15 junho 2007

“Choque Tecnológico”

Está lançado aquele que considero ser um dos mais importantes projectos surgidos em Portugal no sentido da promoção da Sociedade da Informação e da generalização e massificação do acesso às Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) e à Internet. Trata-se da iniciativa inserida no Plano Tecnológico que permitirá que mais de 500 mil cidadãos possam aceder em condições mais vantajosas a um computador e a uma ligação à Internet em Banda Larga. Acerca desta importante iniciativa, sublinho apenas três aspectos que me parecem absolutamente cruciais.

O primeiro diz respeito ao universo dos beneficiários da medida: alunos do 10º ano de escolaridade; professores do ensino básico e secundário e formandos das Novas Oportunidades. As nossas escolas, estando todas apetrechadas há já algum tempo com uma ligação à Internet em Banda Larga, passam a ter, deste modo, um ambiente muito mais favorável à utilização das TIC no processo ensino-aprendizagem, transformando a Internet, de uma vez por todas, num recurso incontornável quer para alunos, quer para professores. Por outro lado, as pessoas que já aderiram à iniciativa Novas Oportunidades (e que já são mais de 250 mil), passarão a contactar, de forma directa, com computadores e a beneficiar também de condições mais vantajosas de acesso à Internet. Na verdade, a sua requalificação e a criação de condições mais favoráveis à sua integração no mercado de trabalho e na Sociedade da Informação são, desta forma, altamente potenciadas.

O segundo aspecto prende-se com a importância para um país como Portugal deste verdadeiro “choque tecnológico”. Portugal, em 2006, apesar de ter duplicado o valor em apenas 2 anos, apresenta uma taxa de penetração de Banda Larga nos agregados familiares de 24%, enquanto que a UE15 apresenta 34% *. Em Portugal, 45% dos agregados familiares têm computador, enquanto que na UE15 esse valor ronda os 64% *. Em Portugal, relacionando os dois indicadores anteriores, nos lares em que existe computador a taxa de penetração de Banda Larga ronda os 53%, valor igual ao da UE15. Ora, isto quer dizer, que era necessário levar por diante uma medida com esta ambição. Era necessário criar condições mais favoráveis para que mais portugueses levem para suas casas computadores e que, dessa forma, adiram à Banda Larga. Isto era absolutamente fundamental para que Portugal dê o salto e para que os portugueses, todos os portugueses, apanhem a onda do desenvolvimento, da tecnologia e, em suma, da Sociedade da Informação.
Por fim, mostra-se evidente que governar à esquerda e à direita tem, de facto, grandes diferenças. Há quem pense que o mercado é que deve resolver tudo e que, também nestas matérias, o Estado se deve manter à margem. Há quem agoire que os portugueses venderão estes computadores nas “feiras à beira da estrada” e que esta medida revela populismo. Pois bem, eu prefiro acreditar nos portugueses e na sua capacidade de adesão e utilização efectiva das TIC, como aconteceu, aliás, no caso dos telemóveis e na rede de terminais multibanco. Eu prefiro olhar para os números reais e concretos e para os méritos desta iniciativa que é, porventura, uma das mais ambiciosas medidas tomadas por esse mundo fora, no sentido do combate à info-exclusão e da massificação das TIC e da Internet. Prefiro reconhecer o esforço do Governo na criação de igualdade de oportunidades e, tal como referia o Primeiro-Ministro na apresentação da iniciativa, prefiro valorizar o “papel do Estado (…) como garante da universalidade, da equidade e da inclusão”.

* Fonte: Eurostat, Survey on ICT usage in households and by individuals

Publicado no Acção Socialista e no Jornal Labor.

NET_XII: 15/jun/2007

Por esta altura, começam já a bater os corações daqueles que pretendem ingressar no ensino superior. São dias marcados por bastante ansiedade e os últimos exames parecem sempre ser os mais difíceis.
É também uma altura em que se começam a fazer escolhas e contas para garantir o ingresso nas primeiras opções. Por isso é que se reveste da maior importância o site disponibilizado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior em http://www.acessoensinosuperior.pt/. Aqui, estão disponíveis imensas informações relevantes para que os finalistas do secundário comecem a preparar a sua candidatura ao ensino superior de forma fundamentada e informada, candidatura essa que também já poderá ser realizada on-line.
Um excelente exemplo de como se pode tornar pública determinada informação importante que, em anos anteriores, no meu tempo por exemplo, ficava arrumada nas pastas de arquivo dos ministérios sem qualquer utilização útil.




Fomos recentemente brindados com uma nova polémica na comunicação social. Várias pessoas, algumas com responsabilidades acrescidas por terem, em geral, bastante cobertura por parte da comunicação social, insurgiram-se pelo facto de, alegadamente, os erros ortográficos não serem considerados nem penalizados nas provas de aferição de Língua Portuguesa realizadas pelos cerca de 250 mil alunos dos 4º e 6º anos de escolaridade.
O lamentável neste tipo de polémicas é que uma mentira dita várias vezes, quase que passa a ser verdade. Digo quase porque os cidadãos têm hoje, de forma simples e imediata, um meio de aceder à fonte. A Internet dá-nos, de facto, essa possibilidade. No site do Gabinete de Avaliação Educacional do Ministério da Educação, disponível em http://www.gave.min-edu.pt/, podemos ver esclarecida toda a questão, nomeadamente através do acesso às provas e respectivos critérios de classificação. Não percebo como é que a comunicação social também não faz isso mesmo e não pára de alimentar polémicas que só interessam a alguma classe política demagógica!

05 junho 2007

Regresso ao futuro

O discurso da tanga introduzido por Durão Barroso no início do seu mandato enquanto primeiro-ministro de Portugal teve, como sabemos, consequências muito negativas para o nosso país. De facto, o estado depressivo da nossa economia e o pessimismo dos portugueses estiveram relacionados, nessa altura, em certa medida, com essa estratégia de comunicação política adoptada pelo PSD e pelo seu líder.Quando o Governo liderado por José Sócrates tomou posse, tinha esse grande desafio pela frente: contrariar o ambiente negativo generalizado que se vivia no país e que tinha impactos extraordinariamente desfavoráveis em todos as áreas: na captação de investimentos, na criação de empresas e de emprego, no crescimento económico.Muitas medidas foram tomadas, vários projectos foram iniciados de forma devidamente articulada no sentido de dar um novo rumo à situação do país e de se criar em Portugal um ambiente mais favorável de crescimento, sem pôr em causa a coesão social. O Programa Nacional de Acção para o Crescimento e o Emprego, a Estratégia Nacional de Desenvolvimento Sustentável, o Plano Nacional de Emprego, o Plano Tecnológico, o Simplex, o Plano de Estabilidade e Crescimento, o Programa de Reestruturação da Administração Central do Estado ou o QREN são alguns dos exemplos de instrumentos que, alinhados com os objectivos inerentes à Estratégia de Lisboa, pretendem dar a volta à situação.Passados dois anos do início da governação socialista, as coisas estão bem diferentes. Felizmente, para melhor, como reconhecem várias organizações, insuspeitas, por esse mundo fora. O indicador de Clima Económico atingiu em Abril o nível mais elevado dos últimos 12 meses, tendo-se situado, segundo a Comissão Europeia, nos 101,6 pontos; Portugal foi considerado Top Reformer pelo Banco Mundial pelos resultados obtidos com o novo processo de criação de novas empresas, tendo resultado numa subida de cinco lugares no ranking Doing Business; Portugal subiu quatro lugares no índice The Lisbon Review 2006 do World Economic Fórum que mede o grau de implementação das medidas inerentes à Estratégia de Lisboa nos países da UE25; Portugal subiu três lugares no Ranking Europeu de Disponibilização de Serviços públicos on-line e é o 3º país da UE, segundo o relatório i2010 - Annual Information Society Report 2007, em termos da percentagem de serviços públicos básicos, para empresas, totalmente disponíveis on-line; Angel Gurría, secretário-geral da OCDE, reconheceu recentemente como positivo o que o Governo está a fazer em matérias de segurança social, formação profissional e formação contínua ao longo da vida. Portugal é hoje procurado por grandes empresas de base tecnológica para avultados investimentos em áreas de ponta. A CISCO Systems vai investir 36 milhões de euros num centro de operações de vendas em Lisboa e a Nokia Siemens Networks inaugurou um novo centro de inovação mundial em Aveiro, num investimento de 23 milhões de euros.É, pois, inquestionável o facto de se viver, hoje, num clima completamente diferente daquele que se vivia quando este governo tomou posse há dois anos atrás. O país está a mudar e as condições criadas, por implementação de medidas concretas e devidamente focadas, estão, na verdade, a fazer aparecer os resultados. Há, no entanto, um longo caminho a percorrer e um árduo e sustentado trabalho a desenvolver. É exigida persistência, determinação e inteligência. Descer foi fácil! Subir é muito mais difícil. O discurso da tanga foi o mais fácil, com resultados rápidos mas que se revelaram péssimos para Portugal! Contrariar esse discurso é bem mais difícil, demora mais tempo mas é, sem dúvida, o melhor caminho. O único caminho, aliás, para que possamos regressar ao futuro!

Publicado no Acção Socialista e no Jornal Labor.

02 junho 2007

NET XI: 2/junho/2007




Já não é novidade quando ouvimos dizer que a Internet constitui uma excelente oportunidade de negócio, não só para quem compra mas também para quem vende. São inúmeras as empresas que surgem apenas com uma montra na Internet, algumas das quais a funcionar mesmo ao nosso lado.A empresa com endereço disponível em http://www.sharam-pt.com/ é um desses exemplos. Registada em S. João da Madeira, dedica-se à venda de artigos de vestuário em segunda mão, para todos os sexos e idades, tendo sido feita uma particular aposta na venda de vestuário de luxo, em perfeitas condições e a preços acessíveis. As entregas podem ser feitas ao domicílio o que tem bastante interesse para quem, sobretudo, tem pouco tempo para ir às compras. Num espaço bastante interessante que complementa a oportunidade de negócio gerada no site, são apresentados conselhos extremamente úteis para quem manipula roupas. A retirada de nódoas nos mais variados cenários é um desses exemplos. Confesso que, na verdade, já me deu imenso jeito.







Os Governos são acusados, muitas vezes, de pouca transparência em muitas das suas actividades regulares. Entre elas destacam-se as que envolvem visitas a países estrangeiros. Ora, o Governo actualmente em funções encontrou uma excelente forma de tornar acessível toda a informação que envolve visitas oficiais ao mais alto nível: a criação de sites temáticos, como aquele que foi criado aquando da visita à China no passado mês de Fevereiro e agora, o que regista a visita do Primeiro-Ministro à Rússia.

Neste último site que se encontra disponível em http://www.missaorussia.gov.pt/, o visitante tem acesso a uma apresentação dos objectivos da visita pelo próprio PM num vídeo gravado especificamente para o efeito. Pode ainda verificar-se a lista de todos aqueles que integram a comitiva para além dos membros do Governo, como as empresas, entidades oficiais e comunicação social. Além disso, no decorrer da própria visita oficial, vão sendo registados os principais momentos que vão ocorrendo diariamente, que reforçam toda a informação interessante disponível sobre o país visitado e as suas principais potencialidades.