28 novembro 2008

De registar... (6)

Um amigo questionou-me em relação ao título que eu tinha escolhido para este espaço, inicialmente designado por "Para a prosperidade". Perguntava ele se eu não pretenderia dizer "posteridade"!

A pergunta faz sentido mas a minha ideia era mesmo "prosperidade", com ironia, claro! Ou seja, com aquilo que eu ia "postando" neste espaço, ia destacando frases, ideias ou acontecimentos que estariam a contribuir para um mundo mais próspero! As frases infelizes de Manuela Ferreira Leite, por exemplo, estão a contribuir para o seu afastamento da liderança do maior partido da oposição. E isso é bom para o país!

No dia seguinte outro amigo voltou a fazer-me a mesma pergunta. E para que não fiquem dúvidas, optei por alterar o título! Ficou agora "De registar..." mesmo que sejam "frases, ideias ou acontecimentos" que não estejam a contribuir para a prosperidade! :-)

De registar... (5)




A Bola, 27/nov/2008

Entre_linhas 25 (27novembro2008)

No seu espaço de opinião neste mesmo semanário, o meu amigo Paulo Guimarães, na semana passada, começava por tecer comentários completamente descabidos em relação ao Magalhães e à iniciativa governamental e-escolinha, que visa fazer chegar a 500 mil estudantes do 1º ciclo do Ensino Básico aquele computador. Ora, não é possível chegar a tanta gente, em todo o país, tão rapidamente como as pessoas desejam. Compreende-se a ansiedade dos pais e das crianças em ter nas mãos os computadores mas isso não acontece de um dia para o outro. Não é possível ir ao mercado comprar computadores a quilo porque eles estão a ser fabricados, neste momento, numa empresa portuguesa! Mas curiosa foi a forma como o Paulo Guimarães terminou a sua crónica: depois das críticas vem dar os parabéns à Câmara Municipal por esta ter comparticipado os 20 euros do custo do Magalhães para os alunos do escalão A. Mas o Paulo só não disse de quantos euros estamos a falar, nesta iniciativa da Câmara. E também não disse porque é que os 50 euros para os restantes alunos não são comparticipados. Será que constituiria um custo insuportável no orçamento camarário?

Marcelo Rebelo de Sousa deixou no ar a possibilidade de entrar na luta pela liderança do PSD. É uma má notícia para Manuela Ferreira Leite que, dada a sua inabilidade política, vai perdendo a sua base de apoio, vai ficando isolada. Curioso é o facto da direita portuguesa estar a regressar ao passado. Temos Paulo Portas novamente à frente do PP e agora Marcelo ameaça voltar à liderança do PSD. Mas o interessante é que Marcelo, quando saiu, fê-lo precisamente por causa de Paulo Portas, inviabilizando, na altura, a AD. Será isto um desejo de vingança por parte de Marcelo? Serão estas boas notícias para a democracia portuguesa? Estou certo que não!

Estão em curso as alegações finais de um dos casos mais mediatizados de sempre da justiça portuguesa. Espero que seja possível apurar todas (ou quase todas) as responsabilidades e que os criminosos, os verdadeiros, sejam punidos. Este caso, para o bem e para o mal, servirá de exemplo para a justiça portuguesa. Desejo muito que venha a ser um bom exemplo!

21 novembro 2008

De registar... (4)

«É uma diferença que vai do Fiat 600 para o Ferrari»


Luís Filipe Menezes, 29/ago/2008, avaliando a «capacidade para liderar, conhecimentos, dimensão cultural e intelectual» da sua ex-liderança e a de Ferreira Leite.

De registar... (3)

"A sociedade está organizada e tem determinado tipo de privilégios, de regalias e até de medidas fiscais no sentido de promover a família como algo que tem por objectivo a procriação."


Manuela Ferreira Leite, 2/jul/2008

De registar... (2)

Interrogada se não considera que «as obras públicas ajudarão, pelo menos, ao factor desemprego», respondeu: "[Ao] desemprego de Cabo Verde, desemprego da Ucrânia, isso ajudam. Ao desemprego de Portugal, duvido".


Manuela Ferreira Leite, 2/nov/2008

De registar... (1)

"Eu não acredito em reformas, quando se está em democracia...
Quando não se está em democracia é outra conversa, eu digo como é que é e faz-se.

Não sei se a certa altura não seria bom haver seis meses sem democracia, mete-se tudo na ordem e depois então venha a democracia."


Manuela Ferreira Leite, 18/nov/2008

Entre_linhas 24 (20novembro2008)

Já há muito que não via circular em S. João da Madeira as viaturas do NET sobre RODAS, uma iniciativa enquadrada no EDV Digital e que tinha como objectivo o combate à info-exclusão. Na última reunião de Câmara foi tornado público que as duas viaturas estão paradas até que o “QREN dê algum apoio” à iniciativa. Julgo que se trata de uma opção política errada a de não querer continuar a prestar esse serviço às populações. E é demagógico e errado transferir para outra entidade a responsabilidade desse facto. É que há muitos outros serviços prestados à população, uns mais importantes que outros, cujo financiamento não depende de fundos comunitários. Ou terá, por exemplo, a iluminação de Natal que esperar por tal financiamento? Parar as carrinhas e deixar de prestar o serviço à população e às colectividades foi, de facto, uma opção política e um reconhecimento de que há outras prioridades merecedoras dos dinheiros dos orçamentos das autarquias envolvidas.

Entre 18 e 23 de Novembro, decorre na FIL, Lisboa, uma mostra de tecnologias com o intuito de divulgar junto da sociedade a aplicação dos melhores produtos e serviços de cariz tecnológico nas diversas áreas do meio empresarial, nomeadamente Saúde, Educação, Transportes, Ambiente, Turismo, Mobilidade, Casa, Marketing, E-Business, E-Government, Comunicação, Inovação, Segurança, entre outras. Portugal e as empresas portuguesas estão hoje diferentes daquilo que eram antes do Plano Tecnológico e este evento será, portanto, uma boa oportunidade para verificarmos isso. (http://www.portugaltecnologico.fil.pt)

Quando me enviaram um site com o título “Save Miguel” fiquei imediatamente com curiosidade, uma vez que referia o meu próprio nome: Miguel. Cliquei no link e fui dar a um site bem desenhado, muito simples e que segundo após segundo, me ia despertando cada vez mais o interesse e a curiosidade. Aliás, é esse o interesse de quem promove o site: chamar a atenção e captar o interesse do visitante até ao fim do episódio, onde consta uma determinada mensagem. Vou usar a mesma técnica, ou seja, não vou dizer mais nada para além do que já disse atrás e que, reconheço, é muito pouco. A não ser, claro, sugerir uma visita ao respectivo endereço disponível em www.savemiguel.com. É, na verdade, uma interessante forma de fazer passar mensagens!

16 novembro 2008

Eu não conto para a estatística!

Foram publicados no passado dia 23 de Outubro os mais recentes dados estatísticos sobre penetração de Banda Larga. Desta feita foi a informação da OCDE reportada ao 2º trimestre 2008.

Pela análise crua dos resultados, Portugal aparece em 26º lugar (na lista dos 30 países que integram a OCDE) com uma taxa de penetração de Banda Larga que se situa nos 14,82%. A média da OCDE é 21,26%.

Aparentemente, trata-se de um desempenho que fica aquém das expectativas, tanto mais que são conhecidas as prioridades assumidas pelo Governo em matérias como esta. No entanto, há mais história para além destes 14,82%, sem a qual não é possível tirar uma fotografia que seja fiel à situação real e actual do país em termos de penetração de Banda Larga.

De facto, o número da OCDE apenas se reporta às ligações fixas à Internet em Banda Larga (basicamente ADSL e Cabo), desprezando todas as ligações móveis. Isto até poderá ser insignificante para alguns países, é verdade. No entanto, sendo Portugal o 2º país da Europa com a 2ª maior penetração 3G (Internet móvel), sendo o nº de clientes de BL móvel em Portugal superior ao nº de clientes de BL fixa, não me parece razoável, sério nem sensato ignorar tal dimensão da questão. Era como se para a contabilização dos desempregados ignorássemos as mulheres ou para a contagem dos telemóveis existentes em Portugal não contássemos a marca Nokia. Não faria sentido, seria redutor e daria um retrato irreal da situação do país nesses dois domínios.

Em termos muito objectivos, na verdade, estão fora das contagens da OCDE, por exemplo, as 300 mil ligações à Internet através da tecnologia móvel já contratadas no âmbito do projecto e-escola (num universo de 750 mil). Estão fora das contas da OCDE todas as ligações móveis à Internet por intermédio de placas PCMCIA, USB ou modem 3G. Ora, não contam para as estatísticas da OCDE quase 2 milhões de acessos à Internet em Banda Larga móvel existentes em Portugal. Parece-me inaceitável! Para percebermos melhor a dimensão do problema estatístico, a ANACOM, para o mesmo período (2º trimestre 2008), para além dos mesmos 14,8 clientes BL fixa por 100 habitantes reportados pela OCDE, reporta ainda 18% de clientes de BL móvel! É disto que estamos a falar!

Para tecermos considerações acerca do desempenho de Portugal em matérias de BL temos, pois, que ir muito mais além do que considerar a mera estatística dos acessos fixos. Num estudo realizado por uma entidade americana – Phoenix Center – em Maio de 2008, precisamente tendo como informação de base a estatística dos acessos fixos à Internet da OCDE, concluiu que Portugal é o 3º país da OCDE mais eficiente na promoção da Banda Larga, apenas classificado atrás da Islândia e da Bélgica. Um outro estudo realizado em Julho de 2008 pela Ericsson Consumer Lab coloca Portugal no topo da lista dos países analisado em termos de adopção de Banda Larga móvel, e a publicação Informa telecoms & media sustentava, em Março de 2008, a tese de que Portugal está 1 ano à frente dos maiores países europeus na Banda Larga móvel.

Pessoalmente, mais desolado fico ao ver os números da OCDE ao tomar consciência que eu próprio não conto para as estatísticas, pelo facto de aceder à Internet no meu portátil através do telemóvel que me serve de modem 3G! Fica aqui, portanto, o meu mais vigoroso protesto pessoal!

Artigo publicado no Jornal Labor.

14 novembro 2008

Entre_linhas 23 (13novembro2008)

Barack Obama venceu as eleições americanas e sobre ele recaem enormes expectativas. Desde logo porque a herança é pesada: por um lado, os EUA (e o mundo em geral) vivem uma crise financeira de que não há memória desde há várias décadas e é preciso que as pessoas e as empresas ganhem, de novo, uma nova esperança; por outro, há questões mal resolvidas como a guerra do Iraque, que se vão arrastando no tempo e que vinham minando a credibilidade americana. Esta vitória de Obama, o primeiro afro-americano a ascender ao mais alto cargo na Casa Branca, tem também uma carga simbólica enorme, demonstrando que os americanos são capazes do pior e do melhor. Luther King tinha um sonho mas desde Agosto de 1963, data em que o verbalizou, este foi, porventura, o momento mais próximo da concretização desse sonho. Já agora, recue no tempo e viva a emoção em torno desse discurso histórico, através deste registo com som e imagem disponível em http://www.americanrhetoric.com/speeches/mlkihaveadream.htm

Dois ex-formandos do Centro de Formação Profissional da Indústria de Calçado (CFPIC) de S. João da Madeira conquistaram os dois primeiros lugares no 13º Concurso Internacional de design “Sulle Orme del Cuoio”, realizado em Itália. Para além de ser, obviamente, um passo muito importante para a carreira dos próprios, não deixa de ser igualmente relevante para o prestígio dos sapatos concebidos neste Concelho e nesta Região. Para as empresas de calçado sanjoanenses este é, pois, um sinal de que a saída para competitividade global é a inovação, qualidade, design, marca, moda. E nisto damos cartas, somos bons, somos dos melhores. Marco Egídio Freitas e Rosário Alves estão, pois, de parabéns. O CFPIC também porque a formação inicial, o estímulo do espírito empreendedor e o despertar da confiança pessoal nos formandos é absolutamente essencial para o sucesso. Marco e Rosário vão no caminho certo! (http://www.cfpic.pt)

Com que então Manuela Ferreira Leite não concordava com o aumento de 24 euros do salário mínimo nacional? De facto, ela representa bem todos aqueles que mostram insensibilidade social e que querem continuar a aposta na política dos salários (incrivelmente) baixos!

07 novembro 2008

Entre_linhas 22 (06novembro2008)

A semana passada dava conta neste mesmo espaço de uma empresa sedeada em S. João da Madeira (http://www.creativesystems.pt) que se vem destacando com o desenvolvimento de uma solução inovadora para carrinhos de supermercado baseada em tecnologia RFID. Esta semana destaco uma outra empresa, também de S. João da Madeira, e que se vem impondo internacionalmente com a produção de chapéus. Na verdade, a FEPSA é a terceira maior produtora do mundo, com um volume de negócios de mais de 7 milhões de euros, só ultrapassada pela norte-americana Hatco (27 milhões) e pela checa Tonak (15 milhões). Mas não é pelo facto de produzir chapéus que esta empresa deixou de inovar e de investir, por exemplo, em novos processos de tinturaria. Já este ano gastou mais de um milhão de euros no desenvolvimento de nova tecnologia, na área dos sistemas de informação e na gestão sustentada da energia. Fica, pois, uma justa homenagem a esta empresa e ao seu CEO, Ricardo Figueiredo, pelo dinamismo que tem imprimido a esta empresa que também engrandece o nome de S. João da Madeira.

Começa a não ser inédita a ocorrência de desacatos na zona dos bares da nossa cidade, Rua Padre Oliveira. Para quem como eu passou alguns bons momentos naquela zona, à porta ou dentro do Pede Salsa ou do Bicalho (e mais tarde do Cafeína), ficará incomodado com este tipo de notícias que começa a ter alguma frequência. O alarme excessivo pode ser contraproducente mas ignorar o fenómeno pode ser desaconselhável e pode levar a que as autoridades responsáveis acordem tarde demais, prejudicando a mística do próprio local e a situação dos bares instalados naquela zona. Os jovens sanjoanenses revêem-se naquele local e precisam dele para se divertirem. Episódios de violência são, portanto, inaceitáveis e intoleráveis.

O ambiente no PSD não anda nada calmo. Antes era pelo silêncio da sua líder. Agora é por falar demais, embora quando o faz acerte sempre “ao lado”! Incompreensivelmente, ainda se desconhecem quaisquer ideias do actual PSD para Saúde, Justiça, Educação, Ambiente ou Segurança Social. Ferreira Leite vai falando de Finanças e mal! Por isso é que mesmo que fale, ninguém a ouve! Não traz esperança!

03 novembro 2008

Entre_linhas 21 (30outubro2008)

Nem todos aqueles que passam pela via verde nas auto-estradas portuguesas tomarão consciência da tec-nologia que possibilita o reconhecimento da viatura e o débito automático do valor devido na respectiva conta bancária. Pois bem, essa tecnologia designa-se por RFID (Radio-Frequency IDentification) e está a ser usada por uma empresa de S. João da Madeira no desenvolvimento de uma solução que permitirá, de forma automática, o pa-gamento dos produtos que se encontram no nosso car-rinho de supermercado. No entanto, à Creativesystems, empresa que utiliza este conceito da “Internet da Coisas” para desenvolver um produto inovador, ainda são espe-radas grandes batalhas antes da eventual generalização do produto e da sua entrada no mercado, uma das quais se prende com a própria confiança dos utilizadores na solução desenvolvida. Antes de tudo isso, importa já enaltecer os resultados atingidos e torcer para que o su-cesso seja uma realidade a curto prazo.
(http://www.creativesystems.pt)

No momento em que escrevo este texto, o preço do pe-tróleo baixou, pela primeira vez desde Fevereiro de 2007, a fasquia dos 60 dólares (48,26 euros) o barril, ante-cipando, assim, a quebra da procura internacional de com-bustíveis, devido a uma eventual recessão global. É verda-deiramente impressionante a flutuação dos preços do petróleo em espaços de tempo tão curtos, não se perce-bendo muito bem até que ponto essas flutuações têm verdadeiramente impacto no preço final dos combustíveis. Vejamos o que o futuro nos reserva a este nível!

Miguel Sousa Tavares (MST) fez saber que mais de um ano de trabalho foi perdido pelo facto de ter sido roubado o computador onde tinha guardados os ficheiros relativos a dois dos seus livros já iniciados. Infelizmente, este tipo de prejuízos pessoais decorrentes da falta de cuidados na realização de cópias de segurança é bem frequente entre os portugueses. A mim já me aconteceu e sei bem o aborrecimento que tive por causa disso. Como não aprendi a lição, vou tentar mudar o meu comportamento depois desta notícia. Porque perderem-se registos literários de MST, de facto, deve servir de lição a todos nós.