23 abril 2009

Entre_linhas 44 (23abr2009)

Na semana passada, soube-se que um aluno do 8.º ano, o jovem Vasco Lage Henriques, venceu, pela segunda vez, o Axiómetro. Trata-se de um jogo de cidadania, da autoria de professores da Escola Secundária João da Silva Correia e resultante do Observatório de Educação Cívica, que visa contribuir para o aperfeiçoamento da qualidade do relacionamento cívico dentro da Escola, como estratégia pedagógica de modelação de comportamentos dos alunos para a vida. Neste jogo, os alunos recebem pontos em função da excepcionalidade de alguns dos seus comportamentos, possuindo, cada um, uma conta-corrente, com um saldo positivo, ou negativo. O aluno com o melhor saldo positivo mensal é reconhecido como o “incrível” do mês, recebendo um prémio, constituído por um livro sobre a cidade, um diploma e o reconhecimento público, ao qual o jornal local ‘O Regional’ se associa, divulgando o perfil dos vencedores. A Associação de Pais da Escola colabora com esta iniciativa, atribuindo outro prémio aos alunos que, em cada mês, passem o seu saldo de negativo para positivo: os chamados “transformers”. Este tipo de iniciativas demonstram que, de facto, o trabalho dos professores, dos bons professores, vai muito para além da actividade dentro da sala de aula. Para bem da escola e da formação dos nossos alunos.

Em ano de eleições, os vários Partidos políticos vão alinhando as suas estratégias eleitorais que, com o aproximar do primeiro acto – Europeias – se vão tornando cada vez mais claras. Há um partido que me tem surpreendido (pela negativa) pelo discurso que adoptou e pelo adversário privilegiado que escolheu: o Bloco de Esquerda. Não é já notícia a estratégia nacional do BE, que passa pelo ataque constante, desenfreado e quase sempre demagógico ao Partido Socialista, típico de quem pode dizer mal de tudo por saber que não tem vocação para o exercício do poder. Agora começa a ser ridículo, que também ao nível autárquico, o BE oriente as suas críticas ao PS! Por exemplo, em S. João da Madeira, o BE já começou a dar sinais que preocupar-se-á mais com a crítica ao PS do que em apresentar alternativas ao poder autárquico actualmente instalado no município. Felizmente que o eleitorado está atento!

Aliás, na passada segunda-feira, assistiu-se na RTP ao primeiro debate público entre os cabeças de lista às Europeias pelos cinco principais partidos políticos. Todos verificaram qual vai ser o registo, inclusivamente sublinhado por Vital Moreira, cabeça de lista pelo PS. Vai ser o chamado “4 contra 1”, em que os partidos da oposição, todos eles, cavalgarão em cima da crise internacional, numa gritaria ridícula contra o governo em funções. Da Europa, esses partidos pouco falarão, é certo! Espero que Vital Moreira e os restantes candidatos do PS possam, no entanto, gritar mais alto e consigam falar da Europa e dos desafios que temos pela frente!

Etiquetas:

O sobe e desce!

O World Economic Forum publicou, no passado dia 26 de Março, o Global Information Technology Report 2008-2009, um relatório anual que integra um índice - Networked Readiness Index (NRI) - que se propõe medir o aproveitamento que os países ou regiões do globo fazem dos benefícios das tecnologias de informação e comunicação (TIC).

Como acontece sempre que é publicado um qualquer ranking digno desse nome (ou nem isso), várias notícias foram publicadas sobre o assunto, a maioria das quais centrando-se no posicionamento de Portugal. Mas o curioso de tudo isto são os diferentes registos como as notícias são produzidas sobre o mesmo fenómeno, diferenças essas que deverão gerar muita confusão na cabeça das pessoas. Portugal está, afinal, a melhorar ou a piorar?

Olhando apenas para o ranking final, em relação à edição do ano passado, Portugal desceu duas posições, por ter sido ultrapassado pelos Emiratos Árabes Unidos e pelo Qatar. Portugal está agora na 30ª posição, numa lista de 134 países. No entanto, importa dizer que na edição 2003-2004 éramos o 31º, numa lista de 102 países. Por outro lado, considerando apenas os países da União Europeia, Portugal apresenta-se agora na 14ª posição, a mesma da edição do ano passado. Na edição 2003-2004 éramos o 17º da UE27 e, desde essa altura, ultrapassámos países como a Itália (hoje em 45º lugar), a Espanha (hoje em 34º lugar) ou a Eslovénia (hoje em 31º lugar).

Mas o relatório dá-nos outras informações importantes para além deste posicionamento relativo entre países. Na verdade, o Governo português é considerado o 4º que maior importância atribui às TIC na sua visão de futuro. É certo que na edição anterior fomos o 2º, mas também é verdade que na edição 2006-2007 fomos, neste mesmo indicador, o 7º da lista.

Observando com maior detalhe alguns indicadores concretos, podemos ainda verificar que Portugal é o 9º país com o tempo mais reduzido para se criar uma empresa, é o 9º com o maior nível de disponibilidade de serviços públicos online e é também o 9º na prioridade dada pelo Governo às TIC, tudo isto em áreas que resultam da acção directa do actual Executivo.

Podemos igualmente referir que Portugal, nesta última edição, está no 13.º lugar na capacidade da administração pública em usar as TIC, embora no ano passado estivesse em 12º. No entanto, não devemos esconder que na edição 2006-2007 estávamos na 26ª posição. Por outro lado, em relação à utilização das TIC pela administração pública, Portugal figura no 18º lugar, cinco posições acima da edição do ano anterior e 11 em relação à edição 2006-2007.

Ora, podemos, de facto, ter sido ultrapassados pelos Emiratos Árabes Unidos e pelo Qatar em relação à edição anterior (países que não são propriamente do nosso campeonato). No entanto, o nosso "score" final deste ano (4,63) é superior ao do ano passado (4,60) e ao de há dois anos (4,48), considerando a mesma metodologia. Ou seja, Portugal está a evoluir positivamente, sendo que a acção directa deste Governo em matérias tecnológicas é a grande responsável por esta evolução.

Neste ranking em concreto, para darmos um salto ainda maior precisamos de melhorar a perfomance na preparação para o uso e na utilização efectiva das TIC por parte da população. É algo que há muito se sabe e que há muito teve, aliás, uma resposta do Governo. A melhoria das qualificações dos portugueses através das Novas Oportunidades, projectos como o e-escola e o e-escolinha, o Plano Tecnológico da Educação e a promoção da Banda Larga são apenas algumas dessas respostas que, embora já no terreno, os seus impactos demoram mais tempo a virem ao de cima. Mas, mesmo assim, cuidado! Haverá sempre alguém, em Portugal, a preferir enaltecer a eventual subida de posição da Tanzânia ou, quem sabe, do Bangladesh!

Artigo publicado no Jornal de Negócios de 23 de Abril de 2009.

Etiquetas:

17 abril 2009

A resposta de @JMF1957

João Almeida Santos, escreveu no Diário Económico de 17 de Abril, um artigo de opinião com o título: A importância de ser jornalista.


No meu espaço no Twitter, questionei o visado, José Manuel Fernandes (Director do Público e com o nickname no twitter @JMF1957), no sentido de conhecer a sua opinião em relação ao conteúdo do artigo onde se refere, por exemplo que "A matriz reconhecida do jornalismo não é seguramente a de @JMF1957". Umas horas depois, após insistências que não eram já só as minhas, a resposta foram estes 9 pontos:

1. @lmferreira2 É fácil responder a João Almeida Santos, filósofo mas também assessor político de Sócrates e dirigente do PS.

2. No Livro de Estilo distingue-se entre informação (objectiva), análise (interpretação) e opinião (subjectiva). Ele mistura tudo.

3. Pretende que os jornalistas apenas são mediadores, não escrutinadores. É um homem para quem investigar Watergate seria crime

4. Acha k os jornalistas não têm direito à opinião, só k têm se houver “clara distinção entre notícias e opiniões”. Ela existe no Público

5. Se os media só pudessem “informar”, ele não escreveria opiniões apresentando-se como filósofo e omitindo os seus cargos políticos

6. Escreve que os media “nem sequer são escrutinadores, porque ninguém lhes passou mandato para isso”. Nixon dizia o mesmo.

7. Nunca defendi que os media fossem um contrapoder, antes um contrapeso numa sociedade democrática onde existem “checks and balances”

8. Sem “checks and balances” podem ganhar-se eleições mas aumentam riscos associados ao poder absoluto. Riscos que existem em Portugal

9. Por aqui me fico: já perdi muito tempo com um filósofo que, na pele de assessor, tenta justificar processos k PM pôs a vários jornalistas

Depois dos 9 pontos, ainda proporcionou aos que o seguem no twitter um comentário a Henrique Monteiro a propósito da alegada confusão entre as expressões "contrapoder" e "contra o poder". Diz ele:

"@HenriquMonteiro: Por isso prefiro utilizar o termo contrapeso em vez de contrapoder, que para muitas pessoas é equívoco."

Deixo para aos leitores as conclusões sobre o tema! Eu retirei, obviamente, as minhas!

Portishead - Roads

Ao vivo foi inesquecível!



Entre_linhas 43 (16abr2009)

Escrever artigos de opinião e partilhar ideias e pensamentos com os leitores é, para mim, já uma necessidade. Faço-o há muitos anos, de forma mais ou menos regular, e é algo que me dá imenso prazer. Por outro lado, há muita coisa que me salta à cabeça que não faço chegar ao papel, que não publico. Muitas dessas coisas resultam de comentários de outras pessoas, normalmente “importantes” e inacessíveis, que me despertam uma vontade enorme de rebater com argumentos directamente dirigidos aos próprios. Até este momento a única hipótese que tinha de me dirigir, por exemplo, a directores de jornais nacionais era através do espaço “cartas ao director” ao qual recorri diversas vezes embora sem sucesso na maioria dos casos. Isto porque os meus desabafos não eram, obviamente, sempre publicados. Agora surgiu uma ferramenta que vem facilitar o acesso a essas pessoas. Através do twitter, já comentei, rebati e troquei argumentos com os directores do Público e do Expresso e com outros jornalistas da nossa “aldeia” que é Portugal. E a motivação para continuar a usar esta ferramenta é grande porque os próprios respondem muitas vezes, em tempo real e publicamente, às nossas observações. Esta é, pois, mais uma ferramenta disponível na Internet que coloca literalmente nas mãos do cidadão o poder e a capacidade de fazer chegar a sua voz mais longe e a mais gente. http://www.twitter.com/lmferreira2

Manuela Ferreira Leite (MFL) desvendou o mistério. Escolheu Paulo Rangel para encabeçar a lista do PSD ao Parlamento Europeu. Na minha opinião, é uma escolha fraca e desde logo porque não teve sequer o apoio e o empenho de toda a estrutura do respectivo partido. Foi notório o esforço que Rui Rio e Castro Almeida envidaram para fazer passar o nome de Marques Mendes, sem resultado positivo, como se viu. Será, pois, importante reconhecermos que para os Vices de MFL se tratou de uma estrondosa derrota política! O ano 2009 promete!

A terceira edição do Festival de Teatro Theatrus@ser arranca a 16 de Abril. E foi por isso que as minhas amigas e colegas Amélia Almeida, Assunção Sousa, Aurora Almeida e Rosa Mortágua, que dinamizam o “Espaço Aberto” da Serafim Leite, tiveram honras nos jornais locais da semana passada. E foram honras bem merecidas. De facto, estas quatro professoras da Serafim Leite têm mostrado ao longo dos anos um dinamismo e um profissionalismo que enobrecem a profissão docente, demonstrando que há professores, há muitos professores, que desenvolvem projectos interessantes, para além de leccionarem as suas aulas. Aliás, a Serafim Leite é o exemplo de uma escola cuja actividade extravasa os portões do seu próprio espaço físico, contagiando toda a cidade.

Etiquetas:

09 abril 2009

Entre_linhas 42 (9abr2009)

A edição d’O Regional da semana passada trazia em destaque de primeira página, com inevitável direito a foto, uma notícia que dava Fátima Roldão como a candidata do PSD às próximas autárquicas. Embora ainda não tenha, no momento em que escrevo esta crónica, confirmação de que se trata da tradicional “mentira de 1 de Abril”, é mais do que óbvio que estamos perante um cenário absurdo que até o próprio site d’ O Regional também ignorou por completo. Ora, se fosse daqui a 4 anos até poderia ser uma hipótese! Para as eleições de Outubro próximo, de facto, tratou-se de uma mentira fácil de apanhar! Mas o problema é que este episódio, esta brincadeira inocente, fez com que o anúncio verdadeiro e já confirmado da candidatura de Pedro Nuno Santos à Câmara pelo Partido Socialista passasse para segundo plano. Ainda por cima, numa edição em que o candidato do PS dava uma entrevista em que esclarecia os motivos da sua decisão e sublinhava algumas das prioridades da sua candidatura. Não querendo, obviamente, interferir na linha editorial do Regional, não posso deixar de considerar que a escolha da mentira de 1 de Abril deste ano foi infeliz e era perfeitamente evitável. A luta política pela liderança da Câmara é um momento importante para a Cidade e seria conveniente que não ocorressem episódios estranhos que impeçam a troca de argumento, de ideias e de soluções. Mas caso esteja enganado quanto à “mentira”, desde já as minhas desculpas antecipadas ao Regional!

Uma entrevista que li também com muita atenção foi a de Jorge Lima ao Labor. E o Jorge não é uma pessoa qualquer! Foi um dos vereadores mais importantes e mais competentes que passaram pela Câmara no tempo de Manuel Cambra e, portanto, conhece bem a casa pelo menos nos assuntos que acompanhou directamente. E ele chama-nos novamente a atenção para a decisão do actual executivo para a privatização (parcial) do negócio da água em S. João da Madeira. Também considero que foi uma decisão errada, não só pelos contornos financeiros que, no futuro, poderão vir a trazer prejuízos à Cidade, mas sobretudo por uma questão de princípio. Há sectores que não devem sair das mãos do Estado e a água, para mim, é um desses sectores! De qualquer modo, deixo aqui um abraço ao amigo, colega e meu ex-professor de Geografia, pelo facto de nos ter alertado, de novo, na esta questão que, estou certo, passou despercebida para muitos sanjoanenses. Infelizmente para todos!

Notem que entrou esta semana em vigor uma directiva comunitária que obriga os operadores de telecomunicações europeus a guardarem informação sobre todas as comunicações electrónicas efectuadas, incluindo e-mails e chamadas telefónicas, durante pelo menos um ano.

Etiquetas:

02 abril 2009

Entre_linhas 41 (2abr2009)

O Partido Socialista de S. João da Madeira escolheu já o seu candidato às próximas autárquicas. Pedro Nuno Santos, natural da terra, deputado à Assembleia da República, ex-Secretário Geral da Juventude Socialista e actual líder da estrutura concelhia do PS, foi o nome escolhido para disputar a Presidência da Câmara Municipal do nosso concelho. Não terá pela frente uma tarefa fácil, de facto. No entanto, pode perfeitamente congregar a voz de todos aqueles que se vão afastando da actual liderança social-democrata, e já não são tão poucos quanto isso. Para tal, além de ser necessário denunciar todos os falhanços da actual gestão, é muito importante deixar uma marca de diferença, de modernidade, de maior ambição e, acima de tudo, de sensibilidade social em particular para com os mais desfavorecidos da nossa cidade. Pela parte que me toca, apoiarei convictamente esta candidatura socialista. Espero que a maioria dos sanjoanenses também o faça!

Uma semana depois da visita do Secretário de Estado Adjunto da Indústria e Inovação, Casto Guerra, para marcar presença nas Jornadas “ShoeInov” realizadas no Centro Tecnológico do Calçado (CTCP), desta vez foi o próprio Ministro da Economia e da Inovação a deslocar-se à nossa cidade para uma visita à Zarco, uma empresa de calçado que se tem destacado pela seu sucesso e vocação exportadora. Recorde-se que tudo isto ocorre numa altura em que o Governo acaba de anunciar um pacote de 850 milhões de euros de apoio ao sector têxtil, vestuário e calçado. Esta atenção por um dos sectores mais importantes da nossa economia só nos pode encher de esperança em relação ao futuro.

Ao mesmo tempo que escrevo este artigo, o Frederico Gil está a defrontar Nadal (n.º 1 do mundo no ténis) no torneio ATP Miami Masters. Por enquanto, Gil está a ganhar e está a fazer uma exibição fantástica. Até os comentadores de serviço o reconhecem. Provavelmente irá perder o encontro. É o mais certo, o mais provável e o mais lógico. A diferença é grande! No entanto, é um exemplo de que há mais vida para além do futebol. Estou a ver o jogo na Internet e, provavelmente, as televisões não estão a dar qualquer importância ao evento. No nosso país só se fala de futebol, do desaire que foi o jogo da selecção com a Suécia, do Lucílio Baptista, do Cristiano Ronaldo e do Mourinho. É pena, de facto! Estes jovens, praticantes ao mais alto nível de outras modalidades precisariam de mais carinho por parte do seu próprio país!

Há já algumas semanas que também aderi ao Twitter, uma rede social que já tem grande número de adeptos em Portugal. É giro, embora não tenha muito tempo para uma presença regular. Espreite em http://www.twitter.com/lmferreira2.

Etiquetas: