. Só assim, conseguimos sentir o verdadeiro pulsar da população portuguesa!

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19 fevereiro 2009

Entre_linhas 36 (19fevereiro2009)

A semana passada, Cristina Bastos, colega de escrita regular aqui n’ O Regional, numa referência simpática que me dirigiu, alertava-nos para a necessidade de termos o espírito crítico bastante apurado quando navegamos na “imensidão de poeira e lixo que nos chega pela Internet”. De facto, a Internet, apesar de nos abrir um mundo vasto de oportunidades no acesso à informação, na comunicação, na participação cívica e no acesso a serviços que melhoram, claramente, a nossa qualidade de vida, também exige que tenhamos alguns cuidados na sua utilização. E por isso é que há umas semanas atrás alertava os leitores para o facto de estarmos, neste momento, perante uma oportunidade de ouro para “apanharmos” para esta causa um conjunto muito mais alargado de famílias. A chegada do Magalhães a todas as crianças do 1º ciclo pode, na verdade, permitir que estes temas sejam tratados de forma alargada, consistente e pedagogicamente. Como na utilização do microondas, em que a leitura do manual de instruções pode maximizar as funcionalidades e potencialidades do aparelho, também na Internet, o conhecimento de determinadas regras básicas de “navegação” podem enriquecer a experiência, minimizar riscos e estimular o espírito crítico sobre aquilo que nos aparece no monitor do computador ou do telemóvel.

Também na semana passada, como sempre, li com atenção o espaço de opinião do meu estimado amigo Paulo Guimarães. Desta vez, o Paulo tentava desmontar uma crítica dirigida à Câmara por uma suposta promessa não cumprida. Para tal, fez questão de averiguar a “veracidade das acusações e dos possíveis motivos que levaram a tal incumprimento”. Ora, pessoalmente, considero absolutamente desadequados a forma e o método escolhidos pelo Paulo para defender a Câmara Municipal (CM). É que o Paulo refere-se a uma “fonte” do seio da Câmara, sem dizer mais do que o facto de se tratar de “um elemento da Câmara Municipal”. Depois também diz que vai “explicar o porquê do atraso no pagamento das ditas bolsas desportivas” como que se de um porta-voz da CM se tratasse. Das duas uma: ou a acusação mereceria uma explicação da própria CM, de viva voz e sem qualquer tipo de complexos, ou este método de ser um militante do PSD, membro da Assembleia Municipal eleito pelo partido que suporta a CM, a dar explicações depois de ter falado não se sabe bem como quem dentro da CM, parece-me completamente desajustado, inadequado e excessivo. Não fica bem nem ao Paulo, nem à Câmara.

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13 fevereiro 2009

Entre_linhas 35 (12fevereiro2009)

A Juventude Social-democrata (JSD) lançou uma campanha com o objectivo de, segundo aquela estrutura de juventude partidária, criticar o “Primeiro-Ministro por promessas não cumpridas”. Obviamente que, num país democrático como o nosso, a crítica, o confronto de ideias e de pontos de vista, o contraditório e a denúncia de situações com as quais não concordamos são, felizmente, direitos inalienáveis e, diria mesmo, fundamentais para o bom funcionamento da democracia. No entanto, a forma de o fazer deveria seguir os mais elementares padrões de respeito e de boa convivência. O uso da mentira, da ofensa pessoal, do mau gosto e da infantilidade, mesmo por parte de uma Juventude partidária, passados mais de 30 anos da chegada da democracia a Portugal, deveriam ser estratégias já arredadas do combate político. Infelizmente, a JSD usou nesta última campanha de outdoors esse tipo de técnicas o que, aliás, já não é inédito. A Presidente do PSD não condenou a atitude e isso, por si só, também é grave! Mostra, de facto, que estamos perante uma líder fraca!
(http://www.jsd.pt)

Comemorou-se no passado dia 10 de Fevereiro o Dia Europeu da Internet Segura. Trata-se de uma iniciativa europeia levada a cabo anualmente pela Insafe (http://www.saferinternet.org), uma rede de cooperação de projectos que promovem a sensibilização e a consciencialização para uma utilização mais segura da Internet pelos cidadãos. Em Portugal, o dia também foi aproveitado para o desenvolvimento de vários eventos, de Norte a Sul, que pretendiam alertar os cidadãos, crianças e adultos, para alguns dos perigos que corremos quando estamos expostos à Internet. O INE publicou a semana passada um relatório que apontava para cerca de 93% aqueles que, entre os 10 e os 15 anos utilizam, em Portugal, a Internet. As famílias precisam, pois, de estar conscientes de quais são esses perigos e de quais são os mecanismos à sua disposição no sentido de os evitar. Partilhar experiências de navegação é, de facto, o melhor remédio. No entanto, há várias ferramentas (software) e inúmeros procedimentos básicos que podem fazer toda a diferença. Visite o site que lhe recomendo e aí poderá encontrar informação bastante útil. Ainda por cima, numa altura em que o Magalhães está a entrar pelas casas dos portugueses! (http://www.internetsegura.pt)

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O mundo dos mais novos!

As estatísticas oficiais relativas aos níveis de utilização de computadores e de Internet manifestavam, em Portugal, até há bem pouco tempo, uma lacuna séria. O facto de terem em conta apenas os indivíduos entre 16 e 74 anos, impediam que compreendêssemos com algum rigor o que se passava com os jovens e adolescentes em idade escolar, abaixo dos 16 anos, embora seja convicção generalizada que quanto mais descemos na faixa etária maiores são os níveis de utilização.

De facto, quando falamos em utilização de computadores, no grupo de indivíduos entre 16-24 anos a taxa situa-se nos 90%, caindo para 53% na faixa 35-44 anos e, drasticamente, para 6% no grupo 65-74 anos. Na utilização de Internet, esta tendência mantém-se: 87% para 16-24 anos; 47% para 35-44 anos e apenas 5% para os indivíduos entre 65 e 74 anos.

No passado dia 3 de Fevereiro, o INE publicou, finalmente, os números referentes à faixa etária 10-15 anos. Neste grupo de indivíduos, 97% são utilizadores de computadores e 93% de Internet, ou seja, confirmam-se níveis de utilização superiores aos verificados nas faixas etárias mais elevadas.

Analisando mais em pormenor esta informação agora disponível pela primeira vez para esta faixa etária dos 10-15 anos, 68% dos utilizadores de computadores fazem-no “todos ou quase todos os dias”, sendo este valor para os utilizadores de Internet 55%, ou seja, a maioria dos utilizadores são bastante regulares no aproveitamento das TIC. Por outro lado, 88% dos utilizadores de computadores fazem-no na escola, se bem que a percentagem dos que o fazem em casa é também significativa (83%). Quanto à Internet, 83% dos utilizadores acedem na Escola e os que o fazem em casa rondam os 64%.

Mas importaria também perceber o que fazem as crianças entre os 10 e os 15 anos com os computadores e na Internet! Ora, segundo este mesmo relatório do INE, a principal actividade levada a cabo nos computadores é a realização de trabalhos escolares (95%), seguida das actividades de lazer (89%). Já na Internet, 97% dos utilizadores declaram procurar informação para trabalhos escolares, 82% utilizam a Internet para comunicar e 64% para jogar ou fazer download de jogos, imagens, música e vídeos. Esta informação desmonta por completo o argumento de todos aqueles que insistem em manter alguma resistência à utilização das TIC nestas idades, para fins pedagógicos. De facto, são as próprias crianças a reconhecerem nas TIC uma forma importante de apoio às suas próprias actividades escolares.

A principal surpresa nos dados agora publicados, do meu ponto de vista, tem que ver com a utilização de telemóveis que, situando-se nos 85%, está a um nível inferior à utilização de computadores e de Internet. Por outro lado, as crianças utilizam o telemóvel essencialmente para trocar mensagens escritas (96%) e efectuar chamadas (95%), muito longe da utilização para jogos com ou sem Internet (66%).

É muito importante retermos que, apesar da utilização óbvia das TIC também para fins lúdicos por parte das nossas crianças e jovens adolescentes, estes encaram as TIC essencialmente como ferramentas utilitárias, tal como o faz a generalidade dos adultos. E é por isso que tudo o que se tem feito em termos de modernização tecnológica das escolas, através do Plano Tecnológico da Educação, se reveste da maior importância e pertinência, uma vez que se estão a adaptar melhor os contextos de aprendizagem ao perfil e interesse dos nossos alunos, motivando-os para a aprendizagem e estimulando a sua criatividade pelo alargamento do leque de actividades e de oportunidades decorrente da utilização das TIC. Os números agora publicados reforçam, portanto, esta urgência na aproximação do mundo da Escola ao mundo das crianças! Outra coisa não faria sentido, aliás!

Artigo publicado no Jornal Labor (12/fev/2009)

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06 fevereiro 2009

EIS, uma boa notícia!

Bruxelas publicou no passado dia 22 de Janeiro a edição 2008 do European Innovation Scoreboard (EIS). Trata-se do principal instrumento de monitorização do progresso dos países da União Europeia em matérias de inovação, um domínio chave para a competitividade e desenvolvimento económico e social dos Estados-Membros.

A edição agora publicada revestia-se de carácter especial, uma vez que os dados nela contidos reportavam-se, na sua maioria, ao período 2006-2007 já influenciado pela execução do Plano Tecnológico (PT), uma das principais bandeiras do actual Governo. Aliás, os próprios indicadores do PT foram inicialmente definidos tendo por base os indicadores deste Ranking Europeu da Inovação. Ora, os resultados não podiam ter sido mais claros sobre aqueles que começam a ser os impactos reais do Plano Tecnológico na base competitiva do nosso País.

Em primeiro lugar, Portugal subiu de 22º lugar para 17º, passando a integrar o grupo dos países considerados “moderadamente inovadores”. Nas edições anteriores, Portugal nunca conseguiu sair do patamar abaixo, ou seja do grupo dos países em “catching-up”.

Em segundo lugar, Portugal foi o 5º país da UE27 que apresentou o maior progresso relativo, revelando-se mesmo “líder de crescimento” no seu grupo. O nosso país cresceu, aliás, a uma taxa superior ao dobro da média da UE27.

Em terceiro lugar, o país que mais progrediu na qualificação dos seus recursos humanos foi, precisamente, Portugal. Já nos efeitos económicos da inovação, Portugal apresentou o 5º maior crescimento da UE27. A 4ª melhor performance da UE em matérias de inovação por parte das empresas foi alcançada também por Portugal.

Em quarto lugar, Portugal apresenta, em vários indicadores medidos isoladamente, um crescimento muito acima do registado pelos seus parceiros europeus: é o 1º no crescimento das despesas em I&D por parte das empresas e no crescimento do nº de co-publicações científicas (público-privadas) por milhão de habitantes; é o 2º na taxa de crescimento da população que completou no mínimo a educação secundária; é o 3º no crescimento da educação superior na população entre 25 e 64 anos; é o 4º no crescimento do nº de patentes por milhão de habitantes e também 4º no crescimento do emprego nos serviços de conhecimento intensivo.

Esta dinâmica de crescimento e de convergência com os padrões europeus mais avançados reflecte, por isso, mudanças estruturais importantes para as quais, há que reconhecer, não contribuíram apenas políticas públicas. A sociedade portuguesa, as empresas portuguesas e os portugueses em geral, mobilizados pela agenda do Plano Tecnológico, estão a dar todos os dias exemplos claros de que há hoje, em Portugal, mais inovação, mais tecnologia e mais conhecimento do que havia em 2005. E isto é que é verdadeiramente estrutural!

Portugal, como todos os países do mundo, não vive tempos fáceis. No entanto, estas novas características que se vão consolidando nos nossos alicerces mais profundos dão-nos esperança e confiança em relação ao futuro. É por isso que este EIS é uma boa notícia!

Artigo Publicado no Jornal de Notícias de 6 de Fevereiro de 2009.


Veja a versão publicada no Acção Socialista.

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05 fevereiro 2009

Para que conste...

Esta é a lista dos 50 maiores salários de jogadores de futebol mais bem pagos do mundo, elaborada pelo Futebol Finance. (in SOL)




Entre_linhas 34 (5fevereiro2009)

Em 2009, as escolas de S. João da Madeira estarão envolvidas em acções que visam estimular o empreendedorismo nos alunos, tal como ocorreu em 2008. De facto, é em idade tenra que se trabalham algumas características que poderão revelar-se fundamentais na vida de qualquer cidadão, como o espírito de iniciativa, a participação cívica ou a capacidade empreendedora, entre outras. Vejo, contudo, que foi seleccionada pela Câmara Municipal uma empresa (GesEntrepreneur) para trabalhar esse tipo de actividades directamente com alunos e professores. Não sei se este pormenor constituirá, por si só, um entrave ao desenvolvimento do próprio projecto e pergunto: não seria preferível que as escolas fossem dotadas de meios especificamente dirigidos para o efeito? Há coisas fantásticas que já se fazem nas escolas e sei bem o esforço que muitos professores despendem para o fazer! Não seria, pois, preferível apoiar o empreendedorismo por esta via em vez de se utilizarem os serviços de uma empresa externa?

A Comissão Europeia apresentou a semana passada a biblioteca multimédia on-line da Europa, "Europeana", onde estão acessíveis mais de dois milhões de obras dos 27 Estados-membros da União Europeia (UE). Esta biblioteca virtual conta com livros, mapas, gravações, fotografias, documentos de arquivo, pinturas e filmes do acervo das bibliotecas nacionais e instituições culturais dos 27 países da UE, bem como com material fornecido por mais de 1000 organizações culturais de toda a Europa, incluindo Museus como o de Louvre (Paris), que forneceram digitalizações de quadros e objectos das suas próprias colecções. O objectivo, através da expansão da biblioteca também ao sector privado, é que em 2010 a Europeana dê acesso a pelo menos dez milhões de obras "representativas da riqueza da diversidade cultural da Europa”. (http://www.europeana.eu)

Reparei que o meu amigo Adé já vai na edição CCCXXXIX do seu espaço de opinião “Questões da nossa Cidade”! Leio-o sempre com interesse pois o Adé brinda-nos, na maioria das vezes, com análises bastante interessantes, com perspectivas diferentes, sobre o que vai acontecendo na nossa terra, como que de uma “pedrada no charco” se tratasse. Até a forma como numera as suas regulares crónicas é diferente. De facto, há muita gente que não se deverá lembrar da numeração romana mas, garanto-vos, que são mesmo muitas semanas! Façam o exercício e relembrem estas contas!

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