14 abril 2008

A Política importa!

Há quem julgue que a acção política não faz mudar coisa nenhuma, que é indiferente irmos por um lado ou por outro, que os governos e as suas opções políticas são todos iguais. Eu não penso nada assim! E há muitos exemplos que demonstram precisamente o contrário.

Ora, o facto deste Governo ter posto em marcha um programa da dimensão do Plano Tecnológico, teve impacto directo naquilo que vai ocorrendo no país em termos, por exemplo, de disseminação de tecnologia, de acesso à Internet em Banda Larga e de utilização efectiva de computadores e de Internet. Senão observe-se alguns factos:

A consultora IDC referiu em meados de Fevereiro deste ano que as vendas de computadores pessoais (PC’s) em Portugal tiveram um forte crescimento no 4º trimestre de 2007, subindo 71,6% em relação ao período homólogo, tendo sido mesmo o mais elevado crescimento no contexto Europeu. Para este resultado, a consultora aponta o Plano Tecnológico como grande impulsionador, sublinhando a importância do programa e-escola e do PT_Educação para fazer aumentar as taxas de penetração da Internet em Banda Larga num conjunto mais alargado de novos consumidores.

Por outro lado, a ANACOM na sua Informação Estatística do Serviço de Acesso à Internet publicada já em Março, apontava para Portugal uma taxa de crescimento dos clientes de Banda Larga móvel na ordem dos 88% verificada apenas nos últimos 11 meses de 2007. No total, o número de ligações Banda Larga em Portugal (fixa e móvel) ultrapassa já os 3 milhões, sendo certo que, muitas dessas ligações são partilhadas por mais do que um utilizador. Na minha própria casa, por exemplo, isso é uma realidade.

Ora, até ao momento, ao abrigo do programa e-escola, foram entregues a alunos do Ensino Secundário, a formandos Novas Oportunidades e a professores mais de 110 mil computadores portáteis e ligações à Internet em Banda Larga móvel, num universo de 750 mil para os quais se dirige este programa. E é óbvio que isto está a mudar o rumo que o país levava em relação a esta matéria, permitindo que mais cidadãos viessem a usufruir do acesso às Tecnologias da Informação e Comunicação e à Internet em Banda Larga. Isto é decisivo para que o nível de qualificação dos portugueses aumente.

Não é difícil concluirmos, portanto, que sem a execução do Plano Tecnológico o país, hoje e passados 3 anos, não seria o mesmo. Os números actuais são, portanto, uma má notícia para quem não acredita nem quer acreditar que as opções políticas, de facto, importam. E de que maneira!


Artigo publicado no jornal Labor e Acção Socialista.